capítulo 1

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Suspiro olhando o teto do meu quarto vendo as pequenas rachaduras, um dia isso ainda vai cair em mim, mas que diferença faz? Estarei morta mesmo

Me levanto procurando minha mochila pra ir pro maldito inferno que vou todos os dias, sinceramente qual o valor da aula de etiquetas? Além de me deixar doida? Tantas pessoas em um lugar só pra ensinar a ser uma esposa perfeita? Prefiro viver sozinha eternamente

desço as escadas do buraco que meus progenitores chamam de casa, escuto eles brigando pela décima vez ao dia, então me pergunto, "qual o problema?" O problema é que ainda são sete e meia da manhã, nada melhor que uma boa briga matinal.

Ignoro os chamados da Luiza minha progenitora, passo pela frente do retrato da minha vó e paro segurando o mesmo beijando a imagem da senhora de cabelos ondulados e castanhos igual ao meu, muitos falam que somos parecidas e sinceramente? Eu amo ser comparada com ela, seria tão mais fácil ter ela aqui, assim não seria obrigada a me casar com um príncipe estranho e mimado

suspiro deixando o retrato no lugar escutando os gritos da Luiza, saio rápido da casa andando logo pro inferno que não era tão longe, ajeito o maldito vestido vermelho que apertava minha cintura e forçava meus peitos a praticamente pular pra fora, além da grande dificuldade pra respirar*
*Um dia eu juro queimar esses vestidos.

Horas depois..

Estava entediada olhando algumas garotas acenando para os meninos da outra sala, observo um dos garotos sorri me olhando e acenando, desvio o olhar e me levanto andando para o mais longe de lá, aproveito a fuga para andar entre as flores do jardim conseguindo a paz que eu queria até escutar alguém e chamando

–Maya não é?

faço uma pequena careta ao escutar o garoto me chamar e resmungo, suspiro me virando e olhando ele

–Maya? Perdão, não conheço nem uma, me chamo Gertrudes, estava procurando minhocas para dar para meus caracóis, quer me acompanhar?

sorrio ao ver o garoto virar de costas e andar rapidamente depois de fazer cara de nojo, óbvio que ele se afastaria, duvido que esse querido estranho mimado tocaria na terra.

ao chegar no lugar que eu moro não me admiro escutar carlos meu progenitor reclamando de algo que eu não fiz, mesmo a casa estando menos pior do que é, nunca vai ser suficiente pra ele.
Tento passar rápido sem ser notada mas repito fundo escutando meu nome ser chamado, escutando os esculachos do homem que se diz meu pai

–Não consegue fazer nada direito nessa casa!? Como vai arranjar um casamento sendo uma esposa preguiçosa que só sabe vadiar!? Não sabe fazer nem a porcaria de uma comida!? Eu tenho que me matar procurando casamentos para você já que essa ninguém quer se casar com uma garota que só sabe falar de minhocas! Assim você irá sujar o nome da nossa família, Maya! Você é uma decepção para todos nós.

Observo ele gritar comigo, aperto minhas unhas sentindo arder, respiro fundo sentindo minha garganta arder com a vontade de chorar

–Sinceramente? Eu tô cansada, faz tanto tempo que eu tô cansada
Faz tempo que eu atento contra o tempo
E não consigo nada, eu tenho nojo de você, eu tenho uma grande repulsa de você, não serve pra nada além de reclamar e reclamar, nada é o suficiente!? Só porque sua vida é ruim não significa que tem que deixar a minha também! Eu prefiro morrer do que me casar com qualquer um para vocês terem uma vida boa

ao terminar de falar minhas palavras sinto meu rosto arder, sinto o gosto metálico ma minha boca e respiro fundo sentindo meus olhos se encherem de lágrimas, me viro subindo rápido as escadas e pisando forte, escuto os passos da Luiza me seguindo. Entro no meu quarto batendo a porta e indo até a cama, Respiro fundo tentando me acalmar sentindo meu coração acelerar, olho minhas mãos trêmulas, minha visão fica turva por conta das lágrimas grossas que escorrem pelas minhas bochechas, escuto a porta abrir e olho minha mãe entrando.*

–deveria respeitar ele, independentemente de tudo ele ainda é seu pai! Ele que nos sustenta e você não faz o mínimo de manter a casa!?  Ele está dando tudo de si para conseguir te casar já que você nega todo mundo! Como vai se casar sendo assim!? Você não se arruma nem pra isso! Vive com esse cabelo solto, não passa uma maquiagem!

Escuto luiza falar e sem perceber eu me desligo, observo ela gritar me brigando e sobre o quão ingrata eu sou e como não me arrumo, gosto dos meus cachos soltos,gosto da minha pele limpa, mas talvez eu realmente seja estranha por ser assim, mas não me importo, e também nao vou respeitar quem me trata assim, pessoas como eles não merecem meu respeito.

minhas respiração falhava enquanto eu sentia meu coração acelerar cada vez mais, malditas vozes não paravam de gritar na minha mente me culpando por tudo, me culpando pelos erros deles, observo minha mãe sair do quarto, seria ruim pedir somente um abraço ou ato de carinho dela?
me levanto pegando somente meu colar de borboleta da cor branca, beijo o mesmo sentindo meu coração errar uma pequena batida ao lembrar de quem me deu, respiro fundo descendo as escadas correndo, ia passar direto pelo idiota do Carlos mas volto pegando um pequeno vaso de vidro da Luiza, olho o vaso pensando se vale apena fazer isso?

Pode ter certeza que sim. Atiro o vaso em direção ao Carlos vendo acertar a costa nua dele fazendo cortes, vejo ele se virar assustado e logo me olhar com raiva, engulo seco e me viro correndo e logo saindo da casa

depois de andar alguns quilômetros com o maldito vestido apertado que me faz sengir que vou desmaiar a cada momento eu me sento na beira do lago, observo a água que brilhava com a luz do pôr do sol, respiro fundo olhando as pequenas ondas, desço e vou andando lentamente sentindo a água subir cada vez mais pela minha pele, ao sentir a água na altura do meu pescoço eu fecho meus olhos sentindo as lágrimas silenciosas eacorrerem pelos mesmos.

enquanto afundava fechava os olhos pensando em tudo, nos pequenos momentos de alegria, esse seria meu fim? Em um lago abandonado, com uma família infeliz, sem a pessoa que mais me amou.
Por qual razão eu vim pra esse mundo? Sinceramente, esse vida não é pra mim.

era isso que eu pensava até ser interrompida e puxada com força pra cima, tento me soltar respirando fundo enquanto tossia, abro os olhos assustada vendo um cara com roupas estranhas me arrastando pra fora do lago azul, enquanto falava algumas coisas impossíveis de entender

–Quaisquer seja sua decisão para mergulhar ao lago não deverias ficar tanto tempo, assim bolhufas parariam de sair e você iria ao obitô!

Observo cara estranho falava enquanto me deixava no chão, olho confusa vendo ele colocar a cartola na cabeça, os grandes cabelos ruivos brilhantes, os olhos brilhantes de cada cor e um sorriso amigável

–Quem é você!? Obitô? Você quis dizer óbito!? Aonde eu tô!? Puta que pariu eu morri!?

vejo um pequeno cavalo voando e olho rápido ao redor vendo coisas estranhas, me levanto ajeitando o maldito vestido vermelho que tinha sido obrigada a usar pela luiza

-Puta merda...eu definitivamente morri..

Aviso!!!

Oi Oi lindos, espero que goste dessa nova fic, estou muito animada pra terminar ela e tenho muitas muitas ideias! Beijinhos, capítulo novo amanhã!!!

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⏰ Última atualização: Jul 13 ⏰

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