Hoje vi um "estranho" enquanto voltava para casa, meu coração disparou desesperadamente quando nossos olhares se colidiram um com o outro, minha respiração ficou pesada e senti um frio ensurdecedor na espinha. Meu coração por um momento parou e permaneceu em um silêncio profundo. Para mim, esse "estranho" foi por muito tempo o motivo da existência de milhares de risadas bobas, de abraços quentes e reconfortantes que acalmavam o grande oceano dentro do meu peito.
Eu sabia o seu nome, sua cor preferida, seus livros e filmes prediletos, sabia o que o deixava chateado e triste, e de tudo que o deixava feliz.
Nos olhamos fixamente, perguntamos um ao outro sobre como estávamos, se a vida estava indo bem do jeito que tanto queríamos. Confesso que enquanto conversávamos meu coração não parava de gritar o seu nome, de desejar a sua volta e de sentar em uma calçada e contar sobre como foi difícil lidar com sua ida.
Fui inundada por milhares de perguntas jamais feitas, por sentimentos antigos e inacabados, lembranças que nunca encontraram consolo, estava em um completo e intenso colapso. Entre aceitar que havíamos nos tornado estranhos e nada mais que isso, e entre tentar recuperar o tempo perdido.
No fim, nos despedimos... nada foi feito, viramos as costas e seguimos nosso caminho. Inconscientemente olhei para trás, e o vi ir embora, mais uma vez.
( No fundo não queria deixá-lo partir)
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Alma Poética
PoetryApenas alguns poemas, que tiro do meu coração e não tenho aonde depositar. Então, escrevo aqui. Não há nada mais libertador que isso. :)