Localização: Floresta de Paimpont, França, Bretanha
A noite que sucedeu o confronto entre Merlin e o rei Arthur havia mergulhado Camelot em uma atmosfera de tensão e incerteza. Entre as muralhas de mármore e os portões de ferro forjado, guardas e cavaleiros se mantinham vigilantes. O silêncio era quebrado apenas pelo som distante do vento soprando nas árvores e pelo ocasional crepitar das tochas que iluminavam o caminho para o castelo.
Subitamente, uma figura etérea apareceu no horizonte, atravessando os jardins com passos decididos. Com uma aura luminosa, a deusa Cupido surgiu em meio à escuridão, chamando a atenção de todos ao seu redor. Os cavaleiros se puseram de prontidão, mãos em suas espadas, prontos para qualquer evento inesperado.
— Chamam-me Cupido — disse ela, com uma voz calma, porém imponente —, e desejo falar com Vossa Majestade.
Astolfo, que estava mais próximo, adiantou-se, a expressão de curiosidade misturada com cautela.
— O rei está descansando — respondeu ele, um leve tom de hesitação em sua voz.
Percival, mais ponderado, se aproximou, tentando amenizar a situação. — Talvez seja melhor agendarmos para outro momento, nobre divindade. O rei ainda está se recuperando...
Antes que pudesse concluir a frase, passos ecoaram pelos corredores do castelo. Uma figura imponente emergiu da escuridão, a armadura reluzente refletindo a luz das tochas. Todos os cavaleiros imediatamente se ajoelharam, reconhecendo a presença de seu soberano.
— Majestade! — saudaram em uníssono, com reverência.
Arthur Pendragon, o rei dos bretões, estava de pé, com uma postura renovada e uma expressão de determinação no rosto. Suas vestes estavam mais compostas, e ele parecia ter recuperado o controle, embora um leve tremor em sua mão direita denunciasse algo mais sombrio em sua condição.
— Perdoem-me pelo que aconteceu na noite passada — disse Arthur, erguendo o punho em sinal de força. — Mas, caro ser divino, Cupido, por toda Camelot, eu lutarei! — Sua voz ecoou pelo pátio, imbuída de orgulho.
Cupido observou o rei com um leve sorriso. — Excelente! — ela respondeu. — Faltam apenas três horas para que a batalha comece. Seu adversário será Thor, o deus do trovão. Use o tempo que resta com sabedoria para se preparar.
Com essas palavras, ela abriu um portal brilhante e desapareceu.
Arthur permaneceu sorrindo, mas de repente sentiu uma dor aguda no pescoço. Suas veias pulsavam, e uma febre feroz se apoderou de seu corpo. Ele vacilou momentaneamente, segurando-se em uma coluna próxima para não cair.
Galahad foi a primeira a perceber o estado do rei e correu até ele, oferecendo-lhe um chá calmante que carregava em sua bolsa de remédios. Percival, vendo a gravidade da situação, murmurou palavras sagradas, lançando feitiços clericais para aliviar a dor e estabilizar o rei.
— Majestade, talvez seja prudente descansar um pouco antes do confronto — aconselhou Galahad.
— Não... — murmurou Arthur, ofegante. — Não há tempo para descanso. O destino de Camelot depende disso.
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Uma hora após o ocorrido
Em Avalon, nas profundezas do Rio Brocéliande, a escuridão reinava. Em uma caverna submersa no fundo do lago, uma figura caminhava por entre as sombras. Morgana Le Fay, envolta em um manto roxo e vermelho feito de escamas de dragão, avançava em direção a uma luz fraca que emanava do centro da caverna. Seus olhos amarelados brilhavam com malícia, e seus cabelos dourados reluziam como a própria corrupção.
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Ragnarok: O Julgamento Divino
Fantasyos deuses se cansaram da insolência Humana, em prol de destruir por completo a humanidade eles entram em uma votação,mas alguém interveio ao favor de tais seres,agora eles terão que convocar seus maiores guerreiros para decidir se verdadeiramente ir...