Capítulo II - Aqueles que vieram de fora

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Vamos pular os detalhes da aterrisagem pois tudo que ocorreu foi: gritos, medo, coisas quebrando, animais rugindo e criaturas vomitando. Sendo assim, não entraremos nesses detalhes que, cá entre nós, são meio vergonhosos. Falaremos, então, das partes sangrentas... que essas me são muito mais agradáveis.

A nave cobria todo o campo de futebol das crianças do bairro e um pouco mais, a grama bem cortada estava em chamas e toda revirada; as traves dos gols não podiam mais ser vistas no meio de todo daquele caos de ferros retorcidos (as crianças, coitadas, não sabiam se ficavam eufóricas por ver Ets ou no puro ódio em ver seu amado campinho destruído). O lado positivo, é que a cidade não possui prédios então apenas umas casas de dois andares, uma torre de sinal e uma caixa d'agua (de uma escolinha) acabaram por ser atingidas.

Agora você me pergunta: mortes?

E eu te digo: Não.

E você: feridos?

E eu: provavelmente muitos!

Aí você lembra dos veio do barzinho.

E eu te digo: Ah...

Antes de nos concentrarmos nessas questões, vale lembrar que existe mais uma nave circulando os céus dessa cidade tão pacata e, também temos um corpo caído em algum lugar dela.

Assim, depois deste belo pouso forçado e depois de muitas luzes pararem de piscar e alarmes de alerta pararem de deixar todos loucos com seu barulho estrondoso e irritante, algumas criaturas peculiares foram vistas (note que nem todas são "peculiares").

Aqueles que se encontravam com televisões ligadas, mesmo as pessoas do outro lado do mundo, puderam apreciar as imagens transmitidas da nave pela inteligência que a governava (sim, a rapariga teve a audácia de invadir todo o sistema de transmissão do FUKING PLANETA!).

Voltando ao que interessa, as pessoas viram: uma garota, sim uma garota, mas não do tipo que você olharia e esqueceria no segundo seguinte, mas sim dessas que você olharia uma vez e depois outra e depois mais uma só pra ter certeza do que seus olhos estão vendo direito. Ou seja, a bicha foi agraciada pelos deuses com beleza (uma característica notável em, praticamente, todos os alienígenas que veremos, afinal, meus olhos veem beleza em tudo que existe.), de olhos verdes marcantes, cabelos negros e pele que não vê uma luz solar a gerações (não, ela não é um vampiro). Tamanha beleza deu origem as seguintes falas:

- Ainda tem vomito na sua cara, é meu? - perguntou, fazendo uma careta para seu colega.

Do seu lado estava uma criatura que você não saberia classificar e, cujo a pele era de um delicado tom de roxo claro, seus cabelos eram avermelhados e, é claro, suas orelhas são pontudas (eu diria: que gato! e você tenta imaginá-lo assim). Ele a olhou com irritação e soltou uma série de palavras que não podemos compreender, mas que certamente não eram nada agradáveis.

Enquanto esses conversam amenidades, na sala de controle temos uma navegadora baixinha, loira e, adivinha? Bonitinha, mexendo freneticamente nos controles da nave. Ao seu lado, meio distorcido pelas falhas nos sistemas, era possível notar uma projeção de mulher (quem sabe mais tarde eu a descreva para você.).

-E-estou liberando os SAI para procurá-la. - A projeção desapareceu com um ruído nada animador e apenas sua voz mecanizada ressoou pela nave. (pense em SAI como minis drones com câmeras, por enquanto) - p-preciso que alguém verifique e repare manualmente alguns componentes...

A partir daqui se seguiu uma longa lista de tarefas que a Falha repassou para a Loirinha e para O deus grego, que já estava embrenhado em suas entranhas metálicas concertando tudo que fosse possível. O perfeito exemplo de eficiência e boniteza (que descreverei com muito, muito prazer para vocês, amigas mortais). Lá estava nosso deus grego, negro, poderoso, de cabelos pretos e de olhos amarelos intensos. Infelizmente nada entendemos de sua conversa com a Falha, então seguiremos para a próxima da lista.

Bem, é de se imaginar que ser sugada para fora de uma nave em queda enquanto atiram em todas as direções e destroços dessa mesma nave paira ao seu lado quase te despedaçando, mate alguém (as chances são realmente altas). Para o choque te todas as mentes humanas, isso não aconteceu. Explico, ela caiu feito fruta podre no chão, destruiu um ou dois telhados antes de afundar no motor de um caminhão a muito estacionado na rua, mas, porém, entretanto, todavia não recebeu mais que uns poucos arranhões superficiais e agora corre pelas ruas como uma pequena gazela saltitante.

A Gazela é, acredite em mim, a manda chuva da parada toda e, como os outros, portadora de grande beleza com seus cabelos medianos e cacheados, pele que pode ser descrita como parda e belos olhos castanhos escuros. Era notável sua expressão de preocupação, já que de seu ponto de vista podia vislumbrar a aterrissagem da nave que os perseguia espaço a fora.

Fazendo uma curva abrupta entre carros estacionados sob a calçada e a parede, Gazela quase atropelou duas queridas humana que fugiam da balburdia que uma criatura que parecia um cruzamento entre os reptilianos (lagarto, para os leigos) com alguém possuído pelo demo. Rapidamente, "invocou" (imagine uma tecnologia capaz de responder aos seus pensamentos e criar coisas a partir de outras coisas) o que parecia um curto bastão de alumínio. O instrumento tomou a forma de uma espada (sim, uma espada) que Gazela usou para interromper o ataque do Lagarto, que poderia ter dado cabo da vida das duas humanas.

Surpreendido, o Lagarto não teve como se defender da investida de Gazela que se aproximou e o acertou com o soco na cara bonita e escamosa, logo depois ele se encontrava empalado pela espada. Gazela olhou para as humanas, pareciam crianças pequenas comparada com seu tamanho, já que a mais alta pouco passava da sua cintura em altura, e observou seus gritos e balbucios na língua que ainda não dominava. Não tinha tempo para conversas que não entendia e decidiu voltar para sua corrida até a nave caída.

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⏰ Última atualização: Jun 19 ⏰

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