7 - Tempestade...

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Todos estavam em seus quartos devido ao mau tempo. Não era apenas a chuva que parecia o fim do mundo, mas o vento era tão forte que, se alguém saísse, certamente seria arrastado. As janelas estavam fechadas, as persianas dos dormitórios baixadas para evitar que os vidros fossem quebrados, e a entrada do hotel tinha um sistema para esses casos, evitando que a água entrasse.

Ainda assim, alguns funcionários desceram para a garagem para dar uma olhada. Havia algumas pequenas goteiras, mas nada que colocasse os veículos em perigo. Do lado de fora, nenhum carro ou pessoa, parecia um filme de terror.

Colega: Que tempestade, hein? Os clientes estão deitados em seus quartos assistindo televisão, com certeza. Hoje será um dia de pouco trabalho e muito entediante — advertiu — somente o pessoal da cozinha terá trabalho.

T/n: Só nos resta sentar e esperar — disse enquanto se sentava.

Encarregado: T/n — um dos encarregados apareceu — preciso que faça uma tarefa.

T/n: Sim senhor — respondeu em tom profissional.

Encarregado: O pequeno depósito que temos ali — disse apontando para uma porta perto de uma área de descanso para clientes — preciso que você tire as caixas velhas, queremos fazer uma limpeza. Como hoje há pouco trabalho, quero que você cuide disso.

T/n: Entendido - Por dentro, ele estava irritado por ter que fazer algo assim, mas fazia parte do trabalho.

Logo ele pôs mãos à obra. A porta estava um pouco ruim, especialmente a maçaneta. Desceu as escadas após acender a luz e se perguntou quanto tempo fazia que não limpavam ali embaixo. Havia uma janela em mau estado sendo golpeada pelo vento. Lá embaixo, tudo estava uma bagunça. Suspirou pensando em quanto tempo ia demorar, então arregaçou as mangas e começou a carregar caixas cheias de coisas velhas que, com toda certeza, acabariam no lixo.

Uma a uma, ele foi tirando tudo para fora. Algumas delas pesavam muito e era difícil subi-las pelos degraus sozinho, enquanto seu colega só levaria alguns lanches para os quartos. Realmente o invejava.

As prateleiras estavam abarrotadas de tralhas e outros objetos que já estavam quebrados ou cobertos de poeira e teias de aranha. T/n estava preocupado em se cortar com algo e que a ferida infeccionasse de forma grave, então pediu luvas e algumas máscaras.

T/n: Agora, pelo menos, minha saúde estará mais protegida — pensou, terminando de ajustar as luvas.

O lugar era amplo, mas as caixas pareciam invadir tudo. As aranhas não foram os únicos animais que ele encontrou; havia também alguns ratos e bichos nos cantos, onde era melhor não olhar para não vomitar. Ele se preocupava com o fato de que ninguém até agora tivesse se encarregado de limpar aquele lugar, mas como era apenas para pessoal autorizado, segundo a placa do lado de fora, ninguém queria entrar ali.

A tempestade aumentava; T/n não podia acreditar que o tempo estava tão ruim. Nesse momento, ele ouviu um forte barulho e viu que os vidros das janelas tinham se quebrado e, para piorar, a água começou a entrar descontroladamente. Uma grande quantidade de água começou a tomar conta do lugar. T/n rapidamente subiu as escadas para avisar, pois a água subiria e começaria a invadir a sala de descanso.

T/n: Não acredito nisso — disse enquanto tentava abrir a porta. Ela não abria; era uma dessas portas antigas e grossas que não funcionavam bem. O vento impedia que ele pudesse puxá-la e parecia estar emperrada.

T/n: Sério, o que eu fiz para merecer isso? — perguntou enquanto tentava, em vão, sair dali. — Ah, espera, o walkie-talkie. — Colocou a mão na cintura para pegá-lo, mas lembrou que o tinha deixado em cima da mesa quando estava se preparando para não sujar o uniforme.

T/n começou a bater na porta com todas as forças para que alguém o ouvisse, mas com o barulho da tempestade e a distância, provavelmente ninguém o ouviria.

T/n: Droga... — murmurou enquanto olhava para baixo. A água já estava subindo pelos primeiros degraus.

Para sua má sorte, ele escorregou por causa do pó nos degraus e caiu escada abaixo, ficando completamente molhado com a água. Algumas caixas e tralhas flutuavam; a água não parava de entrar e ele não podia usar a janela, pois era pequena demais para que ele passasse por ela. As outras janelas cederam e agora o problema era maior.

T/n: Isso não pode estar acontecendo — já estava assustado; nesse ritmo, morreria afogado.

Subiu os degraus até chegar à porta e gritou enquanto batia na madeira. Além disso, tinha uma ferida na perna por causa da queda.

T/n: SOCORROOOOOOO! — gritou. — ALGUÉM ME AJUDAAAAAA!

A água começava a aparecer em seus pés.

T/n: QUE ALGUÉM ME AJUDEEEEE! — Então ouviu uma voz do lado de fora.

???: T/n? — perguntou a voz.

T/n: Jenna?

Jenna: O que está acontecendo? — Ela tentou mover a porta, mas não conseguiu abri-la...

T/n: Chame ajuda, rápido, nesse ritmo eu vou morrer!

Ela disse que logo voltaria; T/n já estava com água na cintura. Alguns minutos depois, a porta foi aberta e rapidamente o tiraram de lá, pois ele estava ferido. Ele não sabia como fariam para tirar a água; talvez usassem uma bomba para jogá-la para fora, mas isso não importa agora, ele estava a salvo.

Eles o deitaram com uma toalha em um dos sofás e chamaram um médico para atendê-lo.

Médico: Você tem um corte feio, mas nada sério — disse, examinando a ferida.

T/n: Obrigado, Jenna — disse exausto. — Você salvou minha vida.

Ela se sentou perto dele.

Jenna: Ei, agora estamos quites, você me ajudou a mim e a Emma com aqueles fãs, lembra? — perguntou com um sorriso.

T/n: Sim...

T/n não sabia o porquê, mas parecia que estava com azar entre o golpe no nariz e na cabeça, depois aquelas fotos, e agora isso. Definitivamente, alguém não gostava dele.

Jenna: Bem, devo voltar ao meu quarto para fazer umas coisas, nos vemos, T/n — disse antes de se afastar.

Quando ela saiu, T/n ficou sozinho com seu amigo, que começou a rir.

Amigo: Cara, você é muito azarado ou só muito desajeitado?

T/n: Não tem graça...

Amigo: Tem sim, em parte.

T/n voltou para o quarto e tomou um banho. Depois, jogou-se na cama e contou aos seus pais o que aconteceu, e eles disseram para ter mais cuidado.

T/n: Que dia... - lá fora a tempestade não dava trégua.

Mas ele adorava estar assim, no quarto com a chuva lá fora e protegido, além de não precisar trabalhar por causa disso.

T/n: Devo agradecer a Jenna com algo. Uma caixa de bombons? - perguntou a si mesmo.

E assim ele ficou até ir dormir, dando voltas na cabeça sobre esse dilema. Ela salvou sua vida; se não fosse por ela, T/n teria morrido de uma forma lenta e horrível.

Continuará...

Inesperado - Jenna Ortega x Leitor MasculinoOnde histórias criam vida. Descubra agora