Amanheceu um dia de bastante calor, algo comum no Rio de Janeiro. Acordo por volta das 08:00hrs e vou para o banheiro, fazer minha higiene.
- Bom dia madame, teu celular está cheio de mensagens. - Minha irmã entra no meu quarto e grita, deixando meu celular na cama e me encarando, rindo.
Reviro meus olhos, ainda um pouco sonolenta e vou ver minhas notificações, aonde havia dois áudios falando de alguma série mas não consigo entender pelo eco causado.
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- Era só um monte de besteira sobre uma série lá, bobeira. - Vou para a cozinha e arrumo meu café, ficando alguns minutos ali conversando com minha irmã e logo indo para a rua.
Obtei por vestir uma camiseta larga, uma calça jeans e meu tênis branco, acompanhado da minha mochila preta, após algum tempo, sinto meu celular vibrar e decido atender.
- Alô, quem é?
- Bom dia, você é a Priscila Reis, certo?
- Sim, sou eu, por quê?
- Eu tenho uma proposta de trabalho para você, acho que vais gostar.
- Proposta? E qual seria?
- Não consigo explicar tudo por telefone, consegues se encontrar comigo hoje as 16:00hrs no café Boa Vista?
- Consigo sim.
- Perfeito! eu te vejo lá.
Tento falar algo mas percebo que o telefone é desligado. Continuo meu caminho, pensando se essa "proposta" inesperada tem a ver com as mensagens que recebi mais cedo, logo, volto para casa e me sento, esperando impacientemente as 16:00hrs.
Horas depois.
O horário pareceu passar o mais devagar possível e aquilo me deixou muito nervosa. Quando finalmente deu 16:00hrs, sai de casa e caminhei até o tal "encontro". Ao chegar lá, vejo uma mulher um pouco mais baixa do que eu, com cabelos pretos e segurando alguns papéis.
- É aqui! - ela grita e eu caminho até ela.
- Oi, tudo bem? - estendo minha mão a comprimentando, logo me sentando.
- Tudo ótimo! Desculpa, não me apresentei. Me chamo Priscila Pugliesse, mas pode me chamar de Pugliesse.
- Ah, prazer Pugliesse. - sorrio.
Ela sorri e me entrega alguns papéis, neles estavam algo relevante a alguma série chamada "Stupid Wife", logo me lembro das mensagens de mais cedo.
- Bom, essa é nova série que a Ponto Ação, no caso, o lugar onde eu trabalho, vai fazer, e a nossa outra protagonista disse para nós que você tem bastante capacidade de ser do nosso elenco.
- E quem seria essa outra protagonista? Uma fã?
- Priscila Buiar, conhece?
Minha boca se abre por um tempo, e meus olhos refletem as imagens de quando eu e a Buiar estudavamos juntas na faculdade, nós éramos inseparáveis.
- Ah sim, conheço ela sim, estudamos juntas. - rio.
- Perfeito! Mas enfim, essa série fala sobre um relacionamento lésbico entre duas mulheres que se odiavam na faculdade, mas acabaram se casando. Mas o sentido da primeira temporada é falar sobre o esquecimento de memória da Luiza, onde ela só se lembra de quando não aguentava estar perto da Valentina, sabe?
- Ah sim, mas qual personagem eu fui " escolhida" para fazer o teste?
- A Luiza, para a Valentina quem irá fazer o teste é a Priscila Buiar, mas acho que vocês iriam se dar super bem fazendo uma série juntas.
- Não sei se tenho capacidade de fazer uma série assim, principalmente se tiver cenas muito explícitas, sabe?
- Bom, cenas explícitas um pouco tem, mas nada que você não se acostume. Eu olhei alguns filmes que você fez e vi que você é uma ótima atriz mesmo, acho que você se daria super bem como Luiza, falando sinceramente.
- É, obrigada. - sorrio de leve, ainda um pouco insegura por fazer uma série assim.
Nós conversamos por mais algum tempo, ela me falou sobre a fanfic, como iriam gravar certas cenas e como funcionava a equipe da Ponto Ação. Me senti um pouco mais tranquila em relação a isso, mas ainda tinha um sentimento de medo em mim, principalmente por gravar uma série lésbica com a mulher que eu era apaixonada na época de faculdade.
- Vou te mostrar uma foto do nosso pré-elenco. - ela tira o celular do bolso e abre a galeria, me mostrando a foto de alguns atores que estavam fazendo um teste.
- Quem são eles? - olho fixamente para ela.
- Essa aqui é a Ingrid Pedroza, que está fazendo o teste para a Duda, esse aqui é a Priscila Buiar, que você já conhece, e essa aqui é Thomás de Araújo, que vai fazer o Léo, ele foi o único que já passou no teste.
- É tão pouca gente assim?
- Não, ainda falta alguns personagens, mas até agora só esses aceitaram fazer a série sabe? Meio difícil ser uma empresa pequena e já ter muitos atores interessados.
- Ah sim, entendi.
- Mas e então? Você aceita a proposta? - ela guarda o celular e olha fixamente para mim, ainda sorrindo.
Meu coração se acelera um pouco, não sei ao certo o que responder. Será que seria uma boa ideia fazer uma série com a mulher que já fui apaixonada? Não seria meio estranho talvez? Aquelas dúvidas me perseguiam, mas já sabia o que responder.
A/V: Espero que gostem, e desculpem qualquer erro ortográfico ou qualquer coisa, dei o meu melhor!!
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