Luise acordava todas as manhãs ao som suave das ondas batendo na costa da ilha. Ela vivia com sua avó, Dona Clara, em uma modesta casa de madeira cercada por vastos campos verdes. A família de Luise tinha cultivado aquelas terras por gerações, e ela aprendeu desde cedo o valor do trabalho na terra.
Numa manhã ensolarada, enquanto colhia cebolinhas no jardim junto com sua avó, Luise comentou:— Vovó, as cebolinhas estão crescendo tão bonitas este ano! Acho que nunca vi tão viçosas.
Dona Clara sorriu, com um olhar carinhoso para a neta.
— É verdade, minha querida. O segredo está em cuidar delas com carinho e paciência. Cada planta tem suas necessidades, e elas nos retribuem com saúde e sabor.
Luise assentiu, pegando mais uma cebolinha com cuidado.
— Eu gosto de ver como as plantas respondem ao nosso cuidado. É como se elas nos agradecessem por estarmos aqui.
Dona Clara concordou, acenando com a cabeça.
— É uma troca, Luise. Cuidamos delas, e elas nos alimentam. Nossa conexão com a terra é algo especial.
Enquanto elas continuavam colhendo, Luise perguntou curiosa:
— Vovó, você acha que algum dia poderemos experimentar algo diferente aqui na ilha? Algo que nos surpreenda ainda mais do que essas cebolinhas tão bonitas?
Dona Clara riu, pensando por um momento.
— Quem sabe, minha querida. O mundo é cheio de mistérios e surpresas. Às vezes, basta olharmos com os olhos do coração para encontrar algo que nunca imaginamos.
Luise sorriu, sentindo-se inspirada pelas palavras da avó.
— Eu gostaria de descobrir algo assim um dia, vovó. Algo que nos faça ver a ilha de um jeito novo.
Dona Clara colocou a mão gentilmente no ombro da neta.
— Você é jovem e cheia de energia, Luise. Quem sabe o que o futuro nos reserva? Enquanto isso, vamos cuidar das nossas cebolinhas e continuar apreciando o que a vida nos oferece aqui.
Elas terminaram de colher as cebolinhas e voltaram para casa, levando consigo não apenas o fruto do trabalho naquela manhã, mas também um sentimento de gratidão pela vida simples e rica que levavam naquela ilha tranquila.
Mais tarde naquele dia, enquanto Luise e Dona Clara preparavam o almoço, um barco pequeno atracou na costa da ilha. Uma mulher elegante desembarcou, usando óculos escuros e carregando uma mala de rodinhas. Era Sheila, a tia distante que vinha da cidade para visitá-las.
Luise correu para recebê-la com um abraço caloroso.
— Tia Sheila, que bom vê-la! Como foi a viagem?
Sheila sorriu, abraçando a sobrinha.
— Foi uma jornada longa, querida, mas valeu a pena para ver vocês. Como estão as coisas por aqui?
Dona Clara se aproximou, cumprimentando Sheila com um sorriso.
— Estamos bem, Sheila. As cebolinhas estão crescendo lindamente este ano.
Enquanto almoçavam juntas, Sheila olhou para Luise com um olhar pensativo.
— Luise, você já pensou em frequentar a escola?
Luise olhou surpresa para sua avó, e depois para Sheila.
— Escola? Mas eu ajudo aqui em casa, nas plantações. E sempre aprendi muito com a vovó.
Sheila assentiu, compreensiva.
— Eu sei, Luise. E isso é maravilhoso. Mas a escola pode abrir portas para você, novas oportunidades que talvez não tenhamos aqui na ilha. Você poderá aprender muitas coisas além do que ensinamos em casa.
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As Defensoras do Céu
FantasyEm uma ilha longe da cidade onde vive com sua avó, Luise descobre um artefato antigo escondido na densa mata. Esse artefato, ao cair em suas mãos, revela poderes misteriosos e sobre-humanos. Determinada a desvendar seus segredos, Luise embarca em um...