𝐇𝐎𝐖 𝐘𝐎𝐔 𝐆𝐄𝐓 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋, Fred Weasley (pt)

1. "And say, are you insane?"

Stand there like a ghost
Shaking come the rain, rain
She'll open up the door
And say, are you insane?

FRED ESTAVA APAIXONADO, terrível e estupidamente apaixonado. Nunca se considerara um romântico incurável, mas agora, mais do que nunca, sabia que estava errado.

Pela pessoa certa, Fred Weasley era um romântico incurável.

Um romântico do tipo que seria capaz de cantar serenatas com trajes ridículos, acordar a meio da noite para atirar pedras à janela dela numa tentativa de receber atenção.

E Merlin que o castigasse se ela não fosse a pessoa certa, porque essa era a única certeza na vida dele.

Com um sorriso capaz de iluminar uma cidade inteira, olhos puros e inocentes, uma risada contagiante e cativante: aquela garota era tudo o que Fred poderia querer, de facto, ela era tudo o que Fred queria há três anos já.

Mas Fred estava cansado.

Todas as suas tentativas de namoriscar com ela acabavam por fracassar, por cair na desgraça e no esquecimento. Era exaustivo ver, constantemente, o sorriso dela, sempre tão belo, permanecer o mesmo apesar das tentativas de flirt dele — será que ela não percebia?

Talvez ela percebesse e escolhesse ignorar, esse era o maior receio de Fred. Mas e se tal não fosse o caso? E se ela não se apercebesse, e se estivesse demasiado cega para entender a paixão intensa que ardia no peito dele? A paixão que ardia por ela.

Era pelo cansaço que a cada dia se demonstrava mais evidente que Fred decidira fazer algo a respeito disso.

O sétimo ano letivo de Fred estava quase chegando ao fim na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts, e, estando apaixonado pela mesma garota já desde o seu quarto ano, Fred percebera que a altura de agir para lá dos flirts mal sucedidos chegara.

Incentivado por George, o seu irmão gémeo e uma das pessoas em que mais confiava, Fred traçara um plano que iria, definitivamente, fazer com que ela olhasse para ele. Para isso, ele precisaria da ajuda da única outra pessoa em que ele seria capaz de confiar, a sua melhor amiga, Amalie Stone.

Com isso em mente, Fred implorava à sua única esperança por ajuda.

— Você tem que me ajudar, Amalie! Eu estou implorando. — Fred gemia, se arrastando pelos corredores atrás da melhor amiga que trocava de sala durante o intervalo das aulas.

— Gideon, pela milionésima vez, eu não tenho que te ajudar, de facto, eu nem sei como te ajudar. — Amalie revirou os olhos.

Amalie Stone era melhor amiga de Fred e George desde a tenra idade de quatro anos. Ao ter os seus primeiros sinais de magia a ocorrerem aquando do seu quarto aniversário, os seus pais, ambos trouxas, se viram demasiado abismados para saber como reagir — por Deus, a filha deles era uma bruxa! Tudo aquilo que sempre souberam ser relacionado a magia era desacreditado e tomado como ridículo, pelo que parecia ser irreal que a única filha do casal conseguisse fazer algo como levitar vasos de flores e fazer pilhas de livros voarem pela casa.

Sem sequer saberem, a família Stone vivia junto a uma família um tanto quanto incomum também, separados apenas por um denso bosque.

Molly Weasley, vizinha dos Stone, viu, em primeira mão, quando a pequena garota teve os seus primeiros sinais de magia, e ao ver o desespero e a tentativa de compreensão por parte do casal, decidiu intervir. Chegando com um sorriso caloroso e uma cesta de biscoitos na mão, Molly Weasley se apresentou, e, retirando aquilo que parecia ser um ramo de uma árvore do bolso, fez a cesta levitar no ar, entrando em casa dos Stone pela porta deixada aberta pelo casal que olhava para ela estupefacto.