Dia 2

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| Chapter three: Desejos Egoístas |

Arle estava arrumando o quarto de Furina, olhos cansados enquanto a pequena bolha de água estava na sala. Seus sorrisos dedicados ao urso de pelúcia que Arle conseguiu naquele dia, era um tanto fofo ver que ela agia despreocupada enquanto seu novo amigo estava sendo abraçado de um jeito tão caloroso. Por um momento a mais alta sentiu que poderia sentir ciúmes. Mas, alguém como ela jamais se doeria por coisas tão humanas, certo?

Arlecchino sentou na cama, um vislumbre do sorriso de Furina observando os fogos a fez sentir uma leve sensação de conforto. Afastou a cortina do quarto, ainda era de noite mas não sentia que poderia dormir naquele momento. Os passos de Furina eram sorrateiros mas não passavam despercebidos pelo valete, a mais alta se virou com sua expressão neutra de sempre. Furina já parecia cansada, olhos pesados enquanto caminhava a passos largos para chegar em sua cama mais rápido. A mesma caiu em cima da cama e então olhou para o Valete.

- Certeza que não irá me matar enquanto eu durmo? - O Valete arqueou uma sobrancelha enquanto escutava tal baboseira. O que valia o corpo de uma dama que nem arconte é? Como pensado, nada. Ela se sentou ao lado de Furina e suspirou.

- Não vale meu tempo matar alguém que não tem nada de precioso. - Ela disse de forma honesta, mas seu tom foi ríspido o suficiente para causar desconforto a mais baixa. Ela segurou mais forte o urso, levantou seu olhar encontrando os de Arlecchino.

Os lábios do Valete se contorceram, as palavras usadas foram um pouco cruéis e aquilo subiu um nó em sua garganta tal qual a mesma não conseguia distinguir o significado. Furina por outro lado parecia ter aceitado aquilo, uma risada nasal ecoou e ela se mexeu um pouco. Ela ainda segurava o urso forte.

- Não precisa jogar na cara, eu sei que não tenho nada. - As palavras saíram um pouco firme, Furina atuava bem até fora dos palcos. Seus olhos fecharam mas sua vontade real era de chorar. De quem ela poderia esconder isso? Arlecchino não estava tão errada, Furina não tinha nada de precioso. Ter uma visão Hydro ainda era sorte, mas as vezes era doloroso escutar.

Arlecchino não sabia como se redimir, a ideia de pedir desculpas sem um motivo parecia um pouco repugnante para ela. Descartou a ideia na hora, mesmo que ela quisesse sabia que se falasse mais alguma coisa se arrependeria ou iria parecer estranho. No fim ela apenas ficou quieta enquanto sua mente a matava por ter sido tão insensível.

Em dias comuns Arlecchino acorda mais cedo para poder se preparar com antecedência. Algo que ela odeia são atrasos. Mas o que se pode fazer quando ela não pode se mexer pois há um corpo abraçado nela a impedindo de sair? Furina estava a abraçando tão forte que era como se ela fosse um urso gigante, aquilo era engraçado. Se arle mexesse algum músculo de seu corpo Furina murmurava algo como se estivesse desconfortável com esse mexe mexe de Arlecchino. Digamos que isso não é normal, é bem desconfortável para o Valete. Furina viveu tanto tempo sozinha que qualquer coisa que a ofereça um pouco de afeto acaba a fazendo se apegar mais rápido do que ela gostaria, isso acaba sendo prejudicial porque ela faz parecer que é bem instável emocionalmente. Mas, de alguma maneira não há como culpá-la por algo que nem ela desejou, foi apenas algo que em algum dia ela teve que se acostumar sozinha. Arlecchino se sentia levemente estressada com isso no começo, mas olhando por outro ângulo Furina parecia apenas desejar estar envolvida em um abraço que ela rejeitou durante 500 anos. Arlecchino se deixou atrasar um pouco como uma forma única de se desculpar pela noite passada.

E pode ter sido um dos atrasos mais satisfatórios que ela já teve.

Furina acordou sentindo um pouco de tontura, um cheiro de comida invadia o quarto e ela ficou levemente tentada a descer. Mas desistiu e foi apenas ao banheiro escovar seus dentes, voltou para a cama logo em seguida. Arlecchino estava lá em baixo cozinhando algo que não fosse comida instantânea porque só de lembrar o nome fazia seu estômago embrulhar, a ideia de não ser saudável afetava profundamente seu paladar. Fazia apenas alguns minutos que ela havia saído do quarto, Furina não tinha descido e aquilo a deixou curiosa. Como ela podia dormir tanto? Arlecchino desligou o fogão para não queimar o que ainda nem estava pronto, ela subiu e viu uma Furina completamente preguiçosa em cima da cama toda coberta. Ela tirou o cobertor de seu corpo e recebeu um murmúrio em resposta.

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⏰ Última atualização: Sep 20 ⏰

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 ArleFuri | 7 diasOnde histórias criam vida. Descubra agora