Capítulo 2

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O despertador toca, marcando 8:10 da manhã. Simplesmente ignoro, eu estava acordada desde às cinco e pouca. Já estava de pé.

É assim desde que me lembro. Não consigo dormir à noite, não importa o tanto de sono que eu tenha.

Passo a mão mais uma vez na minha roupa antes de descer para o café da manhã.

Eu já tinha tomado banho, escovado os dentes, me trocado e até mesmo lido um pouco da minha saga favorita.

Ao descer as escadas e andar um pouco até a porta da cozinha começo a ouvir algumas vozes.

Era disso que eu sentia mais falta. Está casa está sempre cheia, com pessoas rindo e conversando por todos os cantos.

Na casa dos Khan Al-Abadi era totalmente o contrário. Eles nunca estavam em casa, era sempre eu e Zyan, o que de um tempo para cá era a mesma coisa que nada. E quando o Sr.Hassan e Sra. Rana estavam em casa eram cada um em seu escritório.

— Eu já falei para você NÃO roubar minhas amoras, porra! - Hades fala com alguém que está mais para dentro da cozinha. Não consigo ver por ainda estar porta.

— Então, que não seja por isso, falso Deus grego.

Não reconheço a voz.

Vejo algumas amoras serem jogadas no rosto do meu irmão.

— Meninos! Sentem, só hoje sejam educados.

— Desculpa, mãe. É que esse garoto é intolerável. - franziu o naris.

— Hum, hum. - limpo a garganta ao entrar totalmente na cozinha. Chamando a atenção de quem estava presente.

Meu irmão, que já é branco, ficou transparente. Com os olhos arregalados.

— Que porra é essa, caralho?

— Hades, meu filho! - mamãe deu um tapa no seu ombro.

— Não, mãe... sério, que porra. - ele começa a rir e andar até mim. — Você é de verdade. - apertou minhas bochechas.

Sorri de lado.

— Preferia que fosse de mentira?

— Talvez um pouco.

Hades me puxou para um abraço quente e forte, cheio de saudade.

— Gostou da surpresa?

— Tá brincando! Vem senta, você tem muito para falar.

Andamos até a mesa, dei um abraço na minha mãe que já estava sentada na ponta mesa.

— Bom dia, mãe.

—Bom dia, minha filha.

— Há! Minha pequena está em casa novamente - pegou uma amora de sua tijela e jogou... ele jogou...no...

Nos encaramos.

Os olhos azul e preto.

— Demon!? - juntei as sobrancelhas.

— Você lembrou que tem casa, lo... - se interrompe.

— A única coisa que esqueci desse lugar foi da sua existência, Ricci. – sorri com os olhos.

— Imagino.

— Tem coisas que não mudam, né?

— Como por exemplo você continuar andando com esse... com essa coisa - apontei para Demon e voltei para minha atenção para Hades.

Ricci semicerrou os olhos para mim.

— Fale para eles, Éris. O que te trás de volta. - minha mãe sorriu.

Royal DevilOnde histórias criam vida. Descubra agora