Drogo & Meghan - Trilogia Irmãos Bartholy - Livro 1

25. Sua companhia

Drogo

        Senti-me mais aliviado depois daquela corrida. A adrenalina consumia minhas veias e ver Meghan sorrindo ao meu lado, foi a maior satisfação. Nossa jornada aqui está quase acabada. Nem quero ver o que Nicolae vai fazer. Mas temos que arcar com as consequências. Eu tenho.

        Estamos deitados prontos para "dormir". Meghan estava ao meu lado na cama, mas parecia ainda distante. Essa barreira de travesseiros que ela fez, parecia o muro de Berlim. Eu queria dormir abraçado a ela, mas tinha medo de não me controlar. Parecia ainda está receosa. Eu também estou. Melhor continuarmos assim ainda, nos conhecendo. Nada muito sério. Quando eu não me decepcionar de novo, darei o próximo passo.

        Ela se vira para me olhar.

        — Não tem jeito. Vampiros não dormem. Ou quase não dormem — riu para mim. Um sorriso terno. — Diga-me, Drogo, por que não somos como retratam os filmes?

        Boa pergunta! Nicolae sempre falou conosco sobre a origem dos vampiros e dos sobrenaturais em geral. Fora Sebastian Jones que dá aulas sobre isso também.

        — Nicolae sempre nos falou que a evolução está presente em tudo. Um dia, os vampiros não podiam andar sob o sol, ou quando tomavam banho em água corrente, se desintegravam. Porém, existe o fator evolutivo. Todo ser se adapta ao meio em que vive. Como os vampiros iriam conseguir viver tranquilamente aqui na terra, se não pudessem coexistir e se adaptar com as outras raças? Isso vale para os lobisomens também. Na lua cheia, eles ganham a forma humanoide da sua espécie, mas, mesmo assim, conseguem ter resquícios de consciência, por mais que ainda o instinto predomine. Por isso não atacam qual quer um, e também preferem viver em bandos, longe da cidade.

        — Então Darwin estava certo. Seleção natural. Sobrevive o mais forte no meio. Os vampiros que não se evoluíram acabaram morrendo. E os que evoluíram, facilmente conseguem ter uma vida como qualquer outro ser. É uma teoria válida.

        — Esses vampiros que você fala, os que morreram por não se adaptar, são considerados Vampiros Lendários. Segundo Nicolae, os Vampiros Lendários foram os mais fortes da raça. Dois nomes populares que até humanos estudam em história: Vlad Drácula Tepes e Elizabeth Bathory. Eles eram Vampiros Lendários e os mais cruéis.

        — Uau... Elizabeth Bathory, a condessa sangrenta. E Vlad Drácula, o Empalador. Histórias horripilantes.

        — Sim. Esses são tenebrosos. — Apoio minha cabeça na mão, ficando de frente para ela. — Meghan, o que está pensando disso tudo? Deve achar que sou um garoto impulsivo e irresponsável. Mas eu queria mesmo me evadir daquela cidade sufocante.

        — Eu gosto do seu jeito. Mas percebi que somos opostos. Sou controladora demais e você rebelde demais.

        — Dizem por aí que os opostos se atraem. Então estamos no caminho certo.

        Eu sorrio, ela retribui. Ficamos um tempo nos analisando. A sua beleza era encantadora, como a de uma sereia.

        — Vamos dormir — fala, quebrando meus pensamentos. — Esqueceu que temos que encontrar com aquele mafioso amanhã?

        — Como você sabe disso?

        — Sou investigadora policial, esqueceu?

        — Ahhh... É mesmo. Então, boa noite. Sherlock Holmes — falo de uma forma zombeteira.

        — Boa noite, Cat Noir.

        Ela ri com essa comparação ridícula.

        — Eu mereço!