Era início de abril, o ano era 1874. Quando Celine Darcy, com seus pensamentos profundos relacionados à natureza. Estava em pé, em frente a demasiada janela que ficava mais a frente do quarto. As demais órfãs estavam no andar de baixo almoçando.
A garota estava com um vestido meio curto, meio amarelado, com uma bota preta comum. Era o fardamento predominante das órfãs, e dos órfãs era um terno preto.
A pequena jovem estava com um bilhete em suas mãos brancas como a neve.
Eulália a enviava bilhetes secretos às escondidas. Quando todos estavam adormecendo. Todas as madrugadas, a senhora colocava um bilhete debaixo da porta, para que a Celine pegasse e lesse."Minha pequena, os dias têm ficado bastante dificultosos para mim. Estou a cada dia com mais saudades de você.
A vejo como uma filha querida. Vi você pela janela do seu quarto. Você está bastante perfeita. Seus olhos verdes como uma folha, seus cabelos pretos como um carvão e sua pele tão branca quanto uma neve. Seus pais ficariam orgulhosos de ver a garota admiradora que você se tornou. Eu te amo!"Com amor, Eulália.
Lágrimas profundas desciam de seus olhos. A garota nunca tinha visto a Eulália, mas podia sentir um amor imenso por ela.
E era gratificante ler todas as cartas escritas na tinta, pela senhora.
Foi quando a Celine escutou passos bruscos vindo em direção a seu quarto. Ela sabia que era o Adolfo, e que ele ficaria conturbado se soubesse disto.- Por que você está sozinha no quarto? - Adolfo perguntou bruscamente.
Com sua roupa de sempre, um terno marrom.- E- E- Eu estou admirando esta bela vista.
- O que seria isto em sua mão? É uma carta?
- Isso não é da sua conta.
- Não me falte com respeito, sua menina cruel. - Adolfo sem piedade alguma, puxa a carta da mão de Celine, e rasga bruscamente.
- Por que você fez isso? São as únicas sobras que tenho da Eulália. A senhora que me trouxe aqui. - Celine cata as sobras do bilhete, que definitivamente estão molhadas com suas lágrimas. - Acho que na verdade, o único cruel é você.
- Se apronte para o jantar. E não pegue mais estes bilhetes. - Adolfo vai embora.
Adolfo, que sentia muito pelo que fez, tinha que ser rude com as crianças, com a Celine em específico.
Após sua retirada de satisfação, ele bateu a porta agressivamente. E Celine que não se rendia facilmente para a tristeza, se desabou sobre o chão, tentando concertar o que o Adolfo fez. E suas lágrimas eram pesadas, e molhava as sobras das cartas.
Chorando desesperadamente, outros passos vinham em direção ao quarto feminino, só que dessa vez não era passos bruscos, eram passos leves. E por algum motivo, reconfortava a jovem. Olhando fixamente para a porta - ainda muito ofegante e triste - Celine pôde ver quem eram... Era o Bernado.
O único menino do orfanato que a Celine se permitia a começar um diálogo sútil. O Bernado e a Francesca eram os únicos que que fazia questão da presença da celi.
O Bernado tinha cabelos pretos e olhos tão verdes quanto a Celine. Eles eram surpreendentemente iguais.
E com um olhar confuso e desesperado, ele se aproximou rapidamente da Celine.- O que houve?
- Nada que seja do seu interesse. - respondeu, ainda muito chateada.
- Eu não saio daqui até você me contar. Você não é de chorar. - perguntou, olhando fixamente em seus olhos.
- A mulher que me trouxe ao orfanato ás ordens dos meus pais, me mandava cartas frequentemente. Portanto, o Adolfo não permiti. E rasgou cruelmente esta carta. - explicou soluçando de lágrimas.
- Eu sei que ele não é muito chegado à amizade, mas isso foi um ato completamente cruel.
Bernardo, ainda sentado sobre o chao junto com a Celine, se aproxima um pouco mais a deixando confusa.- O que você está fazendo? - Celine pergunta confusa.
- Estou lhe oferecendo meu abraço. - falou, ainda com os braços estendidos.
- Eu recuso essa oferta. - falou secamente.
- Mesmo emotiva você continua seca, né? - Bernado solta uma risada, deixando o clima ainda mais tenso.
Celine continua sem expressão alguma.
- Desculpa, eu esqueci que estávamos no momento emotivo. É pra mim chorar também? - Bernado pergunto naturalmente. E surpreendentemente, isso fez a Celine soltar uma curta risada, que foi interrompida rapidamente ao ouvirem passos bruscos.
Ambos se encararam, e logo olham para a porta............ Era o Adolfo.
Sua expressão mudou subitamente quando viu a Celine e o Bernado juntos e rindo como se fossem melhores amigos.
Ainda mais furioso, ele grita..- O que vocês estão fazendo aqui? - Adolfo bruscamente bate a bengala no chão.
- Desculpa, senhor, nós já vamos descer para o jantar.
- Eu não estou falando disso. Eu não quero vocês juntos novamente.
- Ah, mas, por que? - Bernado pergunta.
- Porquê sim. Eu não quero perguntas, eu não quero nada. Apenas que vocês se afastem. Está entendido?
- Eu não entendo o.... - Celine, cujo a tristeza já havia sido tomada pelo sarcasmo do Bernado, tenta saber o motivo.
- Está entendido? - interrompe a Celine, ainda muito furioso.
Ambos assentiram.
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Desventuras Em Anvard
FantasyCeline Darcy foi abandonada no orfanato Lotus Home, onde buscava paz para ler seus livros e do mundo real. Após um homem, Timothy Smith, ter decidido adotar a pequena Darcy, eles vivem grandes desventuras na vila Anvard.