Dia 1

765 68 8
                                    


"Você parece uma merda."

Lena revira os olhos com a saudação enquanto se senta no assento ao lado de Veronica. A mulher está usando um de seus habituais vestidos sem ombros para exibir aquela horrível tatuagem de cobra - não que Lena vá dizer sua opinião sobre isso novamente. A CEO agradece à atendente que lhe serve um pouco de vinho e ela toma um longo gole antes de encarar a mulher à sua frente.

"Estou administrando uma empresa multibilionária, Ronnie", diz ela, cansada. "Me dá uma folga."

Veronica apenas ri e inclina a cabeça. "Pelo que parece, você também precisa transar."

Lena olha fixamente para isso, mas ela não diz nada, apenas olha em volta enquanto bebe seu vinho. Ela não precisa transar. O que ela precisa é cumprir três prazos que vencem nas próximas semanas, principalmente um que exige sua atenção especial. E daí se ela não teve ninguém desde Jack? Ela é uma mulher brilhante. De juventude e poder, e ela certamente não precisa ceder aos desejos humanos, especialmente aos sexuais. Ela está além disso.

"Ou você sabe. Apenas mero contato humano", Verônica se retrai, e quando Lena olha para ela, a outra mulher tem uma expressão mais próxima da preocupação. Não é uma emoção que ela costuma associar a Veronica Sinclair, que praticamente vive fora da lei, mas ela é uma das raras amigas de Lena – as poucas pessoas que realmente se importam com ela, e não apenas porque seu sobrenome é Luthor e ela é provavelmente a mais poderosa mulher, se não pessoa, em National City. A preocupação em seus olhos faz Lena franzir a testa.

"Serei a primeira a dizer que detesto o contato humano que não rende dinheiro em minhas mãos", Veronica continua encolhendo os ombros, o que Lena sabe que é uma tentativa de parecer uma vadia insensível, "e eu sei que você não confia em nada que não seja científico, mas tenho certeza de que você sabe que o contato humano real melhora a saúde e o bem-estar e reduz o estresse. Deus sabe o quanto você precisa dessa última parte."

Lena olha para a amiga incrédula. Ela estala a língua nos dentes e percebe que seus ombros estão tensos, e quando ela os relaxa, Verônica sorri suavemente. A mulher desliza o que parece ser um cartão de visita pela mesa.

"Meu, ah, conhecido dirige uma empresa que fornece serviços profissionais de carinho. Que ele chama de cuddler." Ao levantar a sobrancelha de Lena, Verônica ri. "É uma empresa real e legítima, então você não precisa se preocupar com a legalidade da coisa."

Lena continua olhando para a mulher, mas pega o cartão e o examina.

"Basta tentar." Verônica dá de ombros. "O melhor que você pode ter é melhorar a si mesmo para continuar dominando o setor. O pior é, bem." A mulher sorri. "Alguém sem emprego pelo resto da vida, suponho."

-

Lena se recosta na cadeira e olha para o cartão preto comum em suas mãos. Ela está em seu escritório e está pensando em pedir a Jess para investigar a empresa para ela, mas ela realmente não quer arrastar sua secretária para alguma loucura. Verônica quer que ela verifique. Pelo que ela sabe, é uma das pegadinhas mais elaboradas de Ronnie. Ela suspira e pensa no que a mulher disse. Ela tinha razão; ela não fez nada além de trabalhar nos últimos meses - ou, meu Deus, anos - e embora massagens profundas e quiropraxia não tenham feito nada além de milagres para seu corpo, ela sabia que o toque real era diferente. E não o toque sexual, apenas o contato físico íntimo e platônico que, esperançosamente, ajudaria no funcionamento interno de seu cérebro e melhoraria suas capacidades sociais e de desenvolvimento.

Não parecia tão ruim também; ao consultar o site, ela fica satisfeita em saber que seus carinhos profissionais são todos certificados e seguem um código de conduta rígido em cada sessão. Eles podem ser estranhos, mas o site oferece um artigo para cada abraçador para que ela possa pelo menos conhecê-los. O serviço custa oitenta dólares por hora, excluindo despesas de viagem e afins. Não que o dinheiro fosse um problema para ela, de qualquer maneira. Eles também tinham verificações de antecedentes, não que Lena não pudesse fazer uma verificação mais completa por conta própria, além de uma opção de confidencialidade.

HOLD ME, MY DEAR - AND DON'T LET GO - SUPERCORPOnde histórias criam vida. Descubra agora