⚠️ AVISO: essa história pode conter gatilhos relacionados à transtornos alimentares, dependência emocional, sexualidade, entre outros temas sensíveis. Se não se sentir confortável, por favor não leia!
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Um. Dois. Três. Olhos focados na bola. Sem distração. É agora ou nada.
Sua visão está piscando como um letreiro de Las Vegas, consegue ver pontinhos neons dançantes sobre seus olhos mas não é hora de parar. Não. Não. Vai passar. É só continuar indo atrás de Tolkien. Quando é que ele ficou tão rápido? Ou é Stan que está ficando mais devagar? As pernas tremendo enquanto ameaçam vacilar. Tá de brincadeira? Mas e a dieta meticulosamente planejada?
É fim de temporada, Stan não pode arriscar perder o lugar no time. Acontece que o recente processo de divórcio dos pais esteve lhe custando muito caro - o resultado está estampado em seu último boletim. Precisa levar os vacas de South Park ao ouro se quiser ter uma pequena garantia de entrar numa faculdade no ano que vem. Não tem esperanças numa Harvard da vida, como Kyle, mas ir estudar na Universidade do Colorado em Denver é uma aposta decente.
A dieta restrita fora um pilar importante em seu preparo físico para os treinos de verão, no entanto, ele pensou que estender um pouco mais essa rotina não faria nenhum mal. Na verdade, é viciante. Verificar as calorias nos pacotes e depois decorá-los virou uma espécie de jogo. Em uma semana Stan já sabia dizer o número de cada unidade de alimento que tinha na geladeira.
Começou a criar metas. 6.000 eram a base inicial - qualquer coisa além significam menos um ponto, menos disso querem dizer estrelinha dourada. Vitória. Um dia conseguiu manter-se com duas ameixas secas no café da manhã e começou a buscar por algo mais desafiador. Para Stan, tudo é muito excitante, emocionante ver a quais feitos conseguira sobreviver. Tá, e daí que a tontura o ataca toda vez que ele se levanta e ele sente dor de cabeça quase todos os dias? A vida de ninguém é um morango!
Quando se pesou na balança da enfermaria ontem, saiu de lá saltitante com o resultado, louco pra compartilhar sua prosperidade com seu super melhor amigo. Super melhor amigo... que termo hein? O que Kyle diria? O sorriso murchou quando lembrou que não podia mandar mensagem. Que droga, já fazem três semanas. Quando é que a doida da Sheila Broflovski vai desistir dessa ideia de jerico de afastar os dois apenas porque... bem, não importa muito. Isto é, não é uma boa hora.
Apontar. Disparar. Seus joelhos vacilando. Hora de aumentar a velocidade. Porra. Ele se choca contra a parede da quadra. Isso não foi bonito. Cambaleia para trás e cai no chão.
— MARSH! — a voz do treinador é um zumbido muito distante que se mistura nas piadas sobre beijar a parede.
Stan pisca lentamente tentando se orientar. A cabeça de Tolkien lhe cobre a visão, ele está inclinado sobre o corpo caído do capitão Marsh no chão.
— Cara, você tá legal?
Stan provavelmente está tendo uma concussão. Seu nariz está sangrando, o capacete apertando e, de algum modo, ele conseguiu ralar o cotovelo.