𝗙𝗲𝗹𝗶𝘇 𝗔𝗻𝗶𝘃𝗲𝗿𝘀𝗮́𝗿𝗶𝗼, 𝗗𝗮𝘇𝗮𝗶.

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ATENÇÃO!

Este capítulo contém conteúdo sensível, menção a suicídio e automutilação. Caso você não goste ou se sinta desconfortável com este tipo de conteúdo, não leia.

Boa leitura!

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Era meia-noite.

Nenhuma alma viva perambulava pelas ruas de Yokohama, até mesmo a de Dazai.

Ele estava sentado em sua cama encarando seu reflexo no espelho. A máscara estava lá. Intacta e impenetrável. Sem nenhuma expressão ou emoção.

Ele se esforçou tanto para aprender a  esconder seus sentimentos que esqueceu de aprender a encontrá-los.

Ele criou tantas versões de si que não faz a menor ideia de qual é seu verdadeiro eu.

Sua versão animada e irritante? Não. Era apenas mais uma das inúmeras máscaras.

Sua versão séria e impiedosa? Não. Aquela também era mais uma. A qual ele se protege do... mundo.

Sua versão neutra e sem emoções? Não... eu acho.

Ou sua versão a qual ele é apenas uma criança indefesa e vulnerável no corpo de um mafio-

Não. Com certeza não.

Dazai encarava seu reflexo com um ar melancólico, por mais que não houvesse nenhuma expressão em sua face que indicasse isso.

Mais um ano se passou. Mais um ano vivo. Mais um ano de sofrimento.

Agora ele tem dezoito. O que é uma surpresa, até porque ele seguia fielmente a ideia de que não passaria dos quinze.

Seus olhos deslizaram do seu reflexo morto para suas ataduras. Estavam velhas e amareladas, indicando que já estava na hora de trocá-las.

Mas ele não faria isso, até porque seria uma grande perda de tempo.

Não há uma melhor data mais especial para cometer suicídio sem ser a do seu aniversário.

Dedos longos alcançaram uma gaveta, abrindo a mesma e retirando uma lâmina dali. A luz fria e mórbida originada de um pequeno abajur refletiu no metal, fazendo-o brilhar.

Dazai arrastou para cima uma atadura  que escondia seu pulso cheio de cicatrizes de um passado de maus tratos e automutilação. Ele posicionou a lâmina em seu pulso. Se pressionasse o metal com muita força, com certeza seria um homem morto.

Dazai suspirou.

Tudo acabaria.

Ele não precisaria mais se preocupar com a máfia, sua dor, seu passado, e...

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