DIVORCED | AGORA
Graz, Áustria.
Vladimir estava tendo um péssimo dia.
Primeiro, ele havia acordado atrasado, após seu celular ter descarregado no meio da noite ainda preso no loop de um vídeo pornô já que ele tinha praticamente apagado na noite anterior, cansado demais para bater uma. Então ele se confundiu com suas roupas, na pressa de se vestir, e só percebeu que estava usando as roupas sujas quando foi erguer seu braço para pegar o maldito pó de café na prateleira de cima do armário da copa ao lado da sala de segurança que trabalhava, e sentiu o cheiro pungente de suor de sua axila. Mas foi só trinta minutos depois, após ouvir uma longa reclamação de seu chefe, Leonid, e finalmente colocar seu celular para carregar que seu mundo efetivamente desabou. Uma mensagem apenas do advogado de Martha, sua esposa: os papeis de divórcio.
Assinados.
Merda! Porra! Vladimir desejou chorar no mesmo segundo, mas se orgulhou ao conseguir ocultar dos olhares curiosos de seus outros colegas. A verdade era que Vladimir sequer se importava com Martha em si. Claro, ele deveria ter se apaixonado por ela em alguns dos seis primeiros meses, mas puta merda, ela falava tanto! E sempre havia alguma coisa nova para resolver, alguma merda que ele tinha feito e a deixava mal humorada. Ou então era simplesmente tão grudenta, tão ciumenta, tão irracional! Mas quer dizer, ela era uma puta gostosa quando eles se conheceram, e tinha uma bunda incrível, além disso, os amigos de Vladimir adoravam dizer como ele era sortudo por ter conseguido fisgar alguém como Martha. Vladimir era a porra de um herói. E não importava o que Vladimir fizesse, Martha sempre voltava. Ela era segura. Estável. Foi por isso que ele havia se casado com ela. E por uns seis meses, ele realmente achou que estava com a mulher de sua vida, mas bem... ele tinha necessidades, e detestava a ideia de ficar limitado. Seus amigos enfatizavam que Vladimir era muito novo para ficar limitado a apenas uma mulher, e muito bonito para descartar suas outras opções.
E bem, não era como se as mulheres fossem inocentes também.
Mas ele havia sido fiel. O tempo inteiro. Durante todo aquele tempo, ele não havia se apaixonado por nenhuma outra mulher: nem mesmo Lydia, Carol, Nilce, Ksenya... não! E olha que haviam melhores, muito melhores do que Martha! Vladimir só queria variedade, era uma coisa de homem! Só isso, ele não queria o fazer! Mas Martha ainda descobriu, e Vladimir tinha completa certeza de que Martha o perdoaria, que eles iriam superar aquela fase ruim do casamento deles, até agora.
Depois de tudo o que ele havia feito por ela! Como ela podia fazer aquilo com ele? Como podia ser tão baixa e mesquinha ao ponto de largá-lo assim? De assinar aqueles malditos papeis! Era uma puta mesmo, deveria o estar traindo também, e estava usando o erro dele para conseguir a desculpa perfeita para sair como vítima, mas ele sabia a víbora que ela era. E se Martha achava que ele deixaria barato...
——— Para a porra de um autointitulado segurança, eu não faço ideia do que mantém seu emprego aqui, Vorobyov, mas definitivamente não é a inteligência ——— Leonid Novokov resmunga com um tom de voz afiado, ameaçador. Vladimir se tenciona, praguejando baixo ao perceber que não havia ouvido, outra vez, Leonid se aproximar. Vladimir bloqueia a tela de seu celular, se endireitando, assumindo sua postura mais profissional e durona ao encarar o moreno. Mas algo no fundo de sua mente o deteve. Que Vladimir iria adorar cortar a garganta de Leonid, isso não era dúvida, mas puta que pariu se Vladimir não tinha medo do desgraçado, no fim das contas. Leonid estreita o olhar, observando-o em completo silêncio. Há algo perigoso em Leonid. Algo que soava... insano. Os olhos escuros como a noite pareciam sempre alerta, observando, absorvendo, como se ele fosse capaz de ler a todos, mas ninguém, simplesmente ninguém sabia o que se passava por sua mente. Até onde Vladimir sabia, Leonid era um completo mistério. Não falava muito. Não tinha amigos ali. Passava a maior parte do tempo calado, e ninguém sabia se ele tinha família, pais, irmãos, inferno, nem uma stripper o filho da puta havia sido capaz de foder como qualquer outro homem normal. A única coisa que ele dizia, era que ele havia sido casado antes, mas a esposa havia morrido a alguns anos. A maioria do Departamento especulava que Leonid provavelmente havia a matado, era a ideia mais lógica e provável considerando que o cara parecia ter saído de uma página policial de procurados. Leonid tinha aquele tipo de olhar. Mas Vladimir acreditava piamente que a esposa morta dele deveria ter se suicidado. Porra, ele também se suicidaria se tivesse que conviver vinte e quatro horas com Leonid. ——— Vou precisar dizer mais devagar para que você entenda, Vorobyov?
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FEAR | BUCKY BARNES
Fanfictionby: soldada Ela é uma jovem bailarina russa com um futuro brilhante, talento inquestionável e beleza memorável, preparando-se para seu grande debut no Bolshoi, em 1947. Todos os dias ela acorda, toma seu café da manhã, coloca um pouquinho de ração p...