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Oliver Wattson, apesar de todo o glamour e brilho que sua família famosa possuía, sempre se sentiu deslocado. Como trigêmeo de Olivia e Olivier, ambos influenciadores digitais de sucesso, e irmão mais novo de Caroline, uma atriz renomada, parecia que seu destino era inevitável. Sua mãe, Dotty, uma celebridade icônica, sempre o pressionou a seguir os passos dos irmãos. Após anos de resistência, Oliver finalmente cedeu e se tornou modelo, ainda que com relutância.

Certo dia, após uma exaustiva sessão de fotos, Oliver encontrou-se cercado por uma horda de paparazzi. Desesperado para escapar das câmeras e dos flashes incessantes, ele correu pelas ruas até encontrar um cemitério tranquilo, onde conseguiu se esconder. Sentindo-se aliviado, Oliver sentou-se para recuperar o fôlego. No entanto, sua paz foi interrompida por um toque nas costas.

Ele se virou abruptamente e deparou-se com um jovem coveiro, segurando uma pá. O homem, visivelmente irritado, olhou para Oliver com uma expressão de desdém.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou o coveiro, franzindo a testa.

Oliver, ainda ofegante, respondeu:

— Desculpe, estou fugindo de alguns paparazzi. Preciso de um lugar para me esconder.

O coveiro, chamado Ivan Hudson, balançou a cabeça com desdém.

— Não me importa quem você é. Saia daqui.

Oliver ficou surpreso. Estava acostumado a ser reconhecido por todos, mas Ivan parecia genuinamente indiferente. Com curiosidade, Oliver perguntou:

— Você não me reconhece? Sou Oliver Wattson.

Ivan bufou.

— Não. E não me importo. Eu não uso redes sociais, prefiro ler.

A indiferença de Ivan intrigou Oliver. Pela primeira vez, alguém o via apenas como uma pessoa comum. Oliver implorou para ficar, explicando que não tinha para onde ir sem ser perseguido pelos paparazzi. Ivan, após muita resistência, finalmente cedeu, mas com uma condição: Oliver deveria ficar fora de seu caminho.

Enquanto Ivan voltava ao seu trabalho, Oliver observava com fascinação. Ivan era mal-humorado e rude, mas havia algo nele que o atraía. Talvez fosse a autenticidade, uma qualidade rara no mundo superficial de Oliver.

— Você não cansa de me seguir? — Ivan resmungou, sem olhar para Oliver.

— Desculpe, é só que... você é diferente de todos que conheço.

Ivan parou por um momento, encarando Oliver.

— Diferente como?

— Você não se importa com a fama, não se importa com quem eu sou. É refrescante.

Ivan soltou um suspiro.

— As pessoas vivas geralmente me irritam. Preferia que me deixassem em paz.

Oliver sorriu.

— Posso não estar morto, mas prometo não te irritar tanto.

Com o passar das horas, uma estranha camaradagem começou a se formar entre eles. Oliver, acostumado com a superficialidade do mundo das celebridades, encontrou conforto na honestidade brutal de Ivan. Ivan, por outro lado, apesar de sua natureza rude, começou a apreciar a companhia de Oliver, mesmo que relutantemente.

Enquanto o sol se punha, Oliver sabia que eventualmente teria que sair do cemitério e enfrentar o mundo novamente. Mas, por um breve momento, encontrou um pedaço de paz que não sabia que precisava.

Antes de partir, Oliver olhou para Ivan e disse:

— Obrigado por me deixar ficar. Talvez eu volte algum dia, se você não se importar.

Ivan, com um leve sorriso, respondeu:

— Desde que você não traga os paparazzi, acho que posso tolerar sua presença.

Oliver acenou, mas antes de sair do cemitério, uma ideia o atingiu.

— Ivan, eu sei que é pedir muito, mas eu não posso voltar para casa sozinho. Os paparazzi ainda devem estar lá fora. Você poderia me acompanhar até o meu condomínio como um disfarce?

Ivan levantou uma sobrancelha, claramente irritado.

— Por que não chama um Uber ou algo assim?

Oliver suspirou.

— Mesmo assim, eles me seguiriam. Por favor, Ivan. Você tem porte de segurança, eles podem acreditar que você é meu guarda-costas.

Ivan bufou novamente, mas viu a seriedade nos olhos de Oliver. Relutantemente, ele concordou.

— Tudo bem, mas só desta vez.

Caminhando lado a lado, Oliver sentiu uma estranha sensação de segurança ao lado de Ivan. Quando finalmente chegaram ao condomínio, Oliver virou-se para Ivan, grato.

— Obrigado, Ivan. Sério, você não sabe o quanto isso significa para mim.

Ivan deu de ombros, pronto para ir embora, mas antes que pudesse dar outro passo, Oliver agiu por impulso. Ele se inclinou e roubou um beijo rápido de Ivan, antes de sair correndo para dentro do condomínio.

Ivan ficou parado por um momento, surpreso, com uma mistura de irritação e algo mais que ele não conseguia identificar. Ele balançou a cabeça, esboçando um leve sorriso, e voltou ao seu cemitério, pensando que talvez, apenas talvez, as pessoas vivas não fossem tão irritantes assim.

Star (Olivan)Onde histórias criam vida. Descubra agora