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demi
2016, julho.

Phill me encarava com raiva. Eu sabia que aquela feição significava muita raiva.

Os papéis na mesa dele já haviam me feito chorar o suficiente para não ligar para a raiva dele.

- O que Wilmer acha disso? - Ele juntou as mãos, me encarando.

Eu odiava aquelas reuniões e evitava a todo custo, por que era sempre a mesma coisa - "o que fulano acha disso?" "o que acha que seus fãs vão achar disso?" "eu acho que" "devemos fazer tal coisa" "pare de fazer isso".

- Eu ainda não falei para ele. - Respondi. - Mas independente do que ele ache, eu irei continuar. - Ditei.

Phill cruzou os braços.

- Tem certeza disso? - Ele perguntou, se inclinando na minha direção. - Isso é uma vida. Seu corpo vai mudar, sua vida vai mudar. Daqui uns meses provavelmente não vai poder fazer shows nem tomar seus remédios.

Eu já sabia de todas aquelas coisas. Eu havia pensado nelas a noite toda, remoendo se merecia ou não aquele bebê.

- Eu tenho certeza. Apenas vim te comunicar.

- Isso é loucura, Demi. Você está entrando no ápice da sua carreira, a turnê com Nick começa daqui algumas semanas.. Como vamos fazer isso?

Revirei os olhos.

- Como eu disse, apenas vim te avisar. Irei passar num médico, conversar com Wilmer e meus pais. - Me levantei. - E então, nós podemos conversar sobre a minha agenda.

Peguei os papéis na mesa dele e coloquei dentro da minha bolsa e ele me encarou.

- Eu te ligo.

Avisei e sai da sala.

Desci no elevador até o estacionamento e ao entrar no carro, procurei pelo contato de Wilmer.

Coloquei para ligar e demorou alguns toques para ele atender.

- Demi?

- Wil, oi. Tudo bem? - Perguntei, me ajeitando no banco. Não nos falávamos desde a última reunião para Devonne By Demi.

- Oi, nena. Estou bem e você? - Ele respondeu, parecendo meio ofegante.

- Bem também. Você está em LA?

- Estou, porquê? - Ele perguntou e eu ouvi alguns latidos.

- Está correndo?

- Sim. Trabalhei a manhã toda e só tive horário agora. - Ele se explicou.

- Entendi. Eu posso passar na sua casa? - Comprimi os lábios temendo a resposta dele.

- Aconteceu alguma coisa?

- Eu preciso falar contigo, só isso.

- Certo. Estou voltando agora, você está de carro?

- Sim.

- Ok. O portão está aberto. - Ele avisou.

- Até daqui a pouco.