A Corte De Sombras E Luz

2- as duas rainhas de fogo

O inferno caiu sobre a terra quando os demônios de Erawam avançaram sobre o exército de Aelin. Porque a rainha não cuspia seu fogo? Nem sequer uma faísca saia da mulher com um semblante de ódio, mas sua orelheiras embaixo dos olhos eram visíveis e suas mãos tremiam levemente conforme ela ergueu a espada e avançou para o exército inimigo, um homem com as mesmas semelhanças da rainha correu em sua direção, segurando firme a sua própria espada, preparado para morrer por ela se necessário.
Reuni magia dentro de mim, fraca. Eu ainda estava fraca. Me concentrei nos demônios, imaginando como seria para eles agora, será que tinham algum sentimento?
Segurei firme pyrokóftis e deixei a espada queimar com fogo vermelho vivo e ataquei a eles, dançado em uma luta como a outra rainha também o fazia, a espada chiava ao ar conforme cortava cabeças, membros e gargantas. Rugi quando uma adaga foi lançada as minhas costas, o maldito homem demônio acima do cavalo sorria. Senti sangue vermelho escorrer.
Olhei ligeiramente para os céus, em busca do dragão. Breagon cuspia fogo no exército que ainda não tinha alcançado o de aelin, evitando a morte dos inocentes, ou aliados do dragão?
Mal pude evitar o corte na batata da minha perna esquerda quando um demônio se arrastou no chão fazendo a espada encontrar o alvo, ele não respirou uma segunda vez para ver o corte quando eu gritei e o queimei vivo.

- Filho da puta!- rugi e breagon soltou um chiado no céu, sentindo a dor da própria mãe.

Respirei fundo quando abaixei a espada. Chega.

Reuni a magia fraca dentro de mim, me reunindo a terra, aos ventos e ao fogo natural. Ergui minha mão direita, reunindo poder a ponta dos dedos.

- Magictrus.

A bruxa se deu forma em cima da pele de dragão, joias de ouro e o cabelo trançado as costas até a cintura se derramou sobre mim, meus olhos brilharam no dourado vivo, deixando tudo mais claro que nunca. A impiedade reinou em minha mente.
E eu liberei sobre o exército um fogo de luz a terra se estendeu para buracos, engolindo os que passavam por lá, os ventos os sopraram para longe do exército de aelin, dando espaço para mais ataques dos mesmos. Gargalhei conforme eram queimados e engolidos pela terra

- tro maghis try bearis? Dohalews!

Gritei para os inimigos. "Tao fracos não são? Respondam."

Brilhei sobre ambas as horlas como um farol, quando virei levemente minha cabeça para o lado, observando o exército cair aos urros, aelin estava ali, protegida pelos ventos que não me pertenciam. A rainha tinha um sorriso no canto do rosto conforme me encarava, ignorei sua aprovação quando olhei para cima. Breagon rugia, voando em minha direção, implorando? Mal pude ter certeza quando meus olhos se arregalaram, ele não estava parando. E não parou até que me agarrasse com uma de suas garras e rolasse no chão comigo, esmagando quem tivesse por perto. Porque?
Porque ele salvaria os inimigos que ele mesmo queimava de longe com seu fogo ardente? A menos que não... ele estava selecionando, quem matar. Mas todos não estavam lutando pelo rei Valg Erawam? Todos não seriam considerados inimigos? Porque alguns deveriam ter a misericórdia e outros não? Então porque A rainha de fogo sorrirá quando eu reduzi meio exercito a cinzas com fogo natural, o pouco que me restava, agora sentindo apenas brasas dentro de mim.
Conforme Breagon se arrastava pelo chão eu sentia cada baque, cada corte que se fazia pelo meu corpo. A pele de bruxa se embrulhou dentro de mim quando a de dragão tomou forma, minha pele em um negro vivo e a roupa se rasgando conforme éramos arrastados pela queda intensa do dragão. Quando paramos, havia apenas os berros do exército inimigo, gemi baixinho entre as garras do dragão que cobriam partes do meu corpo, Breagon afrouxou o aperto o suficiente para eu me desvencilhar-se dele.