Por amor. - Jjk + Pjm.

Proibido.

O som pesado da água límpida caía como uma tonelada de grãos ásperos.

Já se perguntaram; "quando tudo deu errado?"
Eu me pergunto constantemente e não vejo ao certo quais foram os meus erros, como tudo conseguiu estar tão errado.

Não foram os meus erros, eu fui fruto dos erros dos outros.

Tudo começou com o sorriso, aquele maldito sorriso.
Eu nunca reparei muito em ninguém, diferente de outras pessoas, outros adolescentes de minha idade, eu não procurava namoros ou reparava em garotas.

Mas bem, às vezes eu reparava nele.

A minha vida sempre foi muito agitada, eu levava uma vida de certa forma agitada no convívio escolar.
Os mestres de ensino gostavam de puxar-me para conversar, debater problemas escolares e fofocar sobre alguns ciclos populares.

Eu não era um nerd, mas meu desenvolvimento social era tão extrovertido, que talvez eles esquecessem algumas notas vermelhas.

Eu não tinha amigos, na verdade, eu tinha dois colegas. Taehyung e Seokjin.
Taehyung era alguém popular, mas bastante na dele, ele era popular por ser bonito e meio esquentadinho, alguém ótimo para conviver normalmente.

Já Seokjin, bem, ele era um tanto complicado. Guardava consigo um grande amor por heróis, era um rapaz homossexual e que não gostava tanto de mim, quanto gostava de Taehyung. Éramos próximos quando havia Taehyung, sem o loiro, eu e Seokjin éramos desconhecidos.

Não era definitivamente ruim, era uma vida comum, alguém extrovertido que não sabe manter vínculos.
Alguém desligado.

“Gguk!”

Eu poderia ouvi-lo chamar.
Jimin, Park Jimin.

Um garoto com os fios ruivos, tão vermelhos quanto uma maçã fresca da mais bela macieira.
Tinha fixação por heróis, usava um belo par de óculos de grau e coturnos pesados, similares aos meus.

Eu nunca reparei em ninguém, nunca me senti atraído por ninguém, mas Jimin me despertava algo.
Algo que eu não entendi.

“Jimin, diga!” – Minha atenção estava totalmente nele e aquilo lhe fez rir, seus olhos sempre somem no ato. É um detalhe bonito.

Tão bonito e único, que me passa a sensação de querer observa-lo diversas vezes.

“Hwang estava te procurando, disse que você se sairia bem numa' nova peça de teatro que ele está pensando em fazer.” – Eu confirmei suavemente com a cabeça, enquanto passava a caminhar com o cujo para o primeiro andar do colégio.

“Sabe qual o tema?” – Questionei apenas para puxar mais assunto, gostava de lhe ouvir empolgado, era uma linda entonação.

“Hum, não sei ao certo... Ele me pediu para descrever um romance, ele ficou sabendo de minhas escrituras.” – desviou o olhar da rampa que aos poucos nós subimos, falando baixo a última informação. Timidez? Talvez, era até mesmo adorável.

“Seus poemas são incríveis. Eu li alguns anonimamente, tive preguiça de fazer uma conta, mas possivelmente irei fazer para te apoiar lá. Você tem muito talento, sabia?” – Por poucos segundos, ele parou. Era como se estivesse puxando para si toda a luminosidade do dia, ficando tão irradiante de forma lenta.

“WHOA! SÉRIO? Você acha mesmo isso? Poxa, eu sou tão inseguro nessa questão, você realmente gostou? Poxa, isso me deixou realmente feliz.” – ele falou enquanto me abraçava de lado, caminhando até a sala de ensaios, já no primeiro andar. E bem, ele também sorria daquele modo bonito, às vezes escondendo os dentinhos tortos tão belos.