O medo faz nos sentirmos como se estivéssemos no meio da maior tempestade ou de um furacão sem proteção alguma. Quando sentimos medo de amar alguém novamente, é mais ou menos isso, uma angústia se cria dentro do peito e faz nosso coração ficar pequenininho, como se ele fosse capaz de ser guardado em uma tampinha de garrafa. Porém, quando ele bate na porta, não podemos fazer absolutamente nada, ele chega como um vento súbito, sem avisar ou dar sinas, só aparece ali, batendo a porta da frente ou fechando com tudo a janela do nosso quarto.
E foi assim com ele, ele chegou como quem não queria nada, e foi conquistando espaço no meu espaço. Isso parece confuso, mas para alguém que sempre foi e gosta (ou gostava) de ser/estar sozinha, é como se fosse o furacão Patrícia (o maior já registrado no mundo, aliás), avassalador e impetuoso. O que pode parecer ironia, é que sempre gostei de tempestades ou de entender como funciona e é "criado" um furacão, sempre gostei de raios e trovoadas, mas nunca entendi como isso acontece no meu coração toda vez que o vejo ou quando manda mensagens, pode ser a mais idiota, sempre tentando chamar a atenção de alguma forma.
Mas assim como a tempestade ou furacão, sempre haverá o pós, sempre haverá os destroços, geralmente quase sempre podem ser evitados, talvez com um revestimento mais forte ou, como estamos falando de negligências, por que não colocar a culpa no governo?
Com nossos sentimentos ou relacionamentos, não é muito diferente. Quando sentimos que está acabando algo que não tenha sido bom, ao mesmo tempo que surge um alívio no peito, vem à angústia de ver a realidade dos destroços. Onde as mágoas e erros cometidos prevalecem.
Acreditava que seríamos uma tempestade e que, com o tempo, seríamos uma brisa leve e tranquila de verão. Porém, fomos um furacão, rápido e intenso demais, onde passamos sem olhar para reparar o estrago feito e sem medir consequências, só depois olhamos para os destroços e desastres causados em nossos corações. Fomos tempestades, onde eramos para sermos garoa.