Prólogo

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19 de junho de 1940

A guerra assola a mundo. Miséria, fome, sangue, dor... Inocentes morrem, soldados lutam sem propósito, apenas por sobrevivência. As grandes potenciais mundiais entram em um ciclo de orgulho e destruição. A ambição move o mundo... Mas também o destrói.

Encoberta pelo desespero, luta e ganância da Segunda Grande Guerra Mundial, havia outra guerra. Uma guerra onde o banho de sangue e ódio eram maiores, as grandes famílias mafiosas e facções de todo o mundo estão em conflito, denominada Batalha dos Impérios. As conflitos ocorriam nas sombras, assassinatos premeditados, invasões às casas dos líderes, mortes de familiares e inocentes, chantagens...

Uma guerra depende da outra, de forma involuntária. Enquanto os Estados Unidos se fortalece economicamente, a facção que comanda o país nas sombras ganha mais poder. O país que “vencer” a Segunda Guerra Mundial determinará o ganhador da Batalha dos Impérios. Ou era isso que todos esperavam...


México
Família Martínez

Os Martínez é a família mafiosa mais poderosa do México, mesmo sendo aliada da facção dos Estados Unidos, a família se encontra sobre constantes ataques, entrando em um estado de vulnerabilidade.

A mansão do líder está um caos, sua filha mais nova Romina Martínez, de dois anos, sofreu uma tentativa de sequestro. O líder Arturo Martínez está em reunião com seus homens de confiança para discutir o acontecido.

— Maestro, as coisas estão ficando críticas para nós. Já não temos mais força para nos defender. — Um dos homens fala.

— Eles estão nos abandonando. — Outro fala se referindo a seus aliados norte-americanos com um desgosto crescente. — Os Martínez estão caindo!

Arturo ouvia as reclamações em silêncio, enquanto buscava desesperadamente por uma saída em sua mente. Como uma luz no fim do túnel, um de seus capangas atrapalhou a reunião para comunicar um imprevisto:

— ¡Maestro! Tem um homem insistindo para falar com o senhor... Ele disse que pode nos ajudar...

Todos os olhos vão para Arturo, aguardando sua decisão. Ele reflete novamente sobre a situação atual, pensa em sua filha e então se pronuncia.

— Traga-o! — Sua voz soa firme.

Depois de alguns minutos seus capangas trazem um homem estrangeiro, magro, suas olheiras são tão profundas que chega a seus difícil enxergar seus olhos, ele traz consigo duas maleta e várias pastas.

— Quem é você? — Um dos homens de confiança Arturo inicia.

— Meu nome é Oliver Vogel... Eu tenho algo que pode ajudar vocês... — Ele parece com medo, mas Arturo consegue ver a ambição em seus olhos.

—... Vogel... Como pode nos ajudar?— O líder pergunta o olhando nos olhos, suas palavras saem de forma calma e profunda.

— Eu tenho a arma perfeita... — Ele coloca uma das maletas sobre a mesa e abre-a mostrando a todos. — ... Modificadores genéticos... Podemos criar uma nova classe de soldados. Exterminadores...

                                        ***********

Do outro lado da mansão, Romina dorme tranquilamente nos braços de sua mãe, Milagros Martínez. Com as cartas dispostas sobre a mesa, as lágrimas escorrerem pelo rosto de Milagros. Sua empregada percebe e lhe pergunta preocupada:

— ¡Señora!.. O que aconteceu?

Milagros observa a lua através da janela, o brilho prateado toma conta do quarto. Ela retira o colar de seu pescoço e o levanta sobre a luz da lua. O pingente se trata de um anel de prata, seu lado externo é marcado com todos os signos do zodíaco, mas o signo de Virgem está gravado com pedras de rubi. Ainda olhando para o colar a cartomante responde a sua empregada:

— No futuro... Uma grande tempestade cairá sobre a terra. Os primogênitos irão sofrer... Será tarde demais para percebermos que essa luz no fim do túnel é na verdade o trem que anseia em nos esmagar...— As lágrimas ainda caem dos seus olhos. Ela beija a testa de sua filha adormecida e a entrega para empregada e pede para que ela saia do quarto.

Milagros vai até o pequeno cofre do quarto, dentro dele há uma caixa de madeira com um dragão gravado, mas ela pega uma adaga de prata com pedras de rubi. Vai até a janela e envolve o colar no cabo da adaga. Sob a luz da lua, ela derrama suas últimas lágrimas.

— Eu amaldiçoou o futuro portador desse colar, e de todos que compartilham seu sangue...

Em um ato de coragem e desespero ela crava lentamente a adaga em seu peito. Antes que seu corpo caia ela pronuncia suas últimas palavras:

— Dios mío... Ten piedad de mis guerreros...


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