Vida nova, casa nova

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Taylor Alison Swift - 2015

Trav estava parecendo uma criança ansiosa andando na minha frente, era engraçado ver aquele ser de quase dois metros andar praticamente saltitando.

          — Lembra aquela das fotos que você gostou?- falou antes de atravessarmos a rua. — É a que a gente vai ver agora, fica em um bairro bom, é perto pra eu ir pro estádio, tem um espaço que podemos comprar e transformar em um estúdio para você gravar as próximas músicas, a casa tem uma piscina e um quintal grande pra reuniões com amigos e família... E lembro que você falou algo sobre ter gostado da vista que temos da janela da sala principal pelo que mostravam no site da imobiliária.- parei ele e deixei um selinho em seus lábios.

          — Então temos que tirar a prova real antes de trocar os pés pelas mãos... Mas sinto que essa é a certa.- tínhamos visto outras seis casas antes de vir ver essa, a corretora nos esperava para a última visita do dia e provavelmente não aguentava mais nos ver encontrando defeitos nas propriedades que ela nos apresentou.

          A casa não era muito grande, apenas o suficiente para nós dois, algumas visitas e talvez, em algum momento no futuro, ao menos um filho, biológico ou não. Posso dizer que tinha o tamanho perfeito, aproximadamente o mesmo tamanho da minha cobertura na Tribeca, e sei que ela não é nem de longe pequena, mas não é como se estivéssemos nos mudando para uma mansão.

— Senhor Kelce, senhorita Swift.- Abbey nos cumprimentou assim que nos aproximamos do portão da casa. — Chegamos a última parada de hoje.

          — Temos um bom pressentimento quanto a parada número sete.- a mulher sorriu ao ouvir minhas palavras, aparentemente aliviada com a possibilidade de ser nossa última parada mesmo.

          — Espero que isso seja um sinal de que encontraram seu novo lar.- sorriu para mim ao falar, nos guiando para dentro no segundo seguinte.

A mulher nos guiava pelos cantos da casa e tudo ali parecia tão certo. O primeiro cômodo que conhecemos foi a sala de estar, o espaço bem aproveitado, os sofás posicionados de uma forma harmoniosa, uma mesa de centro com cores que ornavam perfeitamente com os ângulos destacados da sala, a janela enorme que tomava toda uma parede trazia uma iluminação natural que poderia ser muito bem aproveitada durante o dia, e a vista que tínhamos do quintal era praticamente perfeita, só temos que cuidar um pouco mais das flores do jardim. O cômodo seguinte foi uma segunda sala, tão espaçosa quanto, mas vazia.

— Olha, Tay.- Trav chamou minha atenção. — Podemos colocar um piano aqui, e pendurar violões e guitarras nas paredes... E também um daqueles sofás vinho vintage que você gosta, trocar o chão de madeira por um carpete macio que preserve a acústica do espaço.

— Uma sala de música?- franzi o cenho antes de guiar meu olhar ao rosto dele.

— Uma sala de música para a minha superestrela em ascensão.- tocou meu nariz e me puxou para perto antes de me abraçar por trás.

Abbey nos levou até o andar superior da casa, cada quarto foi apresentado para nós dois até que chegamos a um que ficava do lado da suíte principal e meu coração apertou, todos os quartos estavam mobiliados e esse não era diferente, a não ser por ser um quarto de bebê completo, com berço, fraldário, cômoda, suporte de banheira, armário embutido na parede... Tudo pronto para receber um pequeno alguém.

          — Sei que vocês são jovens, mas a imobiliária sempre faz questão de ter um quarto de bebê para quando casais buscarem por uma casa nova possam ver um futuro completo naquele lugar, evitei mostrar por conta do pedido de vocês mais cedo, mas vi que esse foi o único lugar onde conseguiram visualizar as coisas com a cara de vocês e senti a necessidade de mostrar o quartinho. Podem desmontar caso queiram.

          — Acho que podemos manter ele do jeito que está...- quase me escondi quando deixei as palavras me escaparem. — Um pontinho de esperança pode ser bom.

          — Pode sim...- não precisei olhar para o meu namorado para saber que ele estava sorrindo. — É essa, não é?

— Com certeza.- respondi, não precisávamos olhar mais nada, cada canto que tínhamos olhado era exatamente igual as fotos do site, a cozinha e a sala de jantar não seriam diferentes e depois poderíamos mudar as coisas para deixar mais a nossa cara, era esse o nosso lugar.

— Bem, o contrato de compra e venda está no meu carro, vou buscar e já deixo com vocês para a assinatura e vocês veem como vão preferir fazer o pagamento.- nossa corretora praticamente correu enquanto eu e Trav ainda andávamos abraçados olhando alguns dos detalhes do quartinho com o pensamento que um dia, se Deus permitisse, teria alguém para ocupar o espaço que estava pronto ali.

          Tínhamos montado um cronograma para o decorrer desse ano, eu tinha me programado para assistir ao máximo de jogos dele que eu conseguisse, assim como ele iria aos shows comigo enquanto não estivesse treinando ou jogando com o time, tinha marcado alguns finais de semana para encontrar com Jack em Nova York enquanto não arrumava um cantinho para montar um estúdio apenas para que eu não precisasse pegar um avião sempre que tivesse uma nova ideia para uma música, mesmo que eu já tivesse seis outros álbuns em processo de criação. A localização da casa que escolhemos é simplesmente perfeita, a uma quadra de distância tem um espaço onde posso montar o meu "escritório de trabalho", fica perto de um mercado com uma variedade enorme de iguarias que eu sempre gostei de ter em casa, Trav vai estar a uma distância de aproximadamente vinte minutos de carro do estádio, os muros da casa permitem que tenhamos a privacidade que eu desejo desde que o álbum estourou e eu passei a ser reconhecida em meio a uma multidão, o bairro é tranquilo e com certeza será o melhor refúgio possível.

          — Sabe, acho que agora é oficial, somos os seres mais apressados que já existiram. Juntos há menos de um ano, e agora oficialmente temos a nossa casa.- o grandalhão pontuou olhando em meus olhos.

          Estávamos sentados em um dos sofás da sala, o contrato tinha sido assinado e Travis já havia entregado o cheque com o valor que pagaríamos pela casa preenchido. Até pensamos em trazer o valor em espécie, mas seria um risco desnecessário andar por aqui com mais de cem mil dólares no carro, uma pequena parcela do dinheiro que Trav guardou durante todo o seu tempo trabalhando no instituto. O que não me surpreende, pagavam um salário tão alto para nós dois que não sabemos como mantinham aquilo tudo funcionando.

          — É o que dizem, vida nova, casa nova.- brinquei com a ponta de seu nariz. — E eu não vejo a hora de entrar de cabeça nessa vida nova com você.

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Meio atrasado mas tá aí. Próximo capítulo vai ser a apresentação do projeto.

Ain't My Falt - Tayvis AUOnde histórias criam vida. Descubra agora