#Prólogo

5 0 0
                                    

A Chuva caía pesada sobre as ruas escuras da cidade, transformando o asfalto em um espelho brilhante que refletia as luzes dos neons piscantes. Em um dos becos mais sombrios, ela caminhava, envolta em uma aura de mistério e tristeza. Seus passos eram firmes, mas seu coração batia descompassado, sabendo que a noite traria mais do que apenas encontros fugazes.

Assim que Neera entrou na casa noturna, um silêncio perturbador preencheu o lugar. O som da música abafada, das conversas animadas e do tilintar de copos desapareceu como se alguém tivesse apertado um botão. Todos os olhares famintos se voltaram diretamente para ela, fixos, intensos.

A luz suave do ambiente banhava sua figura, destacando cada curva e detalhe de seu vestido justo. Neera estava acostumada a atrair atenção, mas a intensidade desses olhares fazia sua pele arrepiar. Cada passo que ela dava ecoava no salão, enquanto seus instintos gritavam para que ela fugisse.

Neera atravessou a pista de dança, ignorando os murmúrios que começavam a preencher o espaço outrora silencioso. As luzes piscavam ritmicamente, criando sombras dançantes que pareciam seguir cada um de seus movimentos. Ela sabia que precisava manter a compostura, mas o coração batendo freneticamente em seu peito traía a calma que tentava projetar.

Ela se dirigiu ao bar, onde Viktor a aguardava com um olhar intenso. Ele acenou levemente, sinalizando ao barman que trouxesse uma bebida para ela. Neera aceitou o copo, seus dedos roçando os dele por um instante, e sentiu um arrepio subir por sua espinha.

“Neera,” a voz de Viktor era baixa, mas carregava uma autoridade inquestionável. “Você está mais deslumbrante do que nunca.”

Ela esboçou um sorriso tenso, ciente dos outros três homens observando cada movimento. “Obrigada, Viktor.”

Antes que ele pudesse responder, ela sentiu uma presença à sua esquerda. Rayne tinha saído das sombras, aproximando-se silenciosamente. Seu olhar era fixo, quase devorador. “Você sabe que eles não te merecem, Neera. Nenhum deles.”

Ela desviou o olhar, tentando ignorar a sensação de ser observada por todos os ângulos. “E você acha que merece, Rayne?”

Ele não respondeu, mas o sorriso perturbador em seu rosto dizia mais do que palavras poderiam. Antes que a tensão aumentasse, Kieran se aproximou, interrompendo o momento com sua presença fria e calculista.

“Neera,” ele disse suavemente, mas com um tom que exigia atenção. “Por que não vem se sentar comigo? Longe de todo esse barulho.”

Ela hesitou, mas antes que pudesse responder, Lorgán se colocou entre ela e Kieran, seu olhar cheio de uma escuridão perigosa. “Ela fica aqui,” ele declarou, seu tom impositivo.

Lorgán sorriu olhando para Neera, um sorriso que não alcançava os olhos. Ele deu um passo à frente, invadindo o espaço pessoal de Neera, fazendo com que ela recuasse instintivamente. "Você é corajosa, Neera. Mas coragem pode ser perigosa."

Ela manteve o olhar fixo no dele, apesar do frio que sentia se espalhar por seu corpo. "Eu sei me cuidar."

"Será?" Ele inclinou a cabeça, observando-a com uma curiosidade quase infantil. "Você sabe o que eu quero de você, Neera? Não é apenas o seu corpo. É sua mente, sua alma. Quero explorar cada recanto escuro e secreto de quem você é."

Ela engoliu em seco, sentindo um nó de medo se formar em seu estômago. "E por que você acha que eu deixaria você fazer isso?"

Lorgán riu, um som suave e perturbador. "Porque você não terá escolha."

Nesse momento, sinto algo me atravessar, um projétil quente e doloroso. O impacto me faz cambalear, e logo começo a sentir o calor do sangue escorrendo pelo meu corpo. O barulho ao meu redor se torna um zumbido distante, enquanto a visão começa a escurecer. Caio de joelhos, o chão frio da casa noturna me encolhendo enquanto tento processar o que está acontecendo.

Então, de repente, a escuridão me envolve completamente.

Acordo com um sobressalto, o coração batendo furiosamente no peito. Estou na minha cama, o quarto iluminado apenas pela luz fraca da rua entrando pelas persianas. Levo a mão ao meu peito, ainda sentindo a sensação fantasmagórica do projétil, mas não há sangue, não há ferimento. Respiro fundo, tentando acalmar os nervos.

Foi um sonho, Apenas um sonho…

Foi um sonho, Apenas um sonho…

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A Put@ que souOnde histórias criam vida. Descubra agora