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2016, novembro.
demi

Limpei as lágrimas que desciam insistentes pelo meu rosto e me levantei ao ouvir a campainha.

Prendi meu cabelo de qualquer jeito para trás e envolvi meu corpo com um casaco peludo e caminhei até a porta.

Ao abrir a porta, relaxei o corpo ao ver Wilmer.

— É você. — Dei espaço para ele entrar.

Ele levantou as sacolas que segurava com um sorriso.

— Trouxe janta! — Ele encostou a porta, caminhando pelo apartamento.

Minha casa era minúscula em comparação a dele. Eu havia optado por um apartamento ao em vez de uma casa  por um tempo já que era somente eu.

Claro que depois de ter passado seis anos dividindo minha vida com outra pessoa, as vezes me sentia muito sozinha naquele cubículo.

— Eu não estou com fome. — Eu estava.

Me sentei no banco alto da cozinha enquanto Wilmer tirava as marmitas das sacolas.

Ele me encarou confuso.

— Como assim? Minha mãe que mandou. — Ele abriu os potes e o cheiro delicioso se alastrou pela cozinha. — Max disse que vocês passaram o dia na rua.

Cruzei os braços acima da barriga.

E ali estava o motivo para eu não querer comer. Eu estava enorme.

Minha barriga havia crescido monstruosamente no último mês e parecia que eu estava carregando cinco bebês.

— Eu já mandei você parar com isso. — Falei e Wilmer deu de ombros, pegando os pratos e talheres.

— Você não atende o celular.

— Deve ser por que não tenho nada para dizer.

Ele negou.

— Mas se eu estou ligando, talvez tenha. — Ele me encarou. — Por que você não quer comer?

Bufei e apontei para mim mesmo indicando o óbvio.

— Estou gigante. — Respondi e Wilmer cruzou os braços. — E não estou com fome! Já disse.

— Demi, você está carregando uma vida. — Ele deu a volta no balcão, me alcançando. — Você não está gigante. Está linda. — Ele continuou. — E você precisa comer.

Neguei.

— Não. Pode comer aí. — Me levantei e vi Wilmer bufar.

— Eu odeio isso, sabia? — Ele cruzou os braços, me encarando.

— O que?

— Odeio quando você vira uma menininha de 17 anos. — Ele disse e eu ergui a sobrancelha. — Odeio por que você é a mulher mais forte que eu conheço mas continua teimando que não é. Odeio por que sei que você consegue passar por qualquer obstáculo e odeio mais ainda por que você não confia mais em mim.

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⏰ Última atualização: Oct 04 ⏰

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