I LOOK AFTER YOU - ᴴᵃᶦᵏʸᵘᵘ ᶠᵃⁿᶠᶦᶜᵗᶦᵒⁿ

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             LEAL - Djonga

Sábado - 05:37AM

--Bom dia, senhor! Já sabe o que vai pedir?

UM SORRISO singelo estampava o rosto pálido cumprimentar o idoso

--Um café forte para viagem.

Simples e curto, o tal senhor respondeu.

Agora apreensiva, Keiko apenas se recolheu para buscar o café.

Deixei a bicicleta parada na grama do quintal e me apressei em correr para a porta.

Hoje está muito frio - e eu, como a bela esquecida que sou, não levei meu casaco para o trabalho-.

Tiro os sapatos e os organizo na entrada, notando a casa silenciosa.
Esse lugar me deixa triste, sua energia me parece negativa e tudo aqui em casa se torna mais monótono.

De qualquer forma, subi as escadas em direção ao meu quarto -não posso deixar de dizer que tropecei em alguns degraus- que estava milagrosamente organizado.

Com a mochila em qualquer canto e meu uniforme em mãos, parti em direção ao banheiro.

🏐

Depois de um banho relaxante - até demais, se pudesse eu me cozinharia ali - vesti o uniforme do meu time, arrumei minha bolsa, e fui fazer minha famosa vitamina de morango antes de ir.

Com a casa já fechada, um fone, e a bicicleta em mãos, sai em direção a quadra que eu treino.

Ao chegar, fui recepcionada por olhares tortos e cochichos. Não que eu jamais esperasse que isso fosse acontecer, de qualquer forma.

--Boa tarde, meninas!
Mesmo com toda a tensão direcionada a mim, não me importei em deixar de sorrir.

Nenhuma resposta.

Me abaixei para guardar a bolsa, quando meu treinador me chamou, e, apreensiva, o segui

--Maya, vou ser direto com você. Tu sempre foi uma ótima pessoa, e uma ótima jogadora também, por mais que suas colegas não tenham percebido isso ainda. - ele respirou fundo, e eu já podia sentir minhas mãos tremerem -
Infelizmente, tive que tomar uma decisão. As garotas ficaram chateadas por perder a chance de ir para o regional e, estão dizendo que se você não sair, elas saem. Você está expulsa, Akimaya.

Os meus sentidos diminuiram e o zumbido se fez presente.
Minhas memórias em quadra passaram como um filme na minha mente; todas as vezes que eu as ajudei, que aceitei ter meu lugar tomado, quando aceitava o que diziam, tudo.
Me doí pensar que elas disseram isso de mim. Meu peito apertou e tudo pareceu mais pesado

Elas realmente vão me tirar assim? Por um erro?

--Tudo bem.

Um sussurro quase inaudível saiu da minha garganta, foi tudo o que consegui.

Não pensei duas vezes em pegar minha bolsa e sair de lá, não tive coragem de olhar nenhuma delas.

As lágrimas se acumulavam, e minha vista embaçou.

Elas estavam certas,

Eu sou definitivamente inútil.