ani, é pra você! <3
Enjoos, tonturas e desejos.
Ah. Meu. Deus.
Mas será possível?
Sim. Era bem possível sim, levando em consideração alguns fatores.Estava grávida. Grávida, extremamente grávida, totalmente grávida. Vitório comentou muito pouco sobre ser pai, mas era possível ver o brilho nos olhos dele toda vez que estava com Clarinha, para ela era gratificante ter alguém que amasse tanto crianças e que fosse tão amoroso com elas.
Mesmo que Carlito fosse uma peste. Ela sabia que eles se gostavam, perdeu as contas de quantas vezes flagrou os dois cozinhando juntos, fazendo coberturas de chocolate para os bolos e até mesmo beliscando as sobremesas do restaurante. Com Mirela já era mais fácil, ela era mais tolerável e gostava bastante de Vitório, os dois adoravam dissertar sobre poemas e canções românticas, passavam horas em um debate onde ela apenas observava, e sorria.
Mas ainda sim, a ideia de ter mais uma criança depois de 7 anos era assustadora, noites mal dormidas, madrugadas sozinha em claro, a responsabilidade de ter outra vida para administrar. Era tudo muito assustador, porém ela tinha Vitório, e ela jamais a deixaria sozinha. Estava nervosa, é óbvio, precisava pensar e agir, contar ao seu marido que ele seria pai e contar aos filhos que ganhariam um irmão.
Ah Deus.
Estava parada no meio da sala, fazendo as contas de quanto tempo suas regras estavam atrasadas: Um mês e quinze dias. É claro que não percebeu, estava tão preocupada com o novo cardápio do restaurante que sequer olhou para si. E agora, havia uma nova vida para olhar.
Estava feliz? Estava! É claro que estava, sempre quis uma família enorme, por mais que Raul não tivesse movido uma palha para ajudá-la na criação das crianças, ela sempre quis uma família. A ideia de um filho com o homem que ela amava era gratificante, estava feliz,
sim, estava!Então agora estava sorrindo, sorrindo e emocionada, teria um bebê!
Precisava se recompor, afastou as lágrimas que brotaram nos olhos e alisou a região da barriga, não havia quase nada ali, mas ainda assim fazia um carinho singelo ali. A porta foi aberta e junto dela uma gritaria exagerada, seu filho entrou correndo como um furacão e logo atrás seu marido entrou mancando.
— Mamãe! Ele quer me colocar no forno! – seu filho gritou e ela fechou os olhos, acariciando as têmporas.
— Ele me chutou! – Vitório argumentou, passando por trás da mesa.
Então olhou para Mirela, que revirou os olhos antes de sentar no sofá.
— Estão brigando desde que saímos do restaurante. – suspirou, desfazendo a postura no sofá.
Preparou-se para apartar a briga, bateria em Vitório e puxaria a orelha de Carlito, mas uma vertigem a impediu, o enjoo que veio a seguir foi terrível e ela precisou do apoio da cadeira para não encontrar o chão. Em meio segundo, os três estavam a rodeando e em mais um segundo, estava sentada no sofá.
— O que está sentindo? – Vitório perguntou, afastando seus cabelos.
— Foi só uma tontura. – respirou fundo, afastando o enjoo, encostou no braço dele e o olhou. — Estou bem.
Mirela lhe entregou o copo de água e ela quase colocou tudo pra fora ao tomar o primeiro gole.
— Vou chamar um médico. – ele se levantou e ela o segurou pelo braço.
— Não precisa. – disse calma, puxando ele de volta para o lugar. — Sei muito bem o que isso significa.
— Sabe? – perguntou depois de alguns segundos. — O que significa?