Prólogo.

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      Martin dormia como um anjinho no maravilhoso hotel Y. Reyd Royal quando às seis e quarenta daquela terça-feira seu celular começou a tocar repetidamente. Na terceira chamada, ele atendeu.

      Na ligação, a voz de sua assessora era estridente, furiosa e beirava ao descontrole.

VOCÊ PERDEU O JUÍZO? – Martin afastou o celular da orelha com uma careta ao ouvir ela abrir a boca. — COMO VOCÊ VAI NA IMPRENSA FALAR QUE ESTÁ EM UM RELACIONAMENTO COM LUCIANO BRASIL, MOLEQUE?! VOCÊ SABE O QUANTO JÁ ME LIGARAM DE ONTEM PARA HOJE?! EU NÃO DORMI, MARTIN, CARALHO! A ASSESSORIA DO LUCIANO ESTÁ FURIOSA, O LUCIANO ESTÁ FURIOSO E ESTÃO PRESTES A IR NA IMPRENSA DESMENTIR TUDO! SEU NOME VAI FICAR MANCHADO, SEU BOSTA! MEU NOME VAI FICAR MANCHADO! MOLEQUE FILHO DE UMA PU—

     Martin já esperava que as coisas explodissem rápido. Do dia anterior para o horário que acordou, ele só teve um momento de consciência sobre o que tinha feito e era quando o efeito do álcool estava passando. Pela manhã, ainda não estava se sentindo tão culpado assim, mas pensou que, talvez, pudesse ter agido melhor.
    
     Tinha zero intimidade com Luciano, nem ao menos chegou a ter uma conversa com ele a não ser uma breve interação em um set de filmagem de um comercial. Talvez, devesse ter consultado Paola antes, só que no dia anterior estava bêbado e frustrado demais para ser tão burocrático.

       Não tinha se atentado às consequências das suas atitudes no dia seguinte. Tudo que tinha pensado era em como ter seu nome associado ao ator iria alavancá-lo na mídia, o que, claramente, fez.
  
      Achou que Paola, sendo sua assessora, seria uma das primeiras pessoas que notaria que aquela era uma excelente estratégia para alavancar sua carreira, mas, aparentemente, ela ainda não tinha ligado os pontos.

      Depois de infinitos minutos escutando as reclamações dela sem interromper, Martin adiantou sua rotina matinal: levantou, lavou o rosto, foi ao banheiro, tomou um banho na banheira e foi tomar o café da manhã antes de escovar os dentes.

      Durante todo momento que esperou ela se acalmar um pouco, achou uma brecha para falar na hora que estava na bancada da cozinha, bebendo suco e assistindo parcialmente o noticiário.

— Me arruma uma reunião com o Luciano. – pediu. — Eu posso consertar as coisas. Olha, ter nossos nomes associados é uma coisa boa tanto para mim quanto para ele.

É uma coisa boa para você. – Paola aumentou a voz, impaciente. — A última coisa que o LB está precisando agora é estar envolvido em um relacionamento! Você lembra o que as fãs dele causaram no último?! Ele precisou terminar, Martin! TER-MI-NAR! Isso tudo porque aquelas pirralhas ficaram pegando no pé da mulher que ele estava namorando. Isso prejudicou a imagem dele! A responsabilidade recaiu sobre ele!

— Mas, escuta… – Martin insistiu. — Sendo hate ou não, as pessoas vão começar a vir atrás de mim. Checa minhas redes sociais para você ver. De ontem para hoje meus seguidores aumentaram pra caramba e o engajamento foi para as nuvens.

— Martin… – Paola suspirou com exaustão. — Certo, okay. É uma boa coisa para a sua imagem, mas é um egoísmo enorme fazer isso sem contactar o Luciano ou a equipe dele antes. Foi muita irresponsabilidade de sua parte. Eles estão furiosos.
   
       Martin mordeu a pele dos lábios enquanto pensava.

— Me arrume uma reunião com ele antes que eles neguem tudo. – repetiu, enfático. — Só me deixa conversar com ele.

      Paola suspirou do outro lado. Martin sabia que um dia ainda iria enlouquecer ela de vez.

Eles querem se encontrar com você, Martin. – informou ela, a entoação pessimista. — Luciano, as fãs dele, a mídia e toda a agência dele estão putos com você. Temos uma reunião com eles às nove. Passo aí para te buscar.

BRAZIL'S LOVERBOY. [BRAARG]Onde histórias criam vida. Descubra agora