Por que vejo luzes de estrelas mortas?
Por que me reconheço na lama negra do céu, e pela qual dia após dia
de lucidez dolorosa, que é cada raio de Sol me atravessando,
como se quisessem tirar de mim algo, sendo que nada tenho a oferecer?
E, transparente, penetrado e atravessado,
procuro a fertilidade da natureza em mim, então,
para o dia que testemunha tudo isso, como se quisesse algo em troca.
Mas, encontro só o pedido de paciência,
pela noite pela qual meu corpo espera,
pela noite que me abandonou,
pela lua que me despiu, e amanheceu antes que eu a pudesse ver.Como os reconheço agora, Deus, meus companheiros?
Em plena via livre, agora sem mais afeto algum
Brilhos que já não jazem mais em mim,
Luminosidades que fizeram brilhar minha vida
Luminosidades que tiraram de mim, finalmente, a vida que me era estancada
Luminosidades que fizeram brilhar minha vida inconsciente.
Todos partiram da curta visão do meu eu.
E eu, agora, extinto, apagado.
Eles, longe.O céu morto e frio a ser conquistado
O brilho de estrelas mortas
O negro escuro da abundância, da vida e cores mescladas em uma só.
O negro da inconsciência; agora sou eu encaminhado pela noite.
A explorar a vida que me chamou por fantasias, desejos e afetos,
que vacilam e se deturpam toda vez que não vivo a nova vida que me exige,
revelada por vivências já consumadas, como uma estrela que morre em si e por si,
mas permeia o céu de instrução, direções a uma nova vida feliz,
e não mais de puro sacrifício e dor.
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Estrelas
PoetryUma das perspectivas daquele que abandona, como complemento a de quem é abandonado.