A.

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Elijah Boulder
Vinterdal, Noruega
Antes

A escuridão em minha mente se desfazia lentamente, enquanto a fria realidade da madrugada me envolvia. O caminho que levava à congregação, antes familiar e acolhedor, agora parecia distante e ameaçador. Mãos me puxavam sem piedade; dedos ásperos maltratavam as feridas abertas na minha carne. A dor era agonizante: cada pedra afiada no caminho irregular deixava sua marca em meus pés descalços e lembretes em minha alma devastada.

As acusações e o terror psicológico, os nove dias e nove noites que me torturaram por não ceder à vontade do sogneprest (lider religioso), queimariam para sempre em minha memória. O abandono da mulher que eu mais estimava na vida seria uma dor difícil de ser esquecida.

Solskinn!

— Ada, não toque nele! Está possuído! — o algoz exclamou, e apertei meus olhos feridos, sentindo o sangue quente e pegajoso descer pela minha face, recusando-me a encarar o espectro da criança que me seguia por todos os lados. Uma pequena infeliz, sem sorte ou expectativa, usada como marionete naquele maldito lugar.

Solskinn, por favor, leve o seu crucifixo.

— Ada! — O grito do maldito politiførstebetjent (líder policial) ecoou, cortante como uma navalha.

— Não, papai! Me deixe cuidar dele! Está todo machucado. Foram muito malvados e agressores! Todos eles...

— Calada, desobediente! A ruína desceu sobre nós por sua causa!

A repreensão e um tapa silenciaram a criança. Então, fui lançado para dentro de um carro, e o zumbido em meus ouvidos se intensificou enquanto eu tomava uma decisão.

Pela visão menos turva, vi que a lua cheia derramava luz prateada sobre a floresta, e sob esse brilho, jurei apagar os dezessete anos vividos naquela doutrina perversa. Para sobreviver, forjaria uma nova história, apagando o lugar, as pessoas, responsabilidades e atrocidades ali vividas.

Minha mente pesava, mas a liberdade, sangrenta e sacrificada, aproximava-se.

Minha mente pesava, mas a liberdade, sangrenta e sacrificada, aproximava-se

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Oi, não sei se ainda vou encontrar alguém por aqui...
Vocês ainda lembram de mim?
Saibam que estou saindo do escuro, estou voltando de alguma maneira, reaprendendo todos os dias a amar minhas habilidades, me orgulhando de cada progresso na escrita.
Se tudo der certo, e espero muito que continuem indo bem, vou lançar esse livro agora no final de agosto. E vou seguir postando por aqui no wttp, se aparecer alguém.
Não voltei para as redes sociais, esmoreço toda vez que penso em fazer isso, tenho medo de colapsar outra vez, largar o que já consegui e voltar à estaca zero. Por isso vou seguir escrevendo o Elijah quietinha, sozinha com minha gatinha, para não dar erro no sistema. Só queria dar um sinal de vida.

Se aparecer alguém por aqui, falo mais sobre o universo do livro na próxima atualização. Se não aparecer, a gente se encontra na Amazon em breve.
Bjs 🐈‍⬛🖋️

O. C. R.Onde histórias criam vida. Descubra agora