trinta e sete | surpresa!

113 12 12
                                    

"Porque eu não posso evitar se você parece um anjo

Não posso evitar se eu quero te beijar na chuva

Então, venha sentir essa magia que eu sinto desde que te conheci

Não posso evitar se não há mais ninguém

Eu não posso me segurar."

Hey Stephen - Taylor Swift

-

Abri os olhos sentindo eles um pouco pesados, e demorei a conseguir focar na imagem à minha frente. A primeira cor que consegui identificar foi branco, além de uma luz clara e forte vindo de uma das lâmpadas do teto.

Eu com certeza não estava no meu quarto.

Remexi na cama me sentindo meio dopado e com a boca tão seca, que quando engoli a saliva eu senti como se estivesse acabado de engolir areia, e fiz careta com o esforço. Fiquei algum tempo tentando focar minha visão e relembrar dos últimos momentos, e só quando vi pela minha visão periférica alguém se aproximar, que eu olhei para o lado e vi a Diana cada vez mais perto da cama onde eu estou deitado. Seu rosto e olhos estão vermelhos, a feição preocupada, e foi aí que comecei a me lembrar da minha reação alérgica.

Eu ainda estou no hospital.

Com cautela ela levou os dedos finos ao meu rosto, tocando de leve, desenhando meus traços, de um jeito tão carinhoso e delicado que acabei fechando os olhos. Do meu rosto suas mãos subiram para os meus cabelos e ela fez um carinho tão gostoso que acabei ronronando.

— Que gostoso. — minha voz saiu estranha por minha garganta estar tão seca e acabei pigarreando para tentar limpá-la — Posso beber água? — pedi baixo e ainda com a voz estranha. Diana me soltou e pegou uma garrafa de água mineral que estava em uma mesa de cor creme na lateral da cama e colocou um pouco num copo descartável, antes de me entregar.

Levantei um pouco o corpo da cama, enquanto aceitava o copo e bebi todo o conteúdo em segundos. Entreguei o copo vazio a ela, que o pegou da minha mão e voltou a colocá-lo em cima da mesa. Para alguém tão falante, estranhei estar tão calada. Reparei melhor nela e vi que seus olhos estavam marejados e cheios de culpa e preocupação.

— Por que está tão quietinha?

— Você me assustou. — ela disse num sussurro.

— Desculpa, devia ter te contado sobre a minha alergia.

— Devia mesmo, visse. — usou seu tom bravo para me repreender e eu acabei rindo. — Você ainda tá vermelho, mas tá mais parecido com você agora. — ela murmurou ao voltar a analisar meu rosto.

— Fiquei tão feio assim?

— Ficou parecendo um baiacu, todo inchado. — dei uma risada alta e ela me olhou feio e estalou a língua.

— Acho que não fiquei tão mal, devia ter tirado uma foto pra guardar de recordação.

— Desculpa se no meu desespero não deu tempo de tirar uma foto sua. — rebateu cruzando os braços e ficando ainda mais brava — Estava mais preocupada em sei lá... salvar sua vida.

— Me enganei com você, achei que fosse inofensiva e quase me matou. — falei rindo e acabei ganhando um beliscão — Aí, aí, ainda me bate depois de tudo, acho que precisamos repensar esse nosso arranjo, tá muito insalubre.

— E você tá muito abrasileirado, não era tu que era gringo?

— Convivência, baby. — pisquei pra ela que bufou, me fazendo rir — Agora deixa de marra e vem aqui ficar comigo, tô precisando de muito chamego depois disso. — me movi um pouco para o lado esquerdo da cama, e abri o lençol para que ela pudesse se deitar ao meu lado, ela me olhou com o cenho franzido e antes que pudesse rebater eu completei — Vem logo, não quero ficar sozinho aqui.

Linhas Invisíveis - Theo's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora