Capítulo 28

437 79 39
                                    

Josh Beauchamp


Com toda a situação crítica, eu cedo, eu abracei minha esposa pela cintura como se fossemos um casal apaixonado, e confesso que me senti confortável, sentindo seu cheiro e seu corpo junto ao meu, e sei que ela já adormeceu em meus braços , e me pegou desejando que fosse assim todas as noites, mas essa não será uma realidade para nós.

A noite estava escura e silenciosa, mas eu não conseguia dormir. A discussão com Any me atormentava, e eu me sentia culpado por não ter sido mais compreensivo. Ela estava ali, ao meu lado, sofrendo em silêncio. Eu não podia ignorar isso, não sou um monstro.


Ela se remexeu na cama, gemendo baixinho. Com cuidado, liguei o abajur ao meu lado ,e  virei  ela para mim, preocupado. Ela estava pálida, o suor escorrendo pelo rosto. A sacudi na intenção de acordá-la .

— Josh: o que está acontecendo?

Perguntei, com minha voz rouca.

Ela abriu os olhos , seus olhos, normalmente cheios de vivacidade , agora estavam nublados pela dor.

— Any: Josh, eu .... Eu não estou bem.

Ela estava sendo sincera, e eu pude sentir a sua dor exposta em sua bela voz .
Levantei-me e acendi a luz, observando-a encolhida na cama, segurando seu estômago, confesso que apertou meu coração, algo estava claramente errado , e eu preciso fazer algo.

— Josh: não se levante , vou chamar alguém.

Sai do quarto correndo pelos corredores até encontrar um serviçal. Minhas mãos tremiam enquanto eu pedia ajuda.

— Josh: rápido, chame a médica.

O serviçal assentiu e saiu apressado. Voltei para o quarto, encontrando minha esposa ainda gemendo de dor. Ajoelhei-me ao lado dela, segurando sua mão.

— Josh : Vai ficar tudo bem, a médica está a caminho.

Ela assentiu ,apesar de sua dor , ela  parece apreensiva com a suposta chegada da médica, não sei se é a minha presença, afinal não somos tão íntimos para expor nossas fraquezas, mas soube que ela escondia algo de mim.

Quando a médica chegou, ela trouxe consigo uma verdade que eu não estava preparado para ouvir. Any não estava menstruada. Ela estava sofrendo um aborto, ela estava grávida.

Senti o chão abrir sob meus pés. Olhei para Any, com os  olhos cheios de choque ,  tristeza e raiva, e a mesma evitou olhar em meus olhos enquanto a médica, a medicava e exigindo repouso absoluto dela , eu esperei impaciente a médica deixar  finalmente nosso quarto.

—Josh:  Por que você não me contou?

Falo mais duro do que pretendi, levando enquanto a situação delicada.

 Uma mistura de emoções me invadiu. Parte de mim estava aliviada. Eu não queria um filho, especialmente não sob as circunstâncias, ainda mais sendo um mero bastardo. E minha posição como príncipe complicaria tudo, eu teria que criá-lo como meu , se não quisesse condenar minha esposa à morte.
Mas outra parte de mim se sentia culpada por sentir esse alívio.

— Any: Josh..

— Josh : eu te perguntei se carregava um bastardo em seu ventre.

Falei com certa repulsa.

— Any: e eu te respondi .

— Josh : você mentiu !

Ela me encarou com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

— Any: ele não era um bastardo..

Ela sussurra e suas palavras me atingiram como uma flecha.

— Josh : o que disse ?

— Any : eu não menti , nunca houve um bastardo em meu ventre.

Fala ríspida.

— Josh : não me encha com suas mentiras.

Agora eu tinha a certeza que ela já se deitou com outros homens, e ainda pior , possivelmente na mesma noite, ou anterior, daquela a qual passamos juntos.

— Any: não era um bastardo , era nosso , mesmo que feito em uma noite inapropriada, ainda assim era seu, seu filho.

— Josh: eu não posso acreditar em suas palavras..

Eu me preservei naquela noite , na verdade nunca deixei de usar preservativos em toda minha vida.

— Any: agora é tarde demais para que você queira ou não acreditar, ele logo não existirá mais.

Estou confuso , a criança bastarda ainda tinha alguma salvação? Não questiono, afinal a situação não é conveniente para ambos.

— Josh : eu não posso acreditar em você.

Me sento na beira da cama, passando as mãos pelos meus cabelos , claramente estou nervoso.

— Any: mas tudo bem eu já esperava que não acreditaria em minhas palavras, afinal , você me rejeita , me trata como uma qualquer , sem honra a sua altura.

Vejo a dor em suas palavras e me sinto um pouco culpado , não pela minha infidelidade mas por puni-la com meu desprezo ou talvez seja a emoção do momento em que estamos presenciando, estou confuso .

Meus pensamentos são um turbilhão. As palavras da Any atingiram-me profundamente, e a incerteza sobre a paternidade do bebê só aumenta a tensão. Observo enquanto minha esposa chora inconsolável, e algo dentro de mim se incomoda. Não consigo deixá-la viver esse momento sem meu apoio, então a puxo para um abraço, onde a sua dor nos entrelaça e me sinto impotente.


— Any: eu só queria ser amada por você ...

Soluçou.

— Any: ou que pelo menos me respeitasse  como sua esposa.

Any chora , por minha infidelidade , e rejeição, e pela perda de um bebê que ainda custo  acreditar ser meu.

Enquanto eu o abraçava, meus pensamentos gritavam. Eu a amava, mesmo contra minha vontade. E agora, eu precisava encontrar uma maneira de lidar com essa verdade complexa e dolorosa.

— Josh : eu sinto muito.

Nesse momento penso que talvez , apenas talvez , seria melhor que eu permitisse que esse amor floresça , mesmo nessas circunstâncias, assim poderíamos encontrar uma certa paz.

No entanto, neste momento é apenas um pensamento passageiro, que talvez amanhã já nem existirá em minha mente conturbada.

*****

   (Até o próximo capítulo não esqueçam de votar e comentar 😌)

A escapada da princesa Onde histórias criam vida. Descubra agora