QUATORZE - ISABEL

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Mas então, num piscar de olhos, o sonho se desfaz e eu me vejo deitada na cama, coberta por um lençol de suor e desejo. A realidade retorna abruptamente, trazendo consigo uma onda de culpa e confusão. Meus pensamentos estão em tumulto, meu coração ainda batendo descompassado pelo calor do sonho erótico que acabara de experimentar. Sinto-me dividida entre o desejo avassalador que Enrico desperta em mim e a consciência pesada do que isso significa para mim e para o meu passado. A culpa me consome, mas o desejo ainda arde em meu peito, uma chama que se recusa a ser apagada. Sinto-me presa em uma teia de luxúria e proibição, lutando para encontrar um equilíbrio entre o que quero e o que sei que devo fazer.

Enrico é um homem perigoso, um predador que não conhece limites em sua busca pelo poder e prazer. Mas mesmo assim, não consigo negar a atração magnética que ele exerce sobre mim, uma força irresistível que me puxa para mais perto dele, mesmo sabendo das consequências.

Enquanto me debato com esses pensamentos conflitantes, uma parte de mim anseia pelo toque de Enrico, pelo calor de seu corpo contra o meu. Mas outra parte, mais racional e cautelosa, me adverte dos perigos que isso representa, dos segredos obscuros que ele esconde por trás de sua máscara sedutora.

Ajoelho-me ao lado da cama, as mãos juntas em prece, os olhos fechados em busca de um alívio que parece estar além do meu alcance. Minha mente está tumultuada, minha alma dividida entre o desejo ardente e a culpa sufocante. Respiro fundo, tentando encontrar as palavras certas para expressar o turbilhão de emoções que me consome.

— Álvaro... — sussurro, minha voz um murmúrio frágil no silêncio do quarto. — Meu amor, meu marido... Peço perdão por minha fraqueza, por ceder às tentações que me cercam. Sei que falhei com você, que traí a sua confiança e desonrei o nosso amor.

As lágrimas escorrem pelo meu rosto, um tributo silencioso à dor que sinto em meu coração partido. Cada gota é uma penitência, um lembrete doloroso das escolhas que fiz e das consequências que elas acarretam.

— Eu... eu queria ser forte, Álvaro. Queria resistir à sedução que me cerca, à luxúria que ameaça consumir minha alma. Mas, oh, como é difícil lutar contra os desejos que ardem dentro de mim, contra a paixão avassaladora que Enrico desperta em meu peito.

Minha voz vacila, as palavras se transformando em soluços angustiados enquanto tento me libertar do peso esmagador da culpa e da vergonha.

— Não sei mais o que fazer, meu amor. Estou perdida em um mar de tentações e pecados, lutando para encontrar meu caminho de volta à luz. Peço que me perdoe por minhas fraquezas, por minhas falhas, por tudo o que fiz e deixei de fazer.

As palavras saem de mim como uma prece desesperada, uma súplica silenciosa ao universo por redenção e perdão. Sinto-me pequena e vulnerável diante da magnitude da minha própria dor, da minha própria fragilidade.

— Prometo que tentarei ser melhor, Álvaro. Prometo lutar contra os demônios que me assombram, contra as sombras que tentam me arrastar para o abismo. Prometo honrar a sua memória, o seu amor, mesmo que isso signifique sacrificar minha própria felicidade.

As lágrimas continuam a fluir, um rio de emoções tumultuadas que ameaça me afogar em seu turbilhão. Mas, apesar da dor e do desespero, encontro uma centelha de esperança no fundo do meu coração, uma luz fraca e vacilante que me guia através da escuridão.

— Por favor, Álvaro... me ajude a encontrar o perdão, a encontrar a paz. Dê-me forças para enfrentar os desafios que me aguardam, para superar as provações que estão por vir. E, acima de tudo, ajude-me a encontrar o caminho de volta para casa, de volta para você.

Com um último suspiro, termino minha oração, minhas palavras desaparecendo no ar como uma prece silenciosa ao destino incerto que me aguarda. E, enquanto me deito na cama, sinto-me um pouco mais leve, um pouco mais próxima da redenção que tanto almejo. 

(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)(❁'◡'❁)

Mocinha audaciosa? Temos.

Mocinho cadelinha? Temos também.

Acho que já tem alguém se rendendo.

Votem e comentem muito.

Beijos.

Enrico: nos braços do narcotraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora