Capítulo II

1 0 0
                                    

É incrível o efeito que o álcool faz no corpo humano, desorienta, apaga os sentidos, enaltece os sentimentos e deixa dormente os movimentos.
Agora bêbado, o jovem se levanta para ir embora da taverna, sem sucesso tentando se levantar, ele quase falha caindo para trás mas por sorte se agarrando a mesa.As pessoas estão saindo aos poucos e só resta uma ou duas pessoas lá dentro, mas ele não consegue ver o rosto pois sua visão está turva.Ele também mal sabe as horas e não se lembra em olhar em seu relógio de bolso, mas sabe muito bem que o lugar está quase fechando.
A taverna não traz consigo serviços de hospedaria e nem de estábulos para cavalos, somente bebida e música em raras ocasiões, o simplório público que frequente aquela taverna são por vezes viajantes, mas na maioria das vezes é frequentada pelos residentes da vila.
Saindo de dentro da taverna, ele se encontra na rua agora, e uma severá neblina é notada, branca e densa cobre as ruas e a pouca iluminação.A noite está densa e a lua não se encontra em vista, já que uma nuvem escura cobre a mesma por completo.

A missão agora é se dirigir ao estábulo e tentar se lembrar do maldito local onde deixou seu cavalo, a segunda missão é não ser roubado e morto nas ruas, e a terceira a mais difícil, se dirigir logo pela manhã rumo a Londres em perfeito conforto e livre dos males que poderão ser causados pela bebida.
Andando pelas ruas cambaleando ele não consegue se fixar muito em detalhes, somente em olhar para baixo para não pisar em falso em algum lugar, mas um estranho gato preto que ele quase pisa aparece em sua frente e praguejando maldições ele afugenta o gato
-Maldita criatura da noite, saia da minha frente!
E prossegue seu caminho

O rapaz se encontra de vez perdido por alguns minutos caminhar, por momentos ele ficava parado e olhava para trás com o receio de estar sendo perseguido e outras vezes ele escutava o maldito grunhido de um gato, talvez fosse o mesmo que ele maltratará (pensou).Ele adentra num beco largo entre as casas para se desfazer do líquido que os humanos tem a necessidade, e ele escuta algumas vozes e barulhos que parecem ser vários passos vindos em sua direção, a primeiro momento ele fica assustado mas se vira de imediato, apertando o cinto de forma abrupta e se virando rápido.
Eram três homens que o observavam distantes na entrada do beco, o primeiro mais alto empunhava algo na mão, como se fosse um porrete e ele parecia segurar com bastante raiva o bastão e batia ele contra a parede levemente muitas vezes.O segundo homem estava somente parado e fixado no rapaz, com uma raiva que parecia inflar em sua áurea e que se extendia nas sombras com seus músculos.O terceiro homem parecia se divertir com aquilo e constantemente fazia piadas com a situação e era oque mais falava:
-Então então meu nobre cavalheiro, parece que o senhor está perdido por essa noite, nós gostaríamos de mostrar a você o local no qual o senhor está em repouso essa noite, HA HA HA (uma risada intrínseca é marcada)
O rapaz não consegue identificar nenhum dos rostos pois a visibilidade está baixa graças a escuridão que preenche o beco, ele mal consegue identificar suas roupas e sua visão se torna mais turva ainda pela adrenalina do momento.Ele pensa várias vezes na possibilidade de ser roubado, e sua fortuna ser perdida, mas mesmo com medo ele diz:
-Olha...eu levo comigo uma quantia considerável na qual posso entregar a vocês agora, e eu poderei prosseguir o meu caminho tranquilamente.
O jovem checa sua bolsa mas não há nada, ele em desespero coloca as mãos em todos os bolsos que possui, os do casaco e também da calça.E encontra alguns poucos trocados.

Os homens notando essa atitude se aproximam
-Não é tudo sobre dinheiro, é sobre as malditas palavras proferidas dentro daquela taverna e não iremos admitir que um pobretão que acha que tem alguma coisa venha nós humilhar e se gabar por uma possível fortuna.
O homem mais alto diz
-E notamos muito bem a fortuna que agora possui.

As moedas caem no chão da mão do rapaz e ele se vira e corre em direção oposta, porém é pego pelo casaco e jogado contra a parede, os outros dois aceleram o passo e um estridente zumbido é sentido no ouvido pelo rapaz, já que sua cabeça foi de encontro a parede.
O primeiro homem golpeia sua face com vários socos em sequência e de maneira rápida, fazendo respingar um pouco de sangue em sua roupa e no chão.O homem mais alto desfere seu porrete contra seu abdômen, que faz o rapaz ficar prensado de vez na parede, após isso o porrete atinge o na boca por duas vezes, fazendo-o cuspir sangue vermelho pelo chão.E após isso o rapaz desaba no chão, atordoado no chão, sangrando, com hematomas e roupas quase rasgadas.
Após isso todos homens se juntam e começam a chutar o rapaz como se fosse um cachorro, e o sons agudo das pancadas e dos gritos de "pare por favor", são escutados como se fosse uma música bizzara que fosse escutada por quem passasse por ali próximo.
Os homens se cansam, um deles cospe no rapaz no chão, e todos vão embora rapidamente.

O jovem continua no chão por muitos minutos, tentando se recompor e abrir os olhos.Mas ele falha pois está destruído, seus rosto está doendo como nunca e tem a sensação que quebrou mais de três dentes, sua cabeça lateja muito e um grande corte é sentido na sua cabeça e sua bochecha.Ele sente a dor em todos os músculos, braços e pernas, suas costelas, algumas devem estar quebradas e deve possuir um grande ferimento interno também pois cospe sangue frequentemente.
Se rastejando pelo chão, ele tenta ir de encontro com a parede para se apoiar e levantar, mas ele nota um assobio que chama sua atenção, vindo da entrada do beco.O cavalheiro que encontrará na taverna estava lá, parado apoiado sobre a bengala, observando-o cautelosamente.
-Que grande desastre caiu sobre você rapaz, aqueles homens, verdadeiros bárbaros, não é?
O rapaz confuso, irritado e fraco diz:
-Aqueles homens?Então você viu tudo e não foi capaz de fazer nada?Nem de me ajudar?

-Oque um senhor de idade como eu poderia fazer contra três homens fortes e armados?

-Você poderia ao menos ter chamado ajuda, ou afugentado eles...
Após isso, o rapaz da um grito de dor e por fim se levanta, se agarrando na parede com força, e agora de pé tenta caminhar na direção do Senhor.
E o Senhor bate três vezes com a bengala e diz

-Acredito eu que não esteja em condições de andar por agora criança, e o objetivo que tanto almeja terá de esperar mais um pouco, esperar até o amanhecer.

O jovem é possuído por uma tontura, parece ter perdido uma grande quantidade de sangue e ele desaba ao chão, com sua última visão sendo a do elegante e cordial cavalheiro que o observa ao longe com sua bengala em meio a escuridão daquela noite.
A neblina é a escuridão parecem preencher sua visão, e isso faz seu coração acelerar e seu corpo acaba ficando frio, e ele nada mais sente após isso.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 18 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Noite Fria Onde histórias criam vida. Descubra agora