TEARS! (Camila/You G!p)

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Sem revisar

O barulho irritante do monitor cardíaco me faz soltar um resmungo baixo e encarar a enfermeira. Meu corpo todo dói e pelo semblante da minha mãe, eu sei que irei tomar um sermão daqueles, mas tem algo diferente em seus olhos

- Mama...me desculpa, e-eu... - Minha respiração começa a pesar, minhas vistas se tornam embaçadas. É a terceira vez que ela me encontra nesse estado

- Bom dia - Um homem entra na sala, um jaleco branco e uma prancheta em mãos. - Camila Cabello? Desculpa, é que no seu banco de dados a sua foto está... diferente

Confirmo com um balançar de cabeça, ele olha para a minha mãe e volta os olhos para mim. Ela puxa a cadeira e se senta próximo da cama. Começa a me explicar pacientemente o motivo de eu estar deitada nessa cama. Início de uma overdose, de novo...

- Mas, eu não entendo o motivo de eu ter tido uma hemorragia - Falo tentando entender. Um soluço, em seguida mais um e uma mãe agoniada saindo às pressas do quarto, chorando

- Não tem uma forma mais delicada de dizer isso, mas...Você estava esperando um bebê - Ele aperta a minha mão que está apoiada em cima da minha barriga

- C-como? - Engulo seco - Eu estava grávida?

Ele me olha sem expressão alguma, eu cogito na possibilidade de Sofia ter o subornado e mandado  ele chegar aqui e me falar isso. Mas não, Sofia não brincaria com uma coisa tão séria assim. O modo que a minha mãe saiu...

- Meu Deus - Minhas mãos cobrem o meu rosto agora. Como eu não percebi isso antes?

Camila, você bebia de domingo a domingo. Como iria perceber?

- Quantos meses? - Pergunto olhando um ponto fixo no chão

- Três meses, Camila - O homem diz se levantando assim que minha mãe volta. O olhar dela me faz querer chorar, e é isso que eu faço. Dinah passa a noite comigo, ela não diz nada, e eu agradeço por isso, mas...me incomoda muito não conseguir saber o que ela está pensando, ela não é de ficar calada

- Dinah - Chamo a mulher que está olhando a janela, seus olhos focam em mim - Está tudo bem?

- Sim - Ela diz cruzando os braços para se cobrir do frio - Você precisa de algo? Eu posso pegar para você...

- Estou bem - Forço um sorriso - E Normani?

- Ahn...Chega amanhã de manhã - Dinah diz se sentando próxima da cama

- E ela, Dinah? - Encaro a mulher - Por favor...

- Chancho... - Dinah morde a boca e desvia o olhar - Eu não sei, eu não falo com ela já tem tempo. Eu tento perguntar para Normani, mas ela não me diz, eu sinto muito

- Se ela já me odeia, agora tem mais um motivo para isso - Solto um riso fraco e limpo a lágrima solitária que escorre

- Você vai conversar com ela, tipo... - Dinah se cala rapidamente

- Vou, eu só preciso pensar em um jeito de acontecer. Eu estava esperando um filho dela - Forço um sorriso e Dinah me analisa calmamente - Ela precisa saber

- Você sabe que a vai te matar, né? - Dinah diz receosa

- Ela vai me fazer é um favor - Retruco puxando o edredom

....

Três dias no hospital foram o suficiente para pensar em como chegar até ela. Mas estamos falando de mim, não tem como as coisas darem certo. O carro de Dinah quebrou no caminho até a empresa dela