Você promete não me odiar?

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Supergirl estava exausta. Havia sido um dia difícil, tanto para Supergirl quanto para Kara. Apesar de ter derrotado o supervilão, podia sentir algumas dores no corpo, mesmo que seu DNA kryptoniano dissesse que isso era “impossível”. E como Kara, bom, como Kara sua vida estava um desastre.

Não sabia conciliar sua vida de Supergirl com a sua vida de Kara Danvers. Às vezes, queria sair gritando pelo mundo sua identidade secreta, só para não ter que viver com esse segredo dentro de si. No ramo profissional, então, nem se fale. Ela estava com uma matéria atrasada e sabia disso, mas não sabia em qual momento teria tempo para escrevê-la.

Se fosse em outros tempos, iria para casa de Alex, para que elas tivessem uma noite das Danvers Sisters e pudesse relaxar, mas Alex tinha sua própria vida e estava saindo com a sua nova ficante, Sam Árias. Pensou em ir para a casa de Winn, mas ele também estava de rolo com uma alienígena e não queria atrapalhar.

Todo mundo tem uma vida amorosa, Kara, menos você que é tonta demais para isso, Kara pensou.

Era verdade. Fazia dias, semanas, meses, que ela não se envolvia com ninguém. Em partes porque não quis. E em outras partes, porque não tem coragem de se aproximar de uma certa morena.

Mas, naquele dia, naquele momento, enquanto voava para casa, uma onda de coragem invadiu o seu peito.

O máximo que ela pode me dizer é não, pensou.

Então, sem pensar duas vezes — para não pensar demais e acabar desistindo —, mudou a rota do seu caminho e foi parar em um certo laboratório, o qual ela havia conhecido muito bem na batalha de alguns dias atrás. Já era tarde, mas pelo pouco que conhecia a cientista, ela com certeza ainda estava trabalhando.

Porém, antes de ir de fato ao laboratório, passou em uma lanchonete para comprar comida, pois, de acordo com ela mesma, comer era a segunda melhor coisa do mundo; a primeira era voar.

Supergirl parou em frente ao laboratório e teve que bater na porta, pois, apesar de Lena ter dito que não precisava arrumar os vidros, ela fez questão de arcar com os custos.

Com as mãos trêmulas, bateu na porta duas vezes, até uma cientista com o seu jaleco branco atender a porta.

— Supergirl? — perguntou surpresa.

— Lena! — sorriu — Boa noite. Espero não estar atrapalhando.

— Não, não, de maneira alguma. — sorriu de maneira confortante para Supergirl. — Você precisa de alguma coisa?

— Eu, hm, na verdade... — hesitou. — Eu te trouxe donuts. Você gosta? — estendeu a caixinha de donuts em direção a morena e deu um sorriso.

— O que eu posso dizer? Eu sou humana! — Lena respondeu de forma divertida e pegou a caixinha de donuts. — Obrigada pelos donuts, Supergirl. Mas tem certeza que você veio aqui só para isso? — perguntou desconfiada. 

— Eu, e-eu... — gaguejou e suspirou derrotada. — Eu não sei porque eu um vim, pra falar a verdade. Me desculpe, eu não queria te atrapalhar. — se virou para ir embora, até sentir uma mão delicada tocar em seu braço.

— Você não me atrapalha. — Supergirl encarou Lena. — Quer entrar? Eu posso dividir os donuts com você, não como tudo isso. — Lena ofereceu. Com um sorriso no rosto, Kara entrou para o laboratório junto com Lena.

— Obrigada por me deixar ficar. — agradeceu com sinceridade.

— Dia difícil? — perguntou.

— Você nem imagina. — suspirou derrotada.

Entre a Ciência e o SuperpoderOnde histórias criam vida. Descubra agora