< Capítulo 7 >

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< Cyprian >
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  As horas já estavam distorcidas assim como minha mente entorpecida pelo álcool.

Droga de vinho, droga de garota.

Suspiro irritado debruçado na mesa do bar enquanto sentia o olhar de Quillian queimar em minha direção.

Talvez essa fosse a quarta ou quinta taça de vinho, ou seja lá o que me serviram dessa vez.

- Acha mesmo que seus problemas vão se resolver ficando bêbado? – Meu amigo diz em tom de reprimenda, retirado a taça das minhas mãos antes que eu consiga tomar o próximo gole.

- Ah deixe disso, não preciso que seja minha babá – Levanto a cabeça esticando o braço para agarrar a taça, mas sou impedido por uma onda de tontura pelo movimento brusco. – Mhm merda.

- Você tem sorte de me ter como sua babá – Diz convencido – É sério que você está assim por causa da Ruiva?

- Claro que não, idiota. – Murmuro com a cabeça enterrada nos braços – Eu só estou tendo um dia ruim por causa dela.

- É, confirmou minha teoria – Ele solta um riso soprado – Conta, o que houve dessa vez?

- Nada demais, ela só estava sendo uma cabeça dura outra vez... se bem que um pouco do motivo foi culpa minha. – Ergo a cabeça para olhar para Quillian que estava com uma expressão gloriosamente irritante – Meu pai mandou que eu a interrogasse e eu fiz. Só que de um jeito... não muito civilizado... digo, era para ser só que ela, ela é doida!

- Como assim não civilizado? E seu pai não podia mandar outra pessoa no seu lugar? – Ele cruza os braços com um olhar um tanto acusador.

- Bem, de acordo com ele eu deveria aprender a fazer essas coisas e ele deve ter pensado que por eu estar ligado a ela talvez ela falasse algo.

- Faz sentido, mas por que não foi algo civilizado?

- Ahm... meio que eu tive a brilhante ideia de trancá-la comigo na biblioteca particular. – Quilly arregala os olhos franzindo as sobrancelhas – O que? Não me olhe assim, eu não imaginava que ela iria surtar.

- É óbvio que ela iria surtar, seu bocó! Nossa, você perdeu o jeito em como tratar uma garota.

- Eu sei muito bem tratar uma garota, só que ela é insana! Até então estava tudo bem, mas foi só eu perguntar sobre a família dela que ela parecia querer me matar! Quilly ela é doida!

- Mas porque diabos você ia querer saber sobre a família dela? E ainda perguntar praticamente depois de forçar ela a ficar respondendo suas perguntas.

- Eu não sei, a pergunta simplesmente saiu e confesso que queria saber um pouco mais, ela é tão misteriosa.

- Claro, deve ser um mistério interessante. – Ele revira os olhos. – Deixe-me adivinhar, vocês brigaram e agora ela está com raivinha de você que agora está aqui, afogando mágoas como qualquer outro alcoólatra.

- Sim, ela está com raiva e provavelmente se ela me enxergar de novo posso estar correndo risco de ser espancado, mas eu não estou afogando mágoa nenhuma.

Quilly cantarola irônico – Tudo bem, se você diz – Ele dá de ombros. – Agora pare de beber e vamos logo para casa, amanhã temos que sair, lembra?

- Não lembrava, mas agora lembro... Ah só me leve para casa Quilly.

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   Acordo no chão junto ao emaranhado de cobertores que caíram junto ao meu corpo.

   A luz do sol invadia as cortinas me fazendo fechar os olhos com força.

Entre reinos e ruínasOnde histórias criam vida. Descubra agora