O Sol e a Lua

7. Secret

°• Já se passou alguns desde que a troca de cartas começou, e por algum motivo, aquele nome em específico estava cravado na cabeça de Yuichiro como se fosse cola. O próprio citado estava deitado na grama do jardim dos desejos encarando o céu aguardando outra carta do Rengoku.

Yuichiro - Senjuro Rengoku....Senjuro Rengoku...porque esse nome não sai da minha cabeça?

Se sentou na grama encarando sua marca de lua no pulso. Estranhamente esse nome não saiu mais de sua cabeça, toda vez o Tokito se pegava murmurando o nome do garoto sem ao menos perceber, isso começava a deixá-lo assustado.

Antes que ele começasse a murmurar o nome do garoto novamente, a clássica chama surgiu no céu e rapidamente se aproximou de Yuichiro.

Yuichiro-Essa demorou mais que as outras, o que tanto estava escrevendo?

Soprou as chamas que se abriram em uma carta no qual tinha um grande texto. Ao começar a ler, já viu um pedido de desculpas pela carta está maior que as outras, mas o Tokito não ligou para isso e continuou a ler, O resto da carta foi sobre o Rengoku falando de alguns costumes do povo solar, Yuichiro se encantou ao saber que ambos os reinos tinham hábitos de desenhar nós lugares, mas outra coisa que o encantou era o fato do povo solar enventarem algumas danças para fazê-las no meio da praça central.

Riu como a carta parecia ter sido escrita de forma animada, acabou percebendo isso nós últimos dias, sempre que as cartas vinham grandes era porque o herdeiro solar se empolgava demais falando e não percebia que a carta ficava gigante, mas mesmo assim enviava as cartas para o Tokito.

Quando terminou de ler a carta, bem no final tinha escrito para agora Yuichiro dizer algo interessante de sua terra. O garoto desviou seu olhar e pensou no que poderia dizer, para dizer a verdade, Yuichiro já havia dito praticamente tudo de seu reino para Senjuro, desde a mania dos desenhos brilhantes, até a plantação de estrelas e constelações.

Não havia mais muita coisa na qual poderia dizer sobre seu reino, já havia dito tudo, exceto por algo estremamente entediante. Não queria compartilhar tal fato porque não eram tão próximos o suficiente para o garoto se abrir assim, mas não tinha mais nada para dizer e queria continuar conversando com ele, então começou a ditar o assunto para ser escrito.

Yuichiro- Talvez não era para eu estar dizendo isso...mas, vamos lá, não tenho nada a perder.

Suspirou e começou a falar o que realmente queria.

Yuichiro- As vezes quando estou entediado eu fico na torre lunar para ver os humanos através do cristal, mas fico um pouco irritado sempre que vejo. Quando o sol está no céu, todos parecem felizes e bem animados, fazem várias coisas estranhamente legais, e se divertem. Mas quando chega a noite, elas não fazem nada, apenas se deitam e fecham os olhos a noite toda até o sol nascer de novo. É como se a noite não fosse nada para eles, me sinto frustrado vendo isso acontece todo dia. Às vezes me pergunto porque eu sou herdeiro da lua.

Se calou vendo que acabou falando demais já que a mensagem estava do mesmo tamanho da que Senjuro o mandou.

Yuichiro -Agora sou eu que peço desculpas por falar demais, deve me achar insuportável por estar reclamando de um dos privilégios que você tem por ser herdeiro do sol.

Disse por fim, e se perguntou se deveria mesmo enviar aquela carta, ele não queria, mas não tinha como voltar atrás, então soprou a carta que se virou em uma chama novamente e saiu voando de volta para seu dono do outro lado da ponte. Quando a carta chegou, Senjuro rapidamente tirou a atenção do que estava fazendo e foi ver a carta.

Senjuro leu a carta inteira e ao chegar final sentiu um peso em seu peito, culpa talvez? Sim, até conseguia sentir a angústia do garoto por isso, afinal se ele faz um enorme esforço para levantar e esconder o sol e ninguém ligasse para seu trabalho duro, óbvio que iria se sentir estremamente irritado por isso. Agora o que atingiu o Rengoku foi o fato dele dizer que o acharia insuportável por seu desabafo.