[ᥴ᥆ᥒᥴᥣᥙίdᥲ] . Sunghoon é apaixonado por Sunoo desde que entrou no ensino médio; mas logo teve seu coração partido quando Sunoo começou a namorar Park Jay, capitão do time de basquete. Por três anos, Sunghoon estava apenas na posição de espectador...
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KIM SUNOO.
O cheiro de pão e ovos queimados pela manhã atingiu minhas narinas, coisa que já tinha se tornado muito mais recorrente do que eu gostaria que fosse. "É algo muito simples de fazer, não tem erro", dizia a moça do tutorial na internet. Eu já sabia que meus dotes culinários não são tão bons, mas achei uma difamação dizer que isso é "muito simples", um sanduíche de pão com ovo tem toda uma complexidade.
Derrotado, decidi só pegar um copo de suco na geladeira. Todo dia, depois de falhar, sempre compro um Egg Drop e aí me alimento decentemente. Só não faço isso antes de tentar e quase queimar a cozinha no processo porque ainda tenho fé no meu potencial. Vai que um dia eu acorde com o espírito de Érick Jacquin em mim, tenho certeza que não falta muito, semana passada minhas panquecas quase deram certo, Niki até conseguiu engolir.
Antes de sair de casa, liguei a TV no canal onde minha mãe é âncora, ela fica tão diferente na tela. Eu não prestava atenção no que ela falava, mas era algo relacionado à economia, o que me fez querer prestar menos atenção ainda. Mesmo odiando ver jornal, ligar a TV para ver o rosto da mamãe antes de ir pra aula virou um ritual. Sempre fico melancólico assistindo-a, qualquer oportunidade de ver seu rosto é válida já que não a vejo muito diariamente. Ela sai pra trabalhar cedo, não tenho chance de me despedir, e às vezes ela também volta pra casa tarde, o trabalho de âncora puxa muito o tempo dela.
Deixei a melancolia de lado e sorri de orelha a orelha quando ouvi as três familiares batidas na porta, era Jay. Todos os dias, antes de ir para escola, ele passa na minha casa para irmos juntos.
──── Bom dia, Nono! Preparado pra perder mais uma corrida até a escola? ── Perguntou me desafiando.
──── Ah não, nem inventa! Na última vez que a gente fez isso, eu me ralei todo. ── O relembrei.
──── Vou ter que te dar aulas de como andar de bicicleta, pelo visto. Não foi a primeira vez que você caiu igual bosta no chão. ── Jay disse convencido.
──── Idiota! ── Falei rindo. ──── Vamos logo, senão a gente se atrasa. Vamos passar na loja onde eu compro meu sanduíche de novo, tudo bem?
──── Você queimou o teto outra vez? ── Perguntou caçoando de mim. Mas em minha defesa, só aconteceu uma vez!
──── Dessa vez não. ── Balancei a cabeça afastando a memória do sufoco que foi tentar esconder o teto queimado dos meus pais, sem sucesso. ──── Quem chegar por último é a mulher do padre. ── Falei já tomando a dianteira.
──── Volta aqui, você tá roubando! Eu não quero ser a mulher do padre. ── Jay disse birrento enquanto pedalava para me alcançar.
Resultado: Perdi e ralei o braço. Felizmente foi só um arranhão, e depois de Jay me analisar por completo para ter certeza que eu estava bem, baixou a guarda e começou a me zoar. Pelo menos consegui comer meu sanduíche e chegar à escola a tempo. O dia passou bem lentamente e agonizante, e pra piorar, a última aula do dia seria matemática, o que significa que tiraria uma bela soneca até a hora de ir embora.
