Cupido | XICHENG

Capítulo único

Oi! Mais uma história do twitter pra cá! Não esqueçam da estrelinha e aproveitem a leitura.

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Era mais uma noite normal para Jiang Cheng que, com seu arco e flecha na mão, estava preparado para formar novos casais.

O cupido voou sob as casas e prédios silenciosos, e apesar do horário tardio em que as pessoas já se preparavam para dormir e descansar, ainda havia algumas almas passeando pelas ruas e visivelmente sozinhas em seus corações. Eram justamente essas que Jiang Cheng estava encarregado de fornecer o sentimento que chamavam de amor.

Ele fez alguns casais naquela noite. Amigos que viraram amantes, divorciados que se resolveram com uma boa conversa, e pessoas que, se não fosse pela ponta da flecha, jamais confessariam seus sentimentos. Às vezes, Jiang Cheng sentia que não seria ruim ter alguém com quem compartilhar os momentos, mas toda a sua vida havia sido limitada a oferecer amor, e não receber.

No momento, Jiang Cheng estava mirando no seu último par para encerrar o expediente, quando viu um homem na varanda de um prédio não muito longe dali.

A pessoa estava encostada na grade da varanda e usava uma roupa simples de dormir estampada com pequenas nuvens azuis. Apesar da distância considerável, Jiang Cheng ainda conseguiu ver que o belo homem olhava para o céu com um sorriso, no entanto, seus olhos dourados pareciam desfocados, como se estivesse refletindo algo profundamente.

Aquilo realmente chamou a sua atenção, e Jiang Cheng quis se aproximar para ver o belo homem cuja solitude era tão terna e suave. Pela primeira vez em muito tempo, sua desconcentração falhou. Inconscientemente, seu corpo se inclinou naquela direção, e a flecha — já posicionada no arco — acompanhou o movimento, a disparando de modo certeiro.

Para a sua sorte, a ponta da flecha não encontrou o homem na varanda, mas atingiu a porta de vidro e ricocheteou em um vaso de jasmins bem cultivadas que tombou e rolou através da estante, caindo diretamente na cabeça do homem de pijama.

Jiang Cheng quis arrancar as próprias asas e dar para os cães comerem.

"E o que eu faço com essa merda agora?!" Ele xingou enquanto pensava no que fazer.

Se fosse outra ocasião, ele poderia deixá-lo onde estava ou jogá-lo em algum lugar movimentado para que o problema se resolvesse naturalmente. No entanto, ele já tinha arranjado alguns problemas com seus superiores anteriormente por deixar pequenas bagunças no fim de um dia de trabalho, então aquela era uma boba situação que deveria resolver.

Jiang Cheng bateu as asas, voando para a altura do prédio em que o homem desacordado se encontrava.

Era pior do que imaginava. Ele podia ter 'atirado' em qualquer pessoa, literalmente qualquer uma, mas tinha que ser alguém tão bonito?! Jiang Cheng suspirou, abaixando-se para pegar o homem em seus braços e levá-lo para dentro do apartamento. Seu físico era muito bom, então conseguiu carregá-lo com facilidade, colocando-o deitado no sofá. Fosse pelo que fosse, mas Jiang Cheng teve um cuidado extra em acomodar o belo homem desacordado.

Jiang Cheng estava sentado na ponta do sofá, de braços cruzados e olhar pensativo, observando a outra pessoa dormir com tranquilidade. Demorou alguns minutos, mas finalmente o homem demonstrou sinais de estar despertando.

"Minha cabeça..."

Jiang Cheng, que a todo momento tinha observado a singularidade aquela pessoa, ouviu o murmúrio dolorido e viu as pálpebras tremerem antes de se levantarem e revelarem o gentil par de olhos dourados como o sol e doce como o mel.

Ele se ergueu, percebendo que não deveria deixar que um humano o visse. Quão estúpido e descuidado tinha sido para que chegasse a esse ponto? Ele sabia que a identidade de seres da sua espécie era algo confidencial, no entanto, já era tarde demais para pensar em qualquer coisa. Só o que conseguiu fazer foi esconder as grandes asas brancas antes de a pessoa recém-acordada o visse.