Capítulo XV

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Caterina recebeu uma carta. Era de Irmã Chiara de Assis. A carta dizia o seguinte :

“Caríssima Irmã Caterina di Mattia, Paz e bem. 

Se for possível, o que achas de voltar à Assis, para permanecer comigo, Martina e minha mãe Hortolana? Precisamos da sua alegria aqui em Assis. Sei bem que tua missão em Pádua foi concluída com louvor. Rezo a Deus para que continues sendo perseverante.

Assinado, Irmã Chiara.” 

Caterina chamou Irmã Guida em particular. 

— Como assim você vai embora? Depois de tanta luta, tanto esforço? Como? — perguntou Guida.  Caterina sorriu.

— Guida, minha missão aqui em Pádua foi completada. Outras pessoas precisam assumir o papel. Voltarei a Assis, onde permanecerei com minha Irmã Martina e Irmã Chiara. Eu ficarei bem, Guida. — ela respondeu.  Guida enxugou as lágrimas. 

— E quem vai assumir a Ordem das Irmãs Pobres de Pádua? — ela perguntou. 

—Você, Guida. Você. Tens responsabilidade, pulso firme e coragem. Irás guiar a nossa Ordem com louvor. Eu rezarei todo dia por você e pela sua missão, Guida.— respondeu Caterina, afastando um pouco o fio de cabelo castanho de Guida. Guida sorriu. 

— Nosso Santo Antônio e nosso São Francesco estariam tão orgulhosos de você, Caterina. Você mantém o legado deles vivos. — ela disse.

— Eu vou manter os legados deles vivos. Nem que eu tenha que esquecer meu próprio legado. — disse Caterina. 

A caminho de Assis, Itália

Caterina aconselhou todas as suas amadas irmãs. A maioria chorava, outras se ajoelharam.

— Continuem firmes na fé, amadas filhas e amadas irmãs em Cristo. Continuarei rezando por vocês até o fim de minha vida. Irmã Guida cuidará de todas vocês como uma amável mãe. Lembrem-se sempre de seguir as palavras de nosso pai Francesco, pedindo sempre a Deus para nos fazer um instrumento da Paz que vem Dele. Defendam a fé com unhas e dentes. Lutem com coragem! — ela disse.  Irmã Guida a abraçou. 

— Obrigada por tudo, Caterina. — ela sussurrou. Caterina embarcou na carroça. Olhou para Pádua uma última vez. Sua missão havia terminado ali. Pouco tempo depois, chegou em Assis, onde Irmã Chiara a esperava, junto de Irmã Martina.

—  Bem vinda ao lar, irmã. — disse Martina, abraçando a irmã mais velha. Caterina olhou para o rosto da irmã. Era uma mulher de 31 anos que via, abalada pelo cansaço. Martina, que era tão alegre e tinha um rosto tão bonito, estava mudada. Parecia mais cansada, o rosto magro e com olheiras. Havia perdido a alegria, devido a tantas coisas. Mas sentia alegria ao ver sua irmãzinha Caterina de volta à Assis. 

— Estamos juntas, Martina. E continuaremos até o fim. — disse Caterina. Chiara sorriu. 

— O destino nos uniu novamente, Caterina. Depois de 20 anos da nossa mudança de vida, aqui estamos. Como nos velhos tempos. — disse Chiara, rindo.  Caterina a abraçou. 

— Tanta coisa mudou de lá para cá, Chiara… nossa fé parece que aumentou mais. E a perseguição também. Sei dos teus esforços para manter a nossa Ordem firme. — ela disse. Chiara suspirou.

— Não está sendo fácil. Estamos sendo fortes, mas.. Temo que um dia nossa Ordem seja extinta. — ela disse. 

—Não, Chiara. O legado continuará firme por séculos, gerações! Nossa Ordem não será extinta. Mais gente aparecerá, mais documentos apoiarão a Ordem! Não iremos morrer sem ver o legado sendo espalhado, tudo pelo nosso Verdadeiro Ideal : nosso amor a Cristo. Ele nos fortaleceu até aqui e continuará nos fortalecendo. Você está fazendo a coisa certa, Chiara. Não desista.— respondeu Caterina, apertando as mãos de Chiara. Martina soluçava. Irmã Chiara enxugou algumas lágrimas. 

— Continuaremos fortes. — respondeu. 

Entraram. Começaram a meditar e rezar.

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