Essa não é uma história só sobre amor, mas sobre todo o resto. Sobre as dificuldades, os momentos felizes, os erros e os acertos também. E ela começa muito antes do dia de hoje.
Mais especificamente no dia 6 de junho de 2000. O dia do meu aniversário.
Meu nome é Lee Haechan e eu já nasci sendo muito amado. Meus pais me desejaram por dois anos antes de finalmente me conceberem, e esse amor se estende à toda nossa família e amigos já que eles acompanharam a preparação e o sofrimento que minha mãe passou pra me ter. Por alguma brincadeira do destino, de três irmãs, ela era a única que casou depois dos trinta. Além disso, ela também foi a última a ter filhos — e não porque quis. Ela não gosta de falar sobre, mas alguma condição em sua saúde tornava a gestação quase impossível para ela.
E é por isso que eu sou bebê arco-íris dela. O filho que veio depois de várias gestações perdidas.
É claro que meu pai também sofria com a perda e a tristeza da esposa, mas nada se compara a ver seu filho ainda não formado ser expelido pelo seu próprio corpo. O corpo que, segundo a biologia, deveria dar a luz sem maiores complicações já que foi feito para isso.
A minha história de amor começa com o amor que nasceu entre duas mulheres. Ainda na maternidade, minha mãe saía de seu leito para me visitar escondida, só pra ter certeza que eu estava bem, mesmo sabendo que nasci perfeitamente saudável. Em uma de suas fugas, ela conheceu Lee Haewoon.
Também apelidada carinhosamente por mim como "dindinha". Mas nesse dia, minha mãe ainda não sabia que amaria tanto aquela desconhecida que a chamaria para me batizar.
"Aquele alí é o meu" — minha madrinha disse ao parar do lado da minha mãe, apontando para o vidro do berçário. Seu rosto estava inchado de tanto chorar. Minha mãe não sabia se devia perguntar o motivo, então falou sobre o bebê.
"Ele é bem grande" — sorriu. — "Parece ser saudável"
Os olhos da minha madrinha se encheram de lágrimas. Ela deixou sair um choro tão carregado que minha mãe entrou em pânico e começou a chorar junto. Mais tarde, ela descobriu que o bebê não era recém nascido. Na verdade, minha madrinha também tinha a saúde frágil. Depois de perder muito sangue no parto, ela precisou ficar internada por um longo tempo e ainda pegou uma pneumonia hospitalar.
O que impediu que ela acompanhasse os dois primeiros meses do filho. Nem amamentar ela podia.
Naquele momento, já recuperada, ela estava chorando de felicidade. Porque seu filho não tinha puxado a fragilidade da mãe e teve um início de vida perfeito.
Por algum motivo, minha mãe também dividiu sua experiência e preocupações com a mulher ainda desconhecida. Na dor, as duas encontraram semelhanças e força para continuar. E dali nasceu uma amizade que dura até hoje.
Lee Mark e eu fomos vizinhos de berço por algumas semanas. Segundo minha dindinha, eu sempre o acordava no meio da noite berrando de fome, mas parava de chorar quando ouvia Mark chorar também. Como se minha urgência fosse menos importante que a dele, ou só não quisesse atrapalhar. Talvez estivéssemos brigando por atenção também.
Todas essas possibilidades rendiam risadas e comentários entre as mamães e visitantes que passavam por aquela área da maternidade de vez em quando, sem contar nas histórias que as enfermeiras inventavam em suas mentes. Histórias de amizade, rivalidade e amor.
Minhas primeiras noites em casa foram turbulentas, segundo meu pai. Eu sentia falta do choro de Mark sobrepondo-se ao meu, e do colo da minha dindinha, que sempre aparecia no meu horário de mamar. Algumas semanas depois, o destino brincou conosco mais uma vez.

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A Playlist do Amor
FanficHaechan foi apaixonado por Mark desde o primeiro segundo de sua vida, mas nunca foi correspondido. Nessa história, ele conta com detalhes sobre eventos marcantes que teve ao lado do melhor amigo de infância e dedica uma música a cada um deles. Será...