Prólogo

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“Quando um louco parece completamente lúcido é o momento de colocar-lhe a camisa de força.” Edgar Allan Poe.

Eu estava em agonia, talvez fosse meu fim, mas sinceramente não me importava com isso. A morte deixara de ser um temor para mim; tornara-se uma salvação. Tudo ao meu redor parecia distorcido, nada parecia real. Talvez minha mente estivesse pregando peças em mim, ou talvez o Diabo estivesse tentando me enlouquecer.

Meus pés queimavam no chão, como se emanasse fogo deles. Era uma sensação terrível, porém estranhamente reconfortante. Eu me sentia viva naquele instante; algo que eu não tinha certeza há muito tempo. Talvez minha falta de dor seja o problema; sempre precisei dela para sentir algo, o que era lamentável. Eu não era uma pessoa boa – descobri isso hoje. Pelo menos deixei de ser quando percebi a besteira que fiz. Depois disso, os portões do céu não estariam mais abertos para mim; e nem mesmo desejava ir para lá.

Talvez estivesse predestinada a ficar ao lado do diabo; talvez ele fosse mais um querendo me foder. E pensar nisso não me causava medo; pelo contrário, era excitante pra caralho. Talvez eu fosse doente por ter esses pensamentos, mas quem se importa?

Deveria estar sentindo culpa, mas não sinto remorso algum. Agi sem pudor, com prazer genuíno e faria novamente, mesmo negando a mim mesma.

No final das contas, toda essa dor neste exato momento é merecida.

Lugar Maldito +18 (dark romance)Onde histórias criam vida. Descubra agora