Capítulo 1 Início de tudo

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Numa ilha antiga, havia uma lenda que assombrava os moradores

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Numa ilha antiga, havia uma lenda que assombrava os moradores. Dizia-se que o sol e a lua, enfurecidos pela insolência da humanidade, planejavam uma vingança. Muitos desacreditavam, considerando a história um mero mito ou simples lorotas, contadas para assustar crianças e fazê-las dormir com pesadelos.

A ilha, outrora próspera e cheia de vida, havia se transformado. A ganância e o ódio consumiam a sociedade, corroendo os corações dos habitantes. A esperança, antes abundante, agora era rara, quase inexistente. Os sorrisos se tornaram escassos, substituídos por olhares vazios e desiludidos.

No entanto, em meio ao amargor, sempre havia uma faísca de esperança. O sol e a lua, testemunhando o sofrimento da humanidade, decidiram intervir. Eles escolheram uma mulher grávida, Marcia, e seu esposo, Rodrigo, para receber uma bênção especial, iriam carregar no seu ventre os filhos da lua e do sol. Marcia não sabia que carregava em seu ventre gêmeos destinados a um destino de puro sofrimento e descobertas, e a salvação do mundo ou a destruição.

A lua deu a Márcia um pedaço de sua escuridão, enquanto o sol presenteou-a com suas lágrimas em forma de luz. Márcia era uma mulher branca, com a pele mais clara que uma bola de neve e um rosto frequentemente avermelhado, como uma maçã acabada de ser colhida. Suas mãos eram delicadas e belas, tão suaves quanto uma flor, e seus cabelos pretos e longos caíam em cascata até suas costas. Assim, Lunorion nasceu com cabelos brancos como a lua, e Solare veio ao mundo com cabelos ruivos, como o sol. Márcia e Rodrigo, ignorantes da verdadeira natureza de seus filhos, criaram-nos com amor e cuidado, acreditando que eram crianças comuns."

Rodrigo, por sua vez, era pequeno, mas com uma força impressionante. Embora tivesse leves problemas de vista, isso não afetava sua capacidade de trabalho. Seus cabelos eram uma mistura de preto e branco, refletindo seus 50 anos de vida. Trabalhava arduamente como agricultor na fazenda local, e suas mãos eram robustas e desgastadas pelo esforço de carregar fardos e fardos de grãos. Apesar de suas limitações, Rodrigo sempre dava o seu melhor em tudo que fazia, contribuindo para o bem-estar da família e da vila.

O perigo surgiu quando o rei das terras de Grir Ford descobriu o nascimento dos filhos da lua e do sol. Temendo o poder e a destruição que os gêmeos poderiam trazer, ele ordenou a morte dos camponeses e de seus filhos antes que fosse tarde. Em uma noite sombria, os guardas reais invadiram a pequena vila onde estava a casa de Marcia e Rodrigo.

No meio do caos e desespero dos moradores da vila, Marcia e Rodrigo fugiram com os gêmeos para protegê-los da confusão e perseguição. Porém, um dos guardas notou o brilho especial de Lunorion e imediatamente avisou o rei. Começou então uma perseguição implacável, com os guardas reais montados em seus cavalos e acompanhados por uma carruagem real.

Durante a fuga desesperada, o rei ordenou repetidamente que os camponeses parassem e entregassem seus filhos. Marcia e Rodrigo corriam o mais rápido possível, tentando despistar os perseguidores e salvar os gêmeos.

Em um momento de desespero e sacrifício, Rodrigo decidiu confrontar os guardas reais para dar tempo a Marcia e aos filhos de escaparem. Rodrigo vendo o rosto de sua esposa pela ultima vez, deu um beijo seco e rapido em sua esposa, assim fazendo ela correr enquanto enfrentava os soldados com bravura e lagrimas escorrendo, apesar de sua luta valente, acabou sendo morto brutalmente, decapitado por uma espada.

Marcia, com o coração partido e as lágrimas escorrendo de dor e desespero, beijou rapidamente seus filhos e os segurou firmemente em seus braços enquanto continuava a fuga desesperada. Por fim, a família foi encurralada à beira de um penhasco íngreme.

Ferida por uma lança e enfrentando a dor insuportável da perda iminente, Marcia tomou uma decisão desesperada. Com lágrimas nos olhos, ela segurou seus filhos nos braços chorando soluçando disse "Meus filhos, perdoem-me por não poder estar ao seu lado para vê-los crescer, para ensinar tudo o que uma mãe deveria. Não compreendo completamente o que está acontecendo, mas tudo o que mais desejo é que vocês vivam. Peço desculpas pelo que estou prestes a fazer, mas é o único caminho para garantir a vida de vocês. Eu me sacrificarei para que possam continuar, para que possam encontrar um futuro seguro e cheio de esperança." Com um coração dilacerado, lançou-os ao abismo abaixo, na esperança de salvá-los do destino cruel que os aguardava.

O rei, ao perceber que sua mãe já havia feito metade do trabalho, tirou-lhe a vida com suas próprias mãos, levando sua cabeça como troféu. Convencido de que tudo estava acabado, enviou um de seus guardas para confirmar a morte dos gêmeos. O guarda, testemunhando o horror da situação, enojado, obedeceu à ordem do rei. À beira do penhasco, ao ver as crianças vivas em um pequeno recanto seguro, seus olhos brilharam com determinação. Ele declarou que as duas crianças haviam perecido pela queda. O rei soltou uma risada sinistra, sentindo-se vitorioso por ter eliminado as duas crianças da profecia, convencido de que seu reinado estava seguro.

Os camponeses, observando os cavalos do rei se afastando e a carruagem real desaparecendo ao longe, decidiram investigar o que havia sido jogado do penhasco. Com cuidado, eles chegaram ao local e encontraram Lunorion e Solare, ainda vivos e envoltos pelo amor materno de Marcia.

Comovidos pela tristeza da situação e pela falta de filhos em suas próprias vidas, os camponeses decidiram agir salvando os gêmeos do penhasco ingrime. O marido da camponesa e sua esposa, que não tinham gerado filhos, acolheram os gêmeos como se fossem seus próprios filhos. Eles os levaram para longe da vila, adentrando profundamente na densa floresta de Mornard.

Ali, entre as árvores antigas e os segredos sussurrados pelo vento, os camponeses levaram os gêmeos para um pequeno refúgio. 

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