"Por que você é assim?! Nunca faz nada direito, eu só queria que você morresse, sua merdinha!!" Essas eram as palavras que eu ouvia da minha "mãe" por muito tempo. Não sei se posso chamá-la assim, já que mãe deveria cuidar, mas ela nunca fez isso. Sempre me virei sozinha.
Sempre que contava minha história, as pessoas perguntavam: "E seu pai?" Nunca o conheci, e se um dia o visse, não sei como reagiria. Parte de mim sentiria tristeza e perguntaria por que me deixou com ela, enquanto outra parte sentiria raiva e quereria responsabilizá-lo por tudo que passei com ela.
Cada vez que ela me machucava, dizia que era para me fortalecer. Lembro-me das noites em que ela chegava tarde, trazendo consigo um rastro de álcool e desconhecidos que me olhavam estranho. Eu me sentia sozinha e assustada,tinha medo do que eles poderiam fazer comigo, mas aprendi a me esconder nos cantos da casa até que eles dormissem e tudo ficasse em silêncio novamente.
Às vezes me pergunto como seria se tudo fosse diferente. Será que seria uma pessoa diferente? Conseguiria realizar meus sonhos? Mas afasto esses pensamentos. Talvez em outra realidade, as coisas fossem melhores, mas não nessa. E isso me entristece. Mesmo assim, guardo uma pequena chama de esperança de que um dia tudo possa mudar, de que um dia eu possa encontrar meu próprio caminho para a felicidade.
Até que um dia, criei coragem e fugi. Minha mãe havia chegado mais bêbada do que o normal, e milagrosamente, estava sozinha, apesar de eu ter apenas 13 anos na época. Devido às péssimas condições de vida e à má alimentação, minha altura era equivalente à de uma criança de 8 anos, apenas 1,48m, então foi fácil passar despercebida por ela.
Nunca havia corrido tanto como naquele dia. Morávamos em uma fazenda isolada de tudo, então tive que andar por bastante tempo até encontrar uma casa. Já quase vencida pelo cansaço, não pensei duas vezes e bati na porta desesperadamente, com medo de que minha mãe aparecesse e me levasse de volta para onde tudo começou. Quando a porta se abriu, apareceu um homem com quase dois metros de altura, bastante forte e robusto. Qualquer pessoa normal teria ficado com medo, mas eu não consegui pensar direito antes de desmaiar na varanda de sua casa.
Depois desse dia, ele me acolheu como filha. Nos primeiros meses de adaptação, foi difícil. Eu tinha medo de cometer algum erro e ele me machucar como minha mãe fazia, mas ele nunca o fez. Sempre foi muito paciente e dizia que estava tudo bem, que errar era totalmente normal para seres vivos. Pela primeira vez na vida, eu me senti acolhida, me senti amada. Ele tinha quatro filhos homens, todos entre dezessete e vinte anos, mas não tinha esposa. Os filhos dele me acolheram como uma irmã.
Por um tempo de 3 meses, eu vivi sem medo, até o primeiro acontecimento. Era de madrugada e eu estava dormindo, até sentir como se estivesse flutuando. Pensei que fosse um sonho, mas quando abri os olhos, estava tudo voando, inclusive eu. Fiquei com medo e comecei a gritar. Meus cabelos, que antes eram pretos, estavam brancos como a neve, e meus olhos vermelhos como rubi. Em minha cabeça, tinha um par de orelhas de coelho e em meu sacro, tinha uma bolinha de pelo branca, também de coelho. Fiquei assustada, meus gritos acabaram acordando o homem que descobri se chamar John e seus filhos que eram Benjamin, Edward, Sam e Jared. Eles entraram no quarto assustados e assim que me viram flutuando, ficaram ainda mais. John tentou me acalmar, dizendo que estava tudo bem, que não era para ter medo. Então, fui me acalmando e quando estava no chão, John foi correndo me abraçar. Eu comecei a chorar pensando que era um monstro e que eles iriam me abandonar, mas muito pelo contrário, eles me acolheram ainda mais. John e seus filhos começaram a me treinar, já que para minha grande surpresa, eles também tinham poderes. No começo foi difícil controlar, mas depois foi tudo beleza. Descobri ter poderes como agilidade e velocidade elevada, fertilidade energética, astúcia e inteligência estratégica, sorte e sincronicidade, camuflagem e ilusão, entre outros poderes.
Depois que descobri sobre eles, comecei a treinar como louca. Levantar tratores, pneus, subir montanhas sem equipamento, correr a fazenda inteira e outras coisas que qualquer ser humano normal não aguentaria. Quando completei 16 anos, já conseguia controlar meus poderes. Sobre a orelha, o pompom, meu cabelo branco e os olhos vermelhos, eles nunca sumiram. Já tinha me acostumado com essa aparência e eu amava ela. Também descobri que meu corpo aguenta coisas absurdas, como balas, temperaturas absurdas, etc.
Quando completei 18 anos, decidi que iria virar super-heroína para defender pessoas como eu, que sofriam nas mãos de pessoas más. Logo, o nome Cinnamon começou a sair em todos os jornais do mundo, a nova heroína que defendia os mais fracos. Quando comecei a ficar famosa, a Vought me quis. Recusei e disse que odiava ser controlada. Eles falaram que quando eu mudasse de ideia, era só procurá-los. Naquele dia em que me chamaram, acabei esbarrando no Capitão Pátria. Rapidamente pedi desculpas e continuei andando. Se eu soubesse o que minha vida iria virar, nunca teria ido para aquele prédio.
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cinamarron - the boys
Fanfiction"Eu não sabia o que estava fazendo aqui. Lembro-me de já ter dito que não iria aceitar viver esse inferno que é 'os sete'. Não era louca o suficiente para isso. Sabia que iria perder todos os meus direitos como mulher." plágio é crime !! peguei a ca...