Levantei minha cabeça da mesa imediatamente quando ouvi o sinal da escola tocar. Os alunos se levantaram afobados e eu passei boa parte do tempo guardando meus materiais. Quando saí pela porta, todos já tinham saído para voltarem às suas respectivas casas. Coloquei minha mochila nas costas e conectei meu fone de ouvido em meu celular, dei play na minha playlist favorita e comecei a andar pelo corredor em direção a saída.
O portão da escola estava fechado por algum motivo na hora que saí, então acabei por dar a volta e ir em direção a saída que quase ninguém usava. Então me surpreendi quando ouvi vozes altas próximo a grade da escola. Virei a esquina e vi um grupinho reunido em círculo.
Tirei um dos lados do meu fone e me aproximei do grupo que falava razoavelmente alto.
— O que tá rolando? — Perguntei.
O grupinho de garotos olhou imediatamente para mim, e pude ver uma pessoa caída no chão ao meio deles. O garoto de cabelos castanhos estava coberto de hematomas e suas roupas estavam sujas com marcas de sapato. Parecia ter apanhado muito, mas quando voltei a olhar para o grupinho, alguns também estavam muito machucados. O que significava que o garoto havia revidado.
Bufei e comecei a me aproximar do castanho, o grupo abriu espaço para que eu passasse e o garoto encolheu, provavelmente achando que eu também iria lhe bater. E pude ver sua expressão de surpresa quando estiquei minha mão em sua direção. O mesmo estendeu a sua relutantemente e eu segurei lhe puxando para cima. Apoiei seu braço em meu ombro e andei devagar com ele para sair do meio dos garotos.
— Ei! — A única garota do grupo protestou. — A gente vai deixar ele ir embora tão facilmente assim?
Olhei para trás e um dos meninos do grupo puxou a manga da blusa da garota, se aproximando para cochichar algo.
— Você não sabe de quem ele é filho? — Sussurrou, mas alto o suficiente para que eu ouvisse. — O pai dele....
Revirei os olhos e não pude ouvir o resto da conversa, já que continuei andando com o garoto ferido, que parecia estar quase desmaiando.
Voltei para dentro da escola e abri a porta da enfermaria, vendo que a enfermeira não estava lá. Ajudei o castanho a sentar-se numa das cadeiras e peguei o kit médico que estava no armário. Voltei para si e me sentei em uma cadeira a sua frente, abrindo a caixa médica.
— O que aconteceu? — Perguntei.
Esguichei o remédio em uma de suas feridas e vi o mesmo puxar o ar com os dentes.
— Por que me tirou de lá? — Falou rouco.
Sua pergunta não soou como um agradecimento, mas sim como uma reclamação. Franzi o cenho e coloquei um curativo em seu joelho.
— Eu te ajudei. — Bufei.
Me aproximei de sua boca, limpando a ferida com uma haste flexível. O outro reclamou da dor e pedi para que ele fechasse a boca.
— Você não me ajudou em porra nenhuma, agora eles vão me bater mais ainda. E pior, vão querer bater em você. — Formou um biquinho nos lábios.
O mesmo parecia ser um ótimo garoto, então me surpreendi quando falou um palavrão.
Eu revirei os olhos e ri nasal. Guardando as coisas dentro da caixa, me levantei da cadeira e fui até onde a enfermeira guardava o gelo. Envolvi o gelo em um pano e voltei a me sentar na frente do castanho. Lhe entreguei o pano e o mesmo colocou no galo que havia em sua cabeça.
— Qual seu nome? — Perguntei.
— Jeon Jungkook.
Sorri pequeno e me encostei na cadeira.
— Bom, Jungkook, meu nome é Park Jimin e meu pai praticamente pagou tudo nessa escola. — Fiz uma pausa. — Então se aqueles garotos voltarem a te incomodar, por favor me avise e garanto que eles nunca mais pisem nessa escola.
Levantou seu olhar e sorriu grande. Assentiu com sua cabeça e voltou com o biquinho nos lábios. Eu diria que era extremamente fofo e me perguntava como um garoto tão fofo e bonito como ele havia apanhado.
— E o que você fez para que eles estragassem um rostinho tão bonito como o seu? — Brinquei.
Jungkook corou e se encolheu em sua cadeira.
— Eu... Bati... — Falou tão baixo que não pude escutar. — Eu bati em um dos amigos dele...
Jeon parecia envergonhado e eu dei risada.
— Woah, sério? — Falei enquanto ria.
O moreno sorriu e eu ri.
— Você não está decepcionado? Você parecia acreditar que eu era um bom garoto.
O outro abaixou a cabeça e eu sorri, esticando minha mão em sua direção e bagunçando seus fios de cabelo.
— Tem algo que eu gosto de dizer... — Sussurrei. — Os garotos bons vão para o céu, mas os maus trazem o céu até você. — Provoquei um pouco.
Sorri com a situação e Jeon desviou o olhar. Eu me levantei da cadeira e peguei minha mochila que estava jogada em um canto. Coloquei a mesma nas minhas costas e andei em direção a porta.
— Bom, tenho que ir. Foi um prazer conhecer você Jeon Jungkook.
Fiz sinal com os dedos e comecei a andar para sair da escola novamente, logo ouvi alguns passos, então parei de andar. Jungkook estava parado atrás de mim e sorriu quando me virei para trás.
— Vou tentar me lembrar do que disse.
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Heaven
FanfictionJimin salva Jungkook de valentões, mas Jungkook confessa não ser um garoto tão bom assim. Mas afinal, os maus garotos são os que trazem o céu até você. Obra por: hwzlck Betagem por: _Hae_jina_ Capa por: _Hae_Jina_