Angels & Demons

~11~

- E eles disseram quando vão voltar? - Soobin pergunta e Taehyun nega.

- Não. Só disseram que está por nossa conta - Explica e todos suspiram, menos Yeonjun que estava sentado no sofá em silêncio.

- Muito bem. Precisamos chegar a um acordo quanto ao treinamento dos gêmeos - Kai fala e todos concordam.

- Eu já volto para ajudar vocês, preciso só de um tempo - Yeonjun levanta e sai da sala.

Caminhando entre os corredores, o mais velho entra em um dos quartos e senta no chão, encostando sua cabeça na parede e bufando em seguida.
Se sentia frustrado por não ter controle sobre sua mente. Lilith entrava com tanta facilidade e brincava consigo como se fosse seu brinquedo favorito. Isso era horrível, não só pela dor que sentia para tirar ela, mas por se sentir fraco por permitir uma intromissão assim, tão facilmente.

O barulho da porta é escutado pelo maior, que não faz questão de olhar, apenas continua da mesma forma enquanto o mais novo senta ao seu lado calado. Yeonjun sabia que era Beomgyu, a presença dele era inconfundível e ele estava feliz por ele estar alí.

Os dois apenas ficam daquela forma, um ao lado do outro, sem nenhum falar nada, apenas escutando a respiração um do outro. Era reconfortante de certa forma.

(...)

- Kai - Lilly chama o mais velho que estava concentrado preparando uma espécie de porção.

- Diga - Fala sem a encarar.

- Se o Tae consegue controlar a invasão em sua mente, por que o Jun não? - Pergunta baixinho, enquanto ajeitava as vasilhas que o feiticeiro disse que não precisava mais, e o mais alto suspira.

- Esse é um assunto delicado para o Jun - Para de mexer a panela e encara a ruiva - Não tem a ver com força, embora o Yeon pense assim. É sobre controle e sendo um lobisomem, o que o Taehy tem de sobra é controle - Pega um recipiente e despeja a porção com cuidado - Também tem a ver com o namoro do Jungkook com o Jimin e o fato do Taehy ser beta do Jungkook. Mas eu não posso entrar em detalhes, até por que eu não sei.

- Esses vagabundos namoram e não me falaram nada? - Encara o outro perplexa e o maior ri.

- Talvez não tenham achado necessário - Dá de ombros e se vira para a panela novamente.

- Fazer o que né, eles deixaram de me contar várias coisas que eram necessárias, imagina as que não eram - Revira os olhos e o outro ri - Mas, como assim você não sabe?

- Você não é a única para quem eles não contam tudo - Fala e a menor suspira.

Quanto mais segredos eram revelados, outros iam surgindo, Lilly não sabia o que pensar sobre aquilo. Eram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, seus sentimentos confusos por Soobin, o fato de agora ter um irmão gêmeo, viver fugindo e com medo de alguma invasão de demônios, sem contar os segredos, os incontáveis segredos.

Lilly era considerada um gênio no mundo dos humanos, talvez ela fosse comum nesse mundo que está fazendo parte agora, isso não importava para ela, mas o fato de antes conseguir descobrir certas coisas sem muito esforço e agora estar no completo escuro a deixava desconfiada e com certo medo. Esse medo das respostas se transformam em uma preocupação genuína, não é que ela não confiasse em sua família, mas o porquê de tantos segredos? Por que eles fazem coisas sem dar explicações? Qual o motivo de não trabalharem como uma equipe com todos?

Tantas perguntas sem respostas. Lilly devia se contentar apenas em confiar neles, talvez tudo não passasse de uma paranoia criada pelo medo, ou, talvez, Lilly devia começar a analisar coisas de outro ponto vista, e, principalmente, estar junto com Beomgyu na conversa com Yeonjun.