Capítulo I

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Noite Fria

Capítulo I

Era uma noite fria e úmida em alguma vila próximo a cidade de Londres e na noite pairava o frio e os ventos secos da primavera que gritavam no meio da noite.Mas a noite era completada pelas vozes e risadas felizes da taverna local, daquela vila de poucos habitantes porém alegres e humildes moradores.

Nessa taverna adentra um rapaz de vinte e poucos anos, cujas roupas são chiques porém nem tanto, mas que parece bem contente e se dirige rapidamente a uma mesa na esperança que o sirvam de bom grado.
E ele diz:
-Por favor senhores, peço que me sirvam a melhor bebida da casa, essa noite a sorte bateu na minha porta e fui surpreendido com uma quantia generosa!

As pessoas parecem não ligar para oque ele diz, mas a atendente do lugar lhe entrega uma cerveja artesanal (sendo a melhor da casa, mas obviamente subiram o preço, somente para o afortunado rapaz estar disposto a pagar caro por algo "supostamente melhor")
Após a entrega da segunda cerveja ele paga mais cervejas para alguns dos homens próximos a mesa ao redor dele
-Rapazes, essa é deverás a melhor companhia que poderia ter após tantos anos desperdiçados, tantos anos na lama e na revolta mas agora hei-de se tornar o mais completo mercador e senhorio dessa região e quem sabe de toda Londres!
Um dos bêbados já irritado com as falas e a maneira que o homem se gaba, se levanta e diz
-Então Senhor Nobre Cavalheiro...Conte-nós o motivo de vossa alegria (ele cospe no chão após dizer isso, mas o rapaz não percebe)
O rapaz responde:
-Bem, começo dizendo que recebo uma carta nessa manhã dizendo sobre minha fortuna que acabo de adquirir de um tio distante uma fortuna considerável e algumas propriedades na qual devo adquirir logo na próxima semana e devo me direcionar para a agência de Londres para assinar alguns papéis.

Após um breve momento de silêncio e mais cinco cervejas dispostas a mesa, agora vazias, a insatisfação dos homens começa a aumentar e as zombarias do rapaz começam a irritar.
-Bem bem, após eu conseguir minha fortuna eu poderei adquirir também uma taverna e com um lindo nome e comprar um belo cavalo e logo após quem sabe vocês possam trabalhar em minhas futuras propriedades...
Após isso uma cadeira é empurrada para trás e um homem irado se levanta para partir para cima do rapaz, mas alguém o segura e fala silenciosamente em seu ouvido alguma coisa.O jovem não se importa, como sempre.
Mas após o álcool começar a subir a cabeça e falar muitas asneiras ele fixa seu olhar em um homem sentado sozinho numa das mesas, vestido de uma forma elegante e com um bigode típico da moda da época e com trajes finos mas desgastados e empoeirados, como se tivesse cavalgado a toda velocidade.O mais interessante que notará foste uma bengala na mão esquerda apoiada contra o chão.O olhar fixo desse Senhor era flamejante e por um momento pareceu arder em chamas quando o rapaz virou para o observar, mas logo seu olhar se esvai e muda, e o rapaz por pura insolência caminhou até sua mesa para conversar e puxou a cadeira e disse.

-O Senhor me parece ser um cavalheiro em um local tão...Medíocre como esse!Como eu, é um infortúnio muito grande que nós encontremos aqui, nessa insalubridade.
O Senhor responde de uma forma calma e educada

-Venho a este lugar medíocre, como o senhor mesmo disse, em um propósito no quão me direciono até Londres para tratar uma questão pendente muito importante e viajo a cavalo pois sou mais veloz mas parei essa noite para descansar.
E o jovem responde:

-És então um homem de negócios assim como eu então pelo que vejo.Digno!Simplesmente digno!Eu espero que possamos quem sabe futuramente conversamos mais, e se me permite o senhor, qual é o seu...
No momento em que o rapaz segura a cadeira para se sentar e perguntar seu nome, o homem se levanta e diz
-Me desculpe a inconveniência e falta de gentileza mas claramente devo acelerar meus passos e cessar com a ladainha, espero que nos encontremos meu nobre rapaz.

Faz um gesto com o chapéu, bate três vezes com a bengala no chão e com um sorriso que se marca por algo como se fosse falso e preenche seus olhos novamente pelo fogo e se dirige na direção da saída.

O rapaz fica boquiaberto e sem graça com tal situação e não diz uma palavra, pois parece ter sido tomado todas as palavras que ele conhecia, e não soube responder de nenhuma forma a aquelas palavras, mas não foram só palavras que ele escutou do Senhor, foram gracejos de uma forma abrupta e sagaz de falar que para ele era inexplicável.
Ele se senta na cadeira que acaba de puxar, pensa um pouco e pede outra cerveja...

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