Capítulo-1

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Ana, a tímida bibliotecária de Coimbra, iniciava mais um turno matinal na Biblioteca Joanina. Era um dia tranquilo, com poucos visitantes circulando pelas imponentes estantes de madeira escura que abrigavam livros raros e preciosos. Ana, como sempre, estava imersa em seu trabalho, organizando volumes e catalogando novas aquisições.

Perto das dez horas, a porta da biblioteca se abriu, e um homem entrou. Ele era alto, com cabelos levemente grisalhos e uma postura elegante. Vestia um casaco de lã escuro e trazia uma pasta de couro surrada. Ana o reconheceu imediatamente: era Miguel Almeida, o famoso autor cujos romances históricos haviam conquistado leitores por todo o país.

Miguel olhou ao redor, admirando a grandiosidade do lugar, antes de se aproximar do balcão onde Ana trabalhava. Quando ele finalmente chegou à sua frente, ela sentiu um leve tremor nas mãos.

— Bom dia, senhorita — disse ele, com um sorriso caloroso. — Estou à procura da seção de literatura clássica. Poderia me ajudar?

Ana assentiu, tentando manter a compostura. — Claro, senhor Almeida. Por favor, siga-me.

Enquanto caminhavam pelos corredores da biblioteca, Miguel observava os detalhes arquitetônicos e a vasta coleção de livros. Ana se sentia nervosa, mas também curiosa sobre o que poderia estar trazendo um autor tão renomado à sua pequena biblioteca.

— Aqui está — disse Ana, apontando para uma seção onde os livros de literatura clássica estavam cuidadosamente organizados. — Se precisar de mais alguma coisa, estarei no balcão.

Miguel agradeceu com um aceno e começou a examinar as prateleiras. Ana voltou ao seu posto, mas não conseguiu se concentrar totalmente no trabalho. De vez em quando, olhava na direção de Miguel, que estava absorto nos livros.

Minutos se passaram, e Miguel se aproximou novamente do balcão com um livro nas mãos. — Este lugar é incrível — comentou ele. — Há uma tranquilidade aqui que é difícil de encontrar em qualquer outro lugar.

Ana sorriu timidamente. — É realmente um lugar especial. Muitos visitantes dizem que a atmosfera aqui é única.

Miguel continuou a conversar, perguntando sobre os livros preferidos de Ana e como ela havia se tornado bibliotecária. Aos poucos, Ana começou a relaxar e se abrir. Eles falaram sobre autores, histórias e o amor mútuo pela leitura. Quando Miguel finalmente se retirou para uma mesa próxima à janela, Ana percebeu que tinha acabado de viver um dos momentos mais memoráveis de sua carreira.

Ela o observou enquanto ele se acomodava, retirava um caderno da pasta e começava a escrever. A luz do sol da manhã entrava pela janela, iluminando a mesa onde ele trabalhava. Ana suspirou sentindo um misto de excitação e curiosidade sobre o que estava por vir.

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