Elliot

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Cara leitor, antes de prosseguirmos peço que esqueça sobre tudo que você acha que sabe

Bem vindo à Vista Sear, uma pequena cidade litorânea cercada por florestas, segredos e mitos

A centenas de anos a cidade é conhecida como o portão para o céu e para o inferno, ou algo como isso, oque essas pessoas não sabem é que essa lenda não está tão errada

Elliot estava na beira do penhasco, era estranho pensar que um dia tão comum acabaria daquele jeito

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O menino só conseguia correr, a criatura atrás dele não parava, era assustador, mesmo para seu nível, ele correu, os risos de suas colegas de sala o perturbando, antes que ele pudesse desviar sua barriga foi perfurada pela barra de ferro jogada pelo monstro

Elliot pulou da cama com o susto, era o quarto pesadelo essa semana, pelo menos era sexta, ele não teria que se preocupar com a escola por dois dias

sem muito ânimo ele andou até o banheiro, sem conseguir conter o olhar de desprezo para o espelho no caminho, a menina refletida nele só trazia nojo aos olhos de Elliot

Era estranho, seu cabelo castanho longo, batendo na metade das costas, a pele mau cuidada, e as olheiras entregando as noites em claro

ele fez sua higiene diária e desceu os degraus para a sala, ainda tinha muito tempo até o ônibus vir o buscar, ele conseguia ouvir barulhos vindos do lado de fora, supunha que eram os novos vizinhos que ninguém conseguia parar de falar, Elliot mentiria se dissesse que também não estava curioso

ele deu uma espiada na janela, era, aparentemente, uma família de quatro pessoas, sendo três filhos e um pai, pura suposição, a mãe poderia estar dentro de casa ou deixado para se mudar depois

A menina era bonita, vestia meio desgastadas e escuras , uma jaqueta de couro (mesmo no tempo quente) o cabelo rebelde no estilo Mullet de uma hora de fogo, Elliot se perguntava se era tingido, provavelmente, nenhum cabelo teria cores assim naturalmente

P.O.V Karina

os gêmeos não paravam quietos, o'que era irritante para karina, ainda era muito cedo e eles não paravam quietos, carregando caixas, brincando de pega pega entre uma viagem e outra

ela e o pai tiveram que carregar as coisas mais pesadas, mas os garotos ainda ajudavam, quando acabaram não tinha passado nem uma hora

"então garota enxaqueca, o'que achou da casa?" Paul se aproximou, eles ainda estavam do lado de fora, perto do carro

Era um homem de meia idade com roupas clássicas de um escritor, camisa azul cobalto, a calça marrom, os óculos simples e a barba a fazer, sempre que ela via Paul se lembrava do professor de gramática, mesmo sem nem lembrar qual era seu nome

"se eu falar que não, vamos voltar pra califórnia?" Ela tentou passar um tom sarcástico e sorriu, Paul não pareceu notar a esperança em sua voz

-"Sabe que não" Karina pareceu ficar triste, isso ele percebeu "vamos lá, vai ser legal, sua mãe ficaria muito empolgada em saber que você finalmente vai conhecer esse lugar" era verdade, Karina sempre ouviu histórias sobre essa cidade pela sua mãe

"Ryna, Ryna, Ryna vem ver, a gente tem um piscina agora" os gêmeos chegaram agitados, estranhamente conseguindo completar a frase enquanto cada um falava uma palavrar

Cada um era a cópia do outro, ela jurava que Paul e sua mãe tinha usado a função copiar e colar na hora de fazer os pirralhos

" Podem entrar mais tarde, depois de terem arrumado suas roupas, isso serve pra você também mocinha" Paul sendo o adulto da família teve que botar a ordem

Contos de Vista Sear: Origem do ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora